Desespero, indignação e revolta são palavras que definem bem o que a comerciante Neidemar Ribeiro (foto), proprietária da loja Mil Trecos, que fica na Av. Rui Barbosa – centro, está sentindo.
Em menos de 3 meses ela foi furtada por duas vezes. Na 1ª vez os ladrões quebraram o vidro da vitrine e levaram mais de R$ 1 mil em eletrônicos, os artigos mais caros da loja. Na ocasião ela colocou um tipo de grade para dificultar a ação dos marginais, mas nada disso adiantou.
Na madrugada do dia 30 três bandidos arrancaram o batente da porta, conseguiram entrar na loja e furtar R$ 18 mil em equipamentos eletrônicos: celulares, DVD automotivo, notebook, video-game, caixas de som, webcan, máquina fotográfica e porta-retrato digitais.
As gravações das imagens, analisadas pelas Polícias Civil e Militar, mostram a ação dos bandidos que passaram pela 1ª vez, em frente à loja, por volta das 00h41. Depois de várias tentativas, eles conseguem entrar na loja à 1h56 e, segundo as imagens, o furto só terminou por volta de 3h. “As gravações mostram que várias pessoas passaram de carro em frente ao estabelecimento, viram os bandidos arrombando a porta e ninguém fez nada. Eles demoraram mais de uma hora para entrar na loja, tempo que o alarme ficou disparado e ninguém se incomodou com isso. Cadê a solidariedade das pessoas? Se alguém tivesse avisado à polícia talvez eles teriam sido pegos em flagrante”, desabafou a comerciante que fez de tudo para recuperar as mercadorias.
“Não podia cruzar os braços e ficar esperando, liguei várias vezes para a polícia, mas não consegui recuperar as mercadorias. Será que vou precisar abandonar a minha casa e dormir na loja para não ser furtada?”, questionou Neidemar, que registrou a ocorrência na Polícia Civil.
O que chama a atenção no caso é que os ladrões praticaram o assalto de cara limpa, sem esconder os rostos e também não se intimidaram com o alarme e continuaram furtando.
A comerciante foi comunicada pela PM, que foi até a sua casa por volta das 4h. Os bandidos entraram várias vezes na loja e escondiam as mercadorias nas imediações. Pelas imagens não dá para saber se os criminosos transportaram as mercadorias num carro porque usavam bicicletas. A PM passou pelo local durante o furto e avistou um dos ladrões, que fugiu deixando para trás as ferramentas utilizadas para arrombar a loja (pé de cabra, ferro, martelo) e uma bike.
A comerciante, que veio de Ribeirão Preto, está em Colina há 5 anos. “Tenho vontade de fechar a loja e ir embora porque a criminalidade chegou a um ponto insuportável. A segurança ficou renegada a 2º plano, a falta de investimento em material humano nas polícias é prova disso”, desabafou a comerciante. Até o fechamento desta edição, na terça-feira, a comerciante não tinha recuperado nenhuma mercadoria.