Fazendeiros de Colina forneceram cavalos para a Revolução de 32
Muitos dos cavalos utilizados pelas tropas paulistas nos conflitos armados da Revolução Constitucionalista de 1932 foram doados por fazendeiros de Colina e da região. Estes animais foram embarcados na antiga estação ferroviária local, que era o meio de transporte mais rápido e eficiente da época.
Essa história sempre habitou o imaginário dos colinenses, sendo vivida por muitos personagens e conhecida também por tantos outros, como os saudosos Carlos Olyntho Junqueira Franco e José Cantídio Junqueira de Almeida.
A reportagem manteve contato com algumas pessoas para aprofundar as pesquisas sobre os doadores dos animais e contou com a ajuda da família de José Cantídio que, gentilmente, nos cedeu alguns artigos escritos por ele que falam sobre o assunto.
A pesquisa nos levou as seguintes informações: “João Junqueira de Oliveira, por intermédio do filho Antenor Junqueira Franco Neto; Celso Junqueira Franco (dono da Fazenda São José do Mangalarga), destacada da Fazenda Onça; Alcides Corrêa Arruda (genro) Fazenda Consulta da Colônia e Renê Vaz de Almeida, dono da Fazenda Consulta participaram do Regimento de Cavalaria Rio Pardo (único regimento civil do mundo), na Revolução Constitucionalista de 1932, sendo que cada um deles ficou com sua montaria. Em Colina foram embarcados 800 animais, todos arregimentados por Antenor Junqueira Franco e marcados com a marca Foice, adotada por José Cantídio Junqueira de Almeida e seu filho Antenor.
MUARES NA REVOLUÇÃO
Ainda nos escritos de José Cantídio constam as seguintes informações: “Os estrategistas da Revolução Constitucionalista de 1932 adotaram para o Regimento de Cavalaria Rio Pardo o sistema europeu com carroções e fornalhas nos carroções. Mas com a precariedade de nossas estradas carroçáveis da época (picadas) o sistema não deu certo, foi quando Luiz Lemos de Toledo, conhecido como “Neném Junqueira”, dono da Fazenda Retiro, sugeriu que se adotassem as comitivas, com suas cangalhas e bruacas, foi o que deu certo. Então os muares fizeram parte ativa na Revolução e eram muares descendentes de Jumentos Brasileiros da região de Colina, todos com a marca Foice da tradicional Fazenda Consulta de Antenor Junqueira Franco. O cozinheiro era o Carlito Muniz que sozinho comandava a tropa de burros da comitiva com a ajuda de 1 estilingue; quando um burro queria sair do trilho a procura de um pasto bom recebia uma estilingada com 1 coco que o Carlito tinha no seu embornal. É a parte folclórica da história. Era a astúcia do interiorano usando de artimanhas sem ruídos no meio do mato espreitado por inimigos”.
Também conta a história que todas fazendas de Colina e da região também contribuíram com soldados que atuaram na revolução, o último grande combate armado do Brasil.
Antenor Junqueira Franco e esposa Georgeta em foto de 1910, que faz parte do acervo do Museu Municipal.
Fazendeiros colinenses forneceram cavalos e muares para a Revolução Constitucionalista. Reprodução
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