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“DEUS SE MANIFESTA AOS SEUS”
O tema que vincula as três leituras da liturgia deste próximo domingo é o da manifestação ou revelação de Deus. A esse tema se ligam a questão do não reconhecimento de Deus em seu meio de revelação, bem como a questão da fé nele, que é abalada ou fragilizada pelo medo.
Reconhecer a manifestação de Deus é o primeiro passo para a salvação por meio do encontro amoroso com ele.
Nas leituras, o encontro é marcado pelos lugares: montanha e mar. Esses dois lugares são aproximados pelo elemento vento, embora de modo distinto. O vento, forte (impetuoso) aparece na leitura de 1Rs 19,9-13 e no Evangelho de Mt 14,22-33 com funções diferentes.
Com Elias, o vento impetuoso só tem a função negativa, indicando que Deus não estava nele. No Evangelho, o vento agitava as ondas e o barco onde se encontravam os discípulos; Deus também não estava nele. Contudo, a simples presença de Jesus no barco faz o vento acalmar. Diante da brisa suave, Elias cobre o rosto, como antes fizera Moisés, em sinal de respeito. Diante daquele que acalma o vento, os discípulos se prostram pela mesma razão e fazem uma profissão de fé: “Tu és o Filho de Deus”.
A afirmação dos discípulos de que Jesus é o “Filho de Deus” encontra de certo modo, correspondência na leitura de Rm 9,1-5, quando o apóstolo diz que os israelitas pertencem a “filiação adotiva”. Com efeito, a expressão “Filho de Deus”, é, antes de tudo, uma afirmação da adoção do rei como “Filho” por Deus. Essa é a primeira afirmação do apóstolo sobre os israelitas, e a última é a afirmação de que eles descendo o Cristo quanto à sua humanidade.
Isso pode indicar que, para o autor da carta, a expressão “filho de Deus” tinha também o sentido veterotestamentário de “adoção”, e não a afirmação posterior da “divindade” do Filho.
Enfim, a liturgia deste próximo domingo se propõe nos fazer refletir sobre a manifestação gratuita de Deus e seu convite para que o encontremos onde e como ele se deixa ver.
Pe. JOSÉ ROBERTO ALVES SANTANA - Pároco
Postado em 06/08/2020
Por: A Redação
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