Vítimas de furtos e roubos imploram punição aos bandidos
 
 
Vítima de três furtos, Antônio Muniz (de costas), expôs aos vereadores sua indignação com a impunidade.
 
Comerciantes e moradores de várias partes da cidade, que foram vítimas de furtos e roubos, uniram-se espontaneamente para pedir punição aos bandidos que apesar de identificados estão soltos.
 
O grupo, cerca de 15 pessoas, esteve na Câmara na noite de segunda-feira, 3, e teve oportunidade de se manifestar após o término da reunião ordinária. Os reclamantes ficaram frustrados e decepcionados com a inexplicável retirada do vereador Galletti, também delegado de polícia, que foi embora assim  que a presidente encerrou a sessão
 
“Nós viemos aqui justamente para levar o problema ao conhecimento do vereador/delegado e ele, de forma pouco educada, vira as costas as nossas reivindicações”, disse uma das vítimas que pediu para não ser identificado por medo de represálias
 
Os demais vereadores permaneceram no plenário e ouviram as reclamações. Uma das vítimas distribuiu um texto que dizia: “Imploramos que vocês cobrem uma postura mais firme, efetiva e eficaz das autoridades responsáveis. Estamos à mercê de marginais que se sentem tranquilos e impunes, mesmo identificados. Não podemos esperar sentados pelo tal flagrante, os marginais não vão esperar para tirar ‘self’ com nossas coisas. Contamos com a compreensão e colaboração dos senhores. Que essa seja a primeira e última visita nesta casa por esse motivo e que a próxima seja de agradecimento”
 
PRECISAMOS DE MAIS ROUBOS E FURTOS PARA EXTRAPOLAR A ESTATÍSTICA
 
Durante o debate que aconteceu no auditório da Secretaria de Educação, que o prédio da Câmara passa por reformas, um dos participantes destacou: “Essa desculpa que as ocorrências estão dentro da estatística e abaixo do que ocorre em outras cidades não deve ser considerada. Se assim fosse temos que “importar” mais bandidos para extrapolar as estatísticas e sim a polícia agir? Não nos interessa  o problema da cidade vizinha, temos que nos preocupar com os nossos”
 
Ao usar da palavra alguns vereadores lembraram que foi solicitado ao prefeito a implantação da guarda municipal ou da atividade delegada, onde o policial militar trabalha no seu horário de folga, usando toda estrutura da polícia. Eles disseram que o prefeito Mi não acatou nenhuma das sugestões. Disseram também, a gente apresenta alternativas, mas cabe ao prefeito executar
 
Os manifestantes também criticaram o que chamam de “indústria da multa”. Segundo eles, com a municipalização do trânsito o município se beneficia das multas e, em contrapartida, paga pro labore aos policiais civis e militares. “Deveria acontecer de outra forma, o policial receberia um prêmio para cada bandido que prendesse”, sugeriu uma participante. Ela também disse que denunciou pontos de tráfico de drogas e ouviu como resposta dos policiais: “Nós temos família e filhos pra criar”. Retrucou: “se o policial não quer correr risco de enfrentar o bandido, não deveria ter ingressado na polícia”. 
 
REUNIÃO SEM SENTIDO 
 
As vítimas de violência também criticaram a presidente da Câmara e os vereadores em geral por terem feito a reunião com o capitão e sargento da Polícia Militar sem a presença dos comerciantes e população em geral. Cobraram uma nova reunião em que estejam presentes os representantes das polícias Civil e Militar. Diante da presença do público o vereador Jorge Vieira pediu, em regime de urgência, que fosse aprovado requerimento de sua autoria  convocando o Promotor de Justiça. A proposta foi aprovada. 
 
Ao final do debate um dos presentes lançou a seguinte pergunta: Se o medo, a covardia ou ainda relações inescrupulosas impedem que a polícia combata o crime, teremos que fazer justiça com as próprias mãos?
 
NOTA DA REDAÇÃO
 
O Jornal O COLINENSE foi convidado a cobrir a manifestação a convite dos organizadores e eu, João Roberto Felici, também estava na condição de vítima representando a empresa da família,  o Auto Posto Pégasos, que foi roubado 9 vezes.
 
Ao chegar ao local já fomos provocados pelo vereador/delegado e durante a reunião ordinária, onde  goza de imunidade  parlamentar, tentou nos ofender despreparadamente para mudar o foco da discussão. Mesmo sabendo da proibição em nos manisfestar, rebatemos as imputações distorcidas e doentias do vereador e cobramos que ele deve explicações a toda população por qual motivo ficou suspenso de sua função no período de 3 meses, no ano de 2013.
Mas, como era de se esperar, ele foi embora após o término da reunião ordinária e não participou do debate com os manifestantes. O jornal também fez a cobertura fotográfica, mas com receio de represálias, os manifestantes, exceto Antônio Muniz, pediram para que as fotos não fossem publicadas. Atendemos  os pedidos, porém lembramos  àqueles que se  sentirem prejudicados ou tolhidos no   sagrado DIREITO de se expressar, que procurem a Justiça e não se deixem  calar pela truculência de  pessoas  de cara feia  e aos berros. Isso não  pode e não deve ser motivo de intimidação.
 
O Ministério Público está à disposição de todos que se  sentirem  ameaçados ou perseguidos, afinal nós temos deveres, mas também temos DIREITOS.


Postado em 08/08/2015
Por: A Redação
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