As simpáticas maritacas também têm um lado destruidor
Maritacas perto da rede elétrica devem ser sinônimo de preocupação.
Depois de enfrentar o mesmo problema em 2014, que se repetiu novamente neste ano, o funcionário público Marcelo de Almeida procurou a reportagem para alertar sobre o perigo que o ninho de maritaca, no forro das casas, pode causar.
O final do ano é a época de reprodução destas aves que invadiram as cidades e podem ser vistas em bandos. As maritacas procuram uma abertura nos telhados das residências para entrarem nos forros e fazerem seus ninhos.
O perigo reside no fato que essas aves silvestres, com seu potentes bicos, roem o plástico que envolvem os fios elétricos, que desencapados podem se chocar e causar um curto-circuito que, além de queimar eletrodomésticos, podem até mesmo provocar um incêndio.
“Na primeira vez um curto-circuito me deixou no escuro, a sorte que não tinha nenhum eletrodoméstico ligado. Precisei chamar o eletricista que subiu no forro e encontrou o ninho com dois filhotes de maritaca. O perigo maior é que uma faísca, resultante do choque entre os fios desencapados, pode cair no capim seco que as maritacas e outras aves levam para o forro e iniciar o incêndio, que pode até destruir a casa se não for contido a tempo. Já pensou se isso acontece durante à noite ou quando não há ninguém em casa?”, comentou Marcelo que reside na Rua Atílio Paro, no Jardim Simões.
Ele disse que os vizinhos já reclamaram do mesmo problema. Além disso, essas aves são muito barulhentas e acabam incomodando. “Não quero atrapalhar as aves que são protegidas pela lei, mas já tampei várias aberturas e as maritacas sempre encontram um jeito de entrar no forro”, relatou Almeida, que acrescentou, “em tempo de crise todos os gastos não esperados pesam no orçamento”. Ele precisou trocar a fiação, providenciar a limpeza do forro para a retirada do capim seco e tampar as aberturas no telhado.
AVES SILVESTRES SÃO PROTEGIDAS PELA LEI
A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, em Barretos, que informou que recebe muitas ligações neste sentido e que esta é uma situação comum não só aqui na região, mas em todos os lugares.
A orientação é que as pessoas entrem em contato com a Polícia Ambiental, que está mais equipada e conhece os lugares de soltura e abrigo para estas aves silvestres protegidas pela lei.
A fonte do problema está no fato que o homem está acabando com o habitat natural de muitas espécies como as matas que deram lugar aos imensos canaviais, a pulverização descontrolada de inseticidas, entre outras medidas desastrosas que têm feito os animais migrarem para as cidades em busca de abrigo e alimento. Não são somente as maritacas que estão adotando a cidade como casa, mas também os gambas, lagartos popularmente conhecidos como “tiú” e até abelhas e marimbondos. O Corpo de Bombeiros só intervém quando há uma situação alarmante de risco. A recomendação é isolar o caminho até o forro para as aves não entrarem.
Já a Polícia Ambiental esclareceu que este tipo de chamada não é tão comum quanto se imagina. A recomendação é que o morador identifique a abertura quando a ave sai do forro e faça o fechamento da mesma. O uso de bombinhas e fogos de artifício também podem afugentar as aves.
A Polícia Ambiental esclareceu ainda que a retirada deve ser feita pelo morador porque não tem mobilidade e nem equipamento para esse tipo de procedimento. Os filhotes podem ser levados até as bases da Polícia Ambiental que funcionam em Barretos, na Av. 37, entre ruas 8 e 10, nº 0766, bairro Celina ou em Bebedouro na Rua Luiz dos Santos, 300 – Jardim das Acácias. A Vigilância Sanitária local informou que quando é procurada sobre este tipo de problema encaminha as pessoas para a base de Bebedouro, que atende Colina.
Em hipótese alguma as aves ou filhotes podem ser abatidos porque tal prática confere crime ambiental previsto no artigo 25 da lei 9605/98, que pune com multa e detenção. Os filhotes retirados da casa do Marcelo já estavam com pena e conseguiram voar.
Marcelo aponta para o telhado da casa, que se tornou o abrigo para as maritacas chocarem seus ovos.
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