“Quem canta e dança seus males espanta” é com este ditado adaptado que os coordenadores do “Grupo de Dança Nova Geração – levando a vida com estilo” têm conquistado cada vez mais interessados em aprender a dançar.
O grupo começou em março deste ano com apenas 15 pessoas, hoje tem 70 e com gente na fila de espera. As aulas são gratuitas, porém é preciso ter frequência, disciplina e dedicação.
Jacqueline dos Santos e Fabiana Guedes dos Santos, moradoras dos bairros Nosso Teto e Vila Guarnieri são amigas do dançarino autoditada Uelito Silva “Sassa”, que tem uma habilidade incrível com os passos e coreografias.
“Conhecendo o potencial do Sassa decidimos convidá-lo para formar o grupo de dança. De início não tinha local e eu ofereci a varanda da minha casa, éramos um grupinho”, conta Jacqueline. “A brincadeira ganhou proporção e então conseguimos com o representante do bairro o empréstimo do Centro Comunitário, onde aconteceu a primeira aula pra valer com 15 participantes”, lembrou Fabiana. Elas também explicaram que os diretores da Escola de Samba “Unidos do Teto” deram o maior apoio, inclusive confeccionando algumas camisetas.
Sassa aceitou o convite dos amigas Fabiana e Jaqueline para dar aulas de dança.
SUPERAR AS DIFICULDADES E CRESCER
“O local dos ensaios ficou pequeno porque já temos 70 participantes, então mudamos para a quadra de futsal do bairro, que não tem cobertura”, explicou Jacqueline. Ela ressaltou, porém que a quadra não tem uma iluminação adequada já que algumas lâmpadas estão queimadas e quando chove não dá para ensaiar.
A apresentação do grupo em eventos fica prejudicada, pois nem todos têm a camiseta. Uma simples caixa de primeiros socorros também não existe para uma emergência. “A gente vem superando estas dificuldades com a boa vontade de todos e o apoio dos moradores do bairro, como um deles que empresta o som que é usado nos ensaios, outros ajudam comprando rifas para cobrir pequenas despesas”, disse Fabiana.
“Já temos a logomarca do grupo, agora queremos fazer um uniforme completo, com calça e camiseta, para podermos participar de eventos aqui e em outras cidades”, disse Sassa, que acrescentou, “portanto, estamos buscando o apoio de empresas da cidade para nos ajudar e dar continuidade a esse bonito trabalho, que resgata a autoestima de jovens e crianças”. Ele também foi taxativo ao afirmar que a dança afasta o adolescente do mundo das drogas. “Enquanto o jovem está aprendendo a dançar ele não tem tempo para a droga. Ele está empenhado em aprender uma nova coreografia e isso vai preencher o seu tempo livre, onde ele estiver”. Os bairros têm o maior índice de apreensão de drogas, segundo estatísticas.
Independente do ritmo o garoto Ygor Nascimento, 10 anos, dá um show de habilidade. Há 4 maeses frequentando as aulas, disse que aprendeu bastante e quer ser um grande dançarino.
UM APAIXONADO POR DANÇA
O dançarino que aprendeu se retorcendo em frente à TV começou aos 5 anos e nunca mais parou. Sossegou por um período por causa do rompimento do ligamento e retornou depois do tratamento. “Ficaria louco se não dançasse”, diz Sassa.
Depois de subir ao palco da Festa do Cavalo por dois anos consecutivos durante a apresentação do Rod Hanna, Sassa participou da gravação do DVD do grupo ribeirãopretano em 2007, na Recreativa. Também integrou um grupo de dança de Bebedouro, o “C2 Free Style”.
Hoje, aos 27 anos, ele trabalha como operador na Estação de Tratamento de Água na Usina São José, do Grupo Guarani, das 7 às 15h30, mas isso não impede de, graciosamente, ensinar seus pupilos nas noites de segundas e quartas-feiras.
“Eles me motivam. É um prazer passar para eles o que eu sei”, disse o professor e coreógrafo de axé, pagode, hip hop, funk e street dance Uelito Silva “Sassa”, que reitera o pedido de apoio aos colinenses para o Grupo de Dança Nova Geração.
Viviane Taís, 7 anos, integra o grupo de dança há 2 meses e não falta a nenhuma aula. “Adoro dançar. Danço o tempo todo em casa”, disse a menina.