Um assalto deixou a família do comerciante José Frederico Dezolt “Fred” refém de bandidos armados e encapuzados na segunda-feira, dia 27. O mais incrível é que o roubo aconteceu em plena luz do dia, no centro da cidade, mas ninguém percebeu a movimentação da quadrilha, que permaneceu na casa por 5 horas, inclusive colocou um dos carros que estava na rua na garagem para carregar os produtos roubados. 

A reportagem esteve com a família na noite de segunda-feira e pode vivenciar a agonia do casal, inconformado com a ousadia dos criminosos. “Cheguei em casa, como todos os dias, para almoçar e fui recebido por um estranho, encapuzado e armado. Pensei que era brincadeira, mas logo vi mais dois e aí percebi a gravidade da situação”, contou o comerciante. 

A ação foi planejada porque os bandidos conheciam bem a rotina e os horários  da família e sabiam exatamente o momento certo de agir sem serem percebidos pelos vizinhos e pelas próprias vítimas, que não estariam em casa. 

Esta é a 1ª vez que um assalto à residência, com essa gravidade, é cometido na cidade. O que tudo indica é que os membros da quadrilha são de Colina, o que preocupa ainda mais. 

 

EMPREGADA, A 1ª A SER RENDIDA 

A primeira a ser rendida, por volta das 8h30, foi a empregada que deu de cara com os bandidos no quintal. Todos estavam armados com revólveres de cano prateado e usavam camisas para encobrir o rosto, deixando apenas os olhos e nariz à mostra. Um deles, inclusive, usou um óculos escuro durante toda a ação para dificultar o reconhecimento. 

A funcionária da casa ficou sozinha com a quadrilha por cerca de 4 horas, tempo em que os ladrões reviraram a casa toda em busca de jóias, dinheiro, eletrônicos e do cofre, onde estavam guardadas mais jóias e dois relógios, um rolex e outro universal. 

Como não achavam a chave para abrir o cofre queriam ir até a loja do comerciante, mas mudaram de ideia e resolveram esperar a chegada da família, um a um, para o almoço. 

Em um dos momentos a funcionária até chegou a receber o entregador do mercado, mas um dos assaltantes ficou atrás dela com o revólver apontado em sua direção. 

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ALVO ERA O COFRE 

Primeiro chegou a filha da escola, depois o comerciante e por último a esposa Lígia. Eles ficaram o tempo todo na sala vigiados por um dos bandidos, que  revezava na vigilância enquanto os outros enchiam as malas com roupas, perfumes, botas, sapatos, tênis e tudo que encontravam de valor. Um dos ladrões acompanhou Lígia na tarefa de localizar a chave do cofre, achada instantes depois. 

 “O alvo dos criminosos era o cofre, que foi aberto e tiraram tudo, só  depois disso eles resolveram ir embora. Nunca pensei em passar por uma situação dessas, a sensação que dá é que morri e entrei num mundo negro e parece que estou saindo aos poucos”, contou Lígia. 

Enquanto estava na casa os marginais comeram, beberam leite, vodka e refrigerante e até, acredite se quiser, dormiram em uma das camas. Antes de irem embora, trocaram de roupa deixando as que estavam na casa, além de algumas ferramentas para arrombar portas, o que não ocorreu. 

Para amarrem os pés e mãos das vítimas usaram gravatas e cintos e colocaram a família e a empregada dentro de um quarto, obstruindo a porta com um móvel. 

O filho do comerciante estava na sua loja, que fica alguns quarteirões à frente, na mesma avenida, quando viu seu carro, que estava na casa do pai passar em alta velocidade com um estranho no volante. Imediatamente ele percebeu que havia algo errado e como não atendiam o telefone na casa dos pais avisou imediatamente à PM que foi até o local. Antes, porém, a família percebeu que os bandidos tinham fugido e conseguiu sair do quarto. Dois investigadores também conversaram com as vítimas. Os bandidos saíram da casa por volta das 13h30. 

A família acredita que o acesso dos bandidos foi facilitado pela casa de esquina, ao lado da família, que está abandonada há vários anos e por onde os ladrões entraram e pularam o muro. “Qualquer um pode entrar na casa que está em péssimas condições e agora até se tornou em refúgio de bandidos”, protestou a família. 

 

PREJUÍZO GRANDE 

A família disse que apesar de tudo tem que dar graças a Deus por terem saído ilesos do assalto, mas que o susto foi muito grande. Além dos relógios de marca, da grande quantidade de jóias, roupas e calçados, a quadrilha levou muitas garrafas de uísque, notebook, 3 celulares, computador, TV LCD  Philips 42’, videogame DS e os dois carros que estavam na garagem, um Polo hatch 2003 e um Corsa Sedan 1996, ambos prata, sendo que somente o primeiro tinha seguro.  

 

 

Cordões, cintos e cadarços usados para amarrar as vítimas.      Roupas e objetos pessoais foram roubados. 

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