Associação ganha identidade própria com criação de diretoria
Agora vai ficar mais fácil para os “Amigos da Estação” batalhar pelos ideais de revitalização do prédio, realização de eventos culturais e se possível até trazer um trem turístico para a cidade com a criação da Associação Amigos da Estação e Memória Ferroviária de Colina, fundada na tarde do último sábado, dia 7, durante mais um encontro no largo do prédio que será sede da nova entidade.
No evento foi constituída, por aclamação, a diretoria que tem como presidente o professor Renato de Oliveira Molleiro e vice-presidente a também professora Maria Dalila Prado Silveira, idealistas do projeto e que deram o ponta pé inicial ao movimento que agora tem representatividade legal.
A diretoria ainda é formada por outros colinenses que abraçaram a ideia desde o início, como José Jorge Curi Filho (1º secretário); Oscar Guillermo Meyer Castro (2º secretário); Paulo Roberto Pereira (1º tesoureiro) e Irgley Martins de Oliveira (2º tesoureiro). O Conselho Fiscal tem como membros Napoleão Jorge, Antônio Postigo e Flora de Faria e Souza Spechoto.
Antes da criação da diretoria, foi plantada uma muda de castanheira, símbolo da associação, sugerida em um dos encontros pelo contabilista Napoleão Jorge que comparou a Associação à árvore que, segundo ele, “não demorará tanto para dar frutos”. Também foi obra dele a fixação dos números 138, na fachada do prédio, que existem desde 1940 e há muito tempo não faziam parte do cenário.
Antes do plantio da muda de árvore no canteiro que fica em frente à estação, o professor Renato leu o “Poema sem fim”, de autoria dos Amigos da Estação, que retrata os ideais do movimento (veja o poema no site). Logo após aconteceu a constituição da diretoria que teve o consenso de todos. A fundação da Associação foi brindada com champagne trazida por Napoleão Jorge. O encerramento aconteceu com a apresentação de coreografias pela Cia Show.
Amigos da estação na entrada do prédio que é símbolo do movimento.
PARA PRESERVAR É PRECISO OCUPAR
Maria Lúcia Camargo, moradora em Jundiaí, ficou sabendo do movimento e fez questão de participar do encontro de sábado. Ela é filha de Luiz Camargo, que foi chefe da estação ferroviária de Colina por longos anos e aposentou-se aqui. A história dele faz parte de um livro que a cada ano traz a história de ferroviários que são contadas ou escritas pelas famílias dos funcionários.
“Parabenizo a ideia de querer preservar e o único caminho é ocupar, se não fizer isso a degradação vai continuar. Dá tristeza ver como tudo isso está e é o retrato fiel do que a sociedade faz com sua memória”, disse Maria Lúcia que contou que o pai conheceu a mãe por causa da ferrovia. “Cresci à beira da linha e nossa vida era pautada pelo trem, deitávamos e acordávamos com o apito dele. Se meu pai estivesse vivo iria ficar muito feliz com este projeto de recuperação. Temos que lutar para preservar este lugar, não podemos deixar a história morrer”.
O prédio da estação está cedido ao município por comodato, mas pode ser feito um projeto de lei para tombá-lo como patrimônio histórico, tornando-o de utilidade pública municipal. Essa é uma das batalhas que a Associação terá pela frente para que possa, de fato, dar sequência aos projetos. Os ideais do grupo chamaram a atenção da EPTV que esteve em Colina para a gravação de matéria, que foi ao ar no último dia 31. A emissora divulgou que a ALL – América Latina Logística, concessionária que administra a ferrovia, depende de licença ambiental para começar os trabalhos de recuperação do trecho em Bebedouro.
Maria Lúcia Camargo (Jundiaí), filha de ferroviário, fez questão de participar do encontro de sábado.
Participantes acompanharam o plantio da muda de castanheira pelo presidente da Associação, Prof. Renato Molleiro.
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