Talvez para a elaboração das estatísticas da Polícia, o aumento da apreensão de drogas não seja tão relevante ou assustador. Afinal a corporação trabalha com isso no dia-a-dia. Porém, para a família colinense, estas repetidas apreensões, cada vez maiores e sempre ganhando as manchetes do jornal, é preocupante sim. 

Obviamente se aumenta a apreensão, a venda e o consumo acompanham o mesmo ritmo. Pior do que o crescimento desvairado do consumo de entorpecentes é tentar esconder o problema. Se acovardar perante a realidade só vai trazer dissabores mais adiante. O problema está aí e merece mais atenção de todos e, principalmente, das autoridades constituídas. 

O que assusta ainda mais é saber que a droga está dentro das escolas. No último dia 19, a PM encontrou 3 invólucros de maconha na mochila de um aluno da EE “Prof. Darcy Silveira Vaz”. A quantidade, 27,7g, com certeza é a maior já encontrada com um estudante, que estava dentro da escola. 

A “Darcy” é onde aconteceu a última ocorrência, mas quantidades menores de droga já foram encontradas em outras escolas, demonstrando que esse mal, que não escolhe lugar e que tomou conta da sociedade, está cada vez mais perto das nossas crianças e adolescentes. 

Indagado sobre essa preocupante constatação, o delegado Antônio Alício Simões Júnior, da Delegacia de Investigação Sobre Entorpecente – DISE de Barretos e que está à frente da Polícia Civil local até o final deste mês, declarou que, “escola tem gente, são seres humanos que estudam em escola e onde tem ser humano tem droga. Isso é uma epidemia mundial”. 

Ele também explicou que não pode comentar sobre dados estatísticos, mas revelou que “hoje temos três investigações em andamento, aqui no município, com relação a grandes traficantes”. 

NOVA MODALIDADE DE TRÁFICO 

A PM também encontrou, na última sexta-feira, 2.102 quilos de cocaína e crack dentro de um tambor, que estava enterrado numa propriedade rural próxima à Vila Guarnieri. Isso mostra que os traficantes estão adotando novas táticas para driblar o cerco da polícia. 

“Os grandes traficantes não portam mais a droga, que fica escondida próxima de onde estão para facilitar a venda. Eles também usam adolescentes para transportar pequenas quantidades e grandes apreensões são difíceis em virtude dessa nova modalidade de tráfico”, esclareceu Alício Júnior. 

Ele disse também que há uma falsa aparência que os adolescentes não são punidos. “O que temos visto é que todos adolescentes apreendidos com droga, nos últimos meses aqui em Colina, estão indo para a Fundação Casa. Nos casos mais recentes os menores foram encaminhados para Araraquara”, informou. O delegado ressaltou, “a polícia só consegue tirar de circulação de 5 a 10% da droga que está na mão dos traficantes”. 

O Sargento Marcelo Fernando Colosi, que atualmente responde pelo comando da PM, não foi encontrado para falar sobre as apreensões. Ele substitui o Tenente Edson Rodrigues de Oliveira, que assumiu o Pelotão no final do mês de junho e retorna das férias em outubro. 

 

Delegado Antônio Alício Simões Júnior, que está à frente da Polícia Civil até o fim do mês.

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