Com problemas sino da igreja será substituído

Padre faz apelo para que sino antigo, com valor histórico, permaneça na cidade

Desde que a borda quebrou, provavelmente provocada pela substituição do badalo que também causou outros problemas, o sino da igreja não está mais sendo utilizado. O som que se houve de meia em meia hora, para anunciar as badaladas do relógio, são de uma gravação propagada pelas cornetas instaladas no campanário da matriz.

O problema se prolonga alguns anos e o pároco José Roberto Alves Santana então resolveu encomendar um novo sino de bronze para substituir o atual que está no mesmo lugar 92 anos e nunca tinha sido retirado. Ele foi doado pelo ex-prefeito Antônio Junqueira Franco “Nico” e custou na época 10 contos de réis. O político também foi um dos responsáveis pela campanha, iniciada em 1920, para a construção da igreja matriz feita através de doações de comerciantes e fazendeiros.

A história não está relacionada ao sino, mas também ao empresário Flávio Angeli, proprietário da Fundição Artística Paulistana, em Diadema-SP, que fez o novo sino e deve ser instalado dentro de no máximo 20 dias com a ajuda de um guindaste que irá içá-lo até o topo da torre, onde será fixado. O bisavô do empresário, Ângelo Angeli, confeccionou o sino da igreja em 1923 e seu nome foi gravado no bronze. A empresa que iniciou as atividades na Itália, no século XVIII, está 4 gerações nas mãos da mesma família.

“A arte de fazer sinos passou de geração em geração e o segredo foi revelado de pai para filho, tanto que somos especialistas na fabricação de sinos de bronze para igrejas, capelas, paróquias, dioceses, etc”, revelou Angeli que ressaltou, “o sino da matriz colinense trincou e por isso não pode mais bater, ou seja, está inutilizado para a função pela qual foi produzido.  O novo está pronto, é idêntico ao antecessor, com todos os detalhes. Ele é todo de bronze, tem mais de uma tonelada de peso e demorou quase 4 meses para ficar pronto. Antes de chegar na fundição passou por várias etapas. Posso afirmar, com toda segurança, que o sino colinense é um dos mais antigos que conheço”.

O proprietário da empresa, acompanhado pelos funcionários Maurício Moreno e José Elias da Silva Neto, esteve em Colina na terça-feira, dia 24, para fazer medições no campanário e estudar como será feita a substituição do sino atual pelo novo. A visitação à torre da matriz colinense foi acompanhada pelo padre Santana e Luiz Fachina, responsável pela manutenção da igreja.

SINO VAI SER DERRETIDO

O desejo do padre é que o sino antigo permaneça na cidade, mas ele vai entrar como abatimento no pagamento do novo que custou R$ 90 mil, valor que será pago com o dinheiro da paróquia e de algumas doações.

“Com a entrega do sino antigo o  valor diminui para R$ 60 mil. Dói muito saber que ele será derretido e o bronze usado na confecção de outros sinos. O valor histórico é incalculável porque foi fabricado antes mesmo da emancipação política de Colina”, explicou Santana que acrescentou, “a vontade é que o sino se torne acervo do museu, porém não temos R$ 30 mil para pagar a empresa. Se alguém tiver esse coração de deixá-lo aqui, onde sempre esteve, estamos aceitando doações. Pedimos a ajuda de empresários e políticos para que um dos patrimônios mais antigos da cidade não seja derretido e a história apagada”, destacou Santana.

Flávio Angeli explicou que o valor é caro por conta do bronze, material que tem alto valor de mercado. Ele garantiu que o som das badaladas será ouvido de longe, dependendo da direção do vento.

O novo sino vai aposentar as cornetas e o processo para a movimentação, de um lado para o outro, vai ser como antes, com o puxão de uma corda que ficará pendurada, sem a necessidade de subir no campanário. O novo sino será transportado de Diadema até Colina de caminhão.

Sino da igreja que será substituído por um novo dentro de poucos dias.

Empresário Flávio Angeli explica ao pároco como o novo sino será colocado no campanário da igreja.

Flávio com os funcionários da empresa checam o madeiramento do campanário da igreja.


Postado em 28/11/2015
Por: A Redação
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