MUDANÇA DAS ESTAÇÕES
Me encantei pelo vento,
vivo de redemoinhos.
Os meus segredos conto às aves
na mudança das estações.
Vivo sem testemunhas,
como os cantos das paredes,
como livros na estante,
quadros de fotografia...
Acordo nas manhãs
junto com memórias,
imagens de um passado
que se juntam a mim,
personagens de espelhos
que ousei inventar,
amores amanhecidos,
palavras que jurei esquecer...
Quero tantas coisas
e tenho coisas que quero perder.
A vida vai decidir se a lucidez vai me levar.
Tenho a tarde pra sorrir,
quem sabe até, me perder.
Preciso apenas de um grito
que me rasgue.
Queria uma canção pra assobiar,
uma paixão que me arrastasse,
um desafio qualquer,
que fizesse remendos em mim.
Queria teus braços
que me sustentaram quando enfraqueci,
quando o vento me chamou pra partir.
Marcos Tavares
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