Petrobras pode encerrar sociedade com a Guarani
Em 13/4/2011 o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, estiveram em Colina para anunciar a instalação da destilaria na unidade São José, que foi orçado em cerca de 30 milhões de reais. O que foi considerado uma notícia auspiciosa, hoje, 4 anos depois, torna-se preocupante com a possível saída da estatal da sociedade.
A sociedade entre a Petrobras, por meio da Subsidiária Petrobras Biocombustíveis, com a Guarani (controlada pelo Grupo Tereos) pode estar com os dias contados. Esta é a informação que propaga a todo momento na imprensa especializada em economia.
Confira as notícias que estão sendo veiculadas:
‘‘No que depender da Petrobras, a participação do álcool na matriz energética brasileira vai cair ainda mais. A companhia vai decretar uma espécie de moratória sucroalcooleira, fechando as torneiras para os investimentos no setor. A primeira a receber o impacto da decisão será a Tereos, sócia da estatal na Açúcar Guarani. A Petrobras não pretende sequer efetuar o último dos cinco aportes anuais de R$ 300 milhões na Guarani, referentes à compra de 46% da empresa – negócio selado em 2010. O prazo limite para o desembolso é outubro. Mas, desde já, a estatal busca mecanismos para se livrar da quitação da derradeira parcela e se desfazer da sua participação na sucroalcooleira antes mesmo dessa data. Ressalta-se que a associação com a Tereos foi a maior operação feita pela Petrobras Biocombustíveis. Ao todo, a petroleira já injetou mais de R$ 1,2 bilhão na Guarani. Procuradas, Petrobras e Guarani não quiseram se pronunciar’’, informou um site especializado.
‘‘O desembarque da Petrobras no capital da Açúcar Guarani remete ao segundo mandato de Lula, quando a estatal e o próprio BNDES entraram em campo para fomentar a indústria sucroalcooleira nacional: a petroleira, com a compra de participações em usinas; o banco, com uma farta temporada de empréstimos ao setor. A joint venture com o Grupo São Martinho, que deu origem à Nova Fronteira Bionergia, também data dessa época – a operação foi fechada em junho de 2010’’, destacou a imprensa de economia.
‘‘O meia-volta, volver da Petrobras se dá justo no momento em que o governo faz um novo movimento para aumentar as vendas de etanol e aliviar o garrote que aperta as usinas sucroalcooleiras. Em março, o índice de álcool misturado a gasolina passou de 25% para 27%. A medida tem a melhor das intenções: proteger uma indústria que fechou mais de 60 mil postos de trabalho nos últimos dois anos. A Petrobras, no entanto, está fora desse mutirão pró-etanol. Neste momento, não há nada mais anacrônico e deslocado na carteira de ativos da estatal do que os penduricalhos societários no setor. Até porque essa é uma área que só deu prejuízo à companhia. A esse desencaixe estratégico soma-se também a necessidade da companhia de vender participações para fechar as feridas financeiras abertas pelo ‘‘petrolão’’, diz nota veiculada na imprensa.
A reportagem enviou algumas perguntas à assessoria de imprensa da Guarani e obteve apenas esta informação: ‘‘A Tereos não tem nada a comentar sobre este assunto e mantém com a Petrobras Biocombustível seu interesse em desenvolver os resultados da Guarani’’.
Na oportunidade a redação também questionou a Guarani a respeito do grave problema enfrentado com a falta d’agua na safra passada na unidade São José. Consta que a empresa necessitou buscar água em outros municípios para auxiliar no processo industrial. Também ventilou a informação de que se o problema persistir poderia desencadear até na mudança da planta industrial para outro local. Nada foi comentado pela companhia de açúcar e álcool.
REPERCUSSÃO
Segundo ainda jornais e sites especializados, as ações da Petrobras registraram ganhos com a informação de que a estatal já decidiu, como parte de seu plano de desinvestimento, que não pretende manter sua participação nas 7 usinas de açúcar e etanol da Guarani, uma das maiores empresas do setor no Brasil, mas terá uma dura negociação com o grupo francês Tereos, controlador do negócio.
CRÉDITO LIMITADO
O Banco Central aprovou uma resolução que limitou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) a ter, no máximo, 25% do seu Patrimônio de Referência (PR) a um único cliente. Atualmente, o BNDES tem cerca de R$ 64 bilhões comprometidos com a Petrobras, sendo que 25% de seu PR é de R$ 24 bilhões. Ate lá, o BNDES não vai contratar novos empréstimos para a Petrobras até que a exposição do banco à empresa seja enquadrada nas novas regras do CMN (Conselho Monetário Nacional).
Depois do grave escândalo de corrupção pela Operação ‘‘Lava Jato’’ da Polícia Federal a Petrobras foi obrigada a rever seus negócios e estabeleceu um ‘‘plano de desinvestimento’’, que pretende vender cerca de US$ 13,7 bilhões de ativos até 2016. Entre as possíveis vendas estão: distribuidora de gás, oleodutos, postos no exterior, termelétricas e também a participação nas destilarias de álcool.
RELEMBRANDO
No dia 13 de abril de 2011 a unidade industrial São José da Guarani, instalada em Colina, estava em festa com a presença do presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, que veio anunciar oficialmente a instalação da destilaria com capacidade para produzir 110 milhões de litros de etanol por safra.
A comitiva federal também era formada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Os convidados foram recepcionados pelo presidente da Guarani, Jacyr Costa Filho e visitaram o canteiro de obras da construção da destilaria.
O prefeito Mi também participou do evento e considerou um presente de aniversário para a cidade que, em 21/4/2011, completava 85 anos.
Além da São José, a Guarani também tem unidades em Olímpia, Severínia, Pitangueiras, Tanabi, Guaíra e Guaraci. A Guarani adquiriu a São José do Grupo Andrade (Pitangueiras) no ano de 2006.
Diante das incertezas fica a pergunta: O que vai acontecer com a unidade São José de Colina?
Agricultores, políticos e convidados aguardam a solenidade oficial de inauguração da destilaria São José, instalada em Colina no dia 13/4/2011.
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