Feira do Brás gera polêmica novamente
Bolivianos e indianos tomaram conta do Lar Paroquial com a feira do Brás.
Os comerciantes foram pegos de surpresa na sexta-feira, dia 19, com a instalação da Feira da Madrugada no Salão Paroquial. A notícia correu a cidade e os lojistas imediatamente procuraram à Associação Comercial e Industrial de Colina (ACIC) para reclamar e pedir providências.
Feira semelhante, realizada em setembro de 2013, na sede de campo do Grêmio, deixou os comerciantes indignados que até procuraram à Câmara para reajustar a taxa praticada pela prefeitura aos ambulantes. A ACIC, à época presidida por João Roberto Felici, até apresentou uma proposta de preços aos vereadores, mas depois de muita confusão o projeto do Executivo foi aprovado sem alteração, o que deixou os lojistas insatisfeitos.
Depois de um ano e nove meses, a Feira da Madrugada retornou a Colina, desta vez com um número menor de barracas. O espaço e a duração também foram menores, porém a reclamação veio à tona novamente já que os lojistas consideram como “concorrência desleal”.
A diferença desta vez foi que todos os barraqueiros tinham o alvará de funcionamento provisório para funcionar nos três dias. Em 2013 a taxa de funcionamento recolhida foi de R$ 240,00 para cerca de 100 barracas que tomaram conta de todos os espaços da sede de campo do Grêmio.
O Departamento da Receita explicou que durante a realização da feira, no último final de semana, manteve um fiscal no Salão Paroquial para fiscalizar a chegada de outros barraqueiros, fora do grupo já instalado, para cobrar a taxa de funcionamento.
A prefeitura concedeu 14 licenças de R$ 172,99 e mais duas taxas de R$ 163,00 e R$ 160,00 para barraqueiros que se instalaram após o início da feira. A barraca principal, que apresentou o pedido na prefeitura, pagou R$ 456,69. O protocolo, já com o endereço do Salão Paroquial, tem data do dia 28 de maio. O pedido foi analisado pelo departamento jurídico e o organizador da feira apresentou toda documentação exigida e a autorização foi concedida em 17 de junho, nas vésperas do funcionamento ocorrido de 19 a 21 de junho.
QUEM FABRICA VENDE MAIS BARATO
O organizador Jovair Neves disse que a feira é formada por expositores da região de São Paulo, porém a maioria dos barraqueiros eram bolivianos e indianos.
Jovair está acostumado com a rejeição por parte do comércio e aguarda a liberação da licença em outros sete municípios da região, onde já protocolou o pedido. “A gente só monta a feira quando a vinda está totalmente autorizada e legalizada”, frisou.
Ele informou que cada um dos 15 expositores tinha seu alvará de funcionamento próprio, além da organização. “Quem fabrica pode vender barato, talvez esse seja o motivo da hostilidade que enfrentamos. Aqui nem conseguimos fazer propaganda volante porque ninguém quis se indispor com os comerciantes”.
Enquanto a reportagem estava no local uma mulher se aproximou e reclamou dos preços. “Com o valor dos produtos praticados aqui dá para comprar duas ou três peças em São Paulo”.
CONCORRÊNCIA DESLEAL
Os comerciantes colinenses, que não quiseram ser identificados, questionaram que, “mesmo com a crise econômica ainda precisamos enfrentar a vinda de ambulantes que não têm nenhum comprometimento com o município? A carga tributária cobrada para mantermos as portas abertas é grande e os ambulantes praticam preços menores porque os encargos são irrisórios se comparados aos nossos. É necessário que se avalie a qualidade dos produtos e até o estímulo à pirataria, já que as mercadorias são vendidas sem nota fiscal”.
Muitos também não entenderam a posição do pároco em alugar o salão da igreja para a realização da feira. “Nunca deixamos de participar das promoções da paróquia e esperávamos o mínimo de consideração do padre que não poderia ter disponibilizado o espaço”. Padre Santana não quis rebater as críticas.
COMÉRCIO É PREJUDICADO
O presidente da ACIC, Fausto Valentim Cortes, disse que a entidade ficou sabendo da vinda da feira na véspera da sua instalação. “Tudo foi feito em sigilo e quando tomamos conhecimento a feira já estava funcionando no Salão Paroquial. Não tivemos tempo para tomar nenhum tipo de providência, nem sei se algo poderia ser feito já que a prefeitura autorizou o funcionamento e a realização já estava em andamento em um imóvel particular, que tinha sido alugado previamente. É lógico que essa concorrência desleal afeta os comerciantes porque quem gastou na feira deixou de comprar no comércio que gera empregos, paga impostos e participa de todos os eventos da cidade”, disse Cortes.
Bolivianos, peruanos e indianos comercializam seus produtos no Lar Paroquial.
Algumas barracas se instalaram no passeio público, obrigando os pedestres a transitar pela rua.
Dúvidas
Quem Somos
Assine
Anuncie