Jardineiro revela dom de reproduzir miniaturas de igreja com perfeição
O dom de reproduzir miniaturas de igreja com tanta perfeição surpreende não só pela habilidade de retratá-las em tamanho tão reduzido, mas pela riqueza de detalhes que não escapam aos olhos atentos do jardineiro Rubens Donizete da Silva, de 46 anos, que tem paixão por este trabalho que além de paciência, exige muita dedicação e amor a esta arte milimétrica.
O jardineiro que mostra habilidade não só na profissão de ofício já foi tema de matéria veiculada neste semanário, que novamente retornou a sua casa no Jardim Simões alguns dias depois de concluir a maquete da igreja matriz de São Tomaz de Aquino, em Minas Gerais, reproduzida atendendo pedido de Luiz Carlos Martins da Silva que tem verdadeira adoração pela edificação.
“Ele me encontrou na internet e fez o pedido porque mudou de São Tomaz de Aquino para Franca. Ele queria ter em casa a réplica da igreja onde foi batizado, fez a primeira comunhão, etc”, contou Rubinho como é conhecido.
Antes de iniciar a confecção, em março de 2014, o artista viajou para a cidade mineira para ter noção das dimensões que a maquete iria ter. “Esse contato visual e as medições que faço são fundamentais para que a miniatura tenha a mesma projeção do tamanho original”, revelou Silva. A maquete demorou um ano e oito meses para ficar pronta e consumiu 840 horas de trabalho. “Demorou todo este tempo porque só podia trabalhar nela nos finais de semana”.
A confecção exigiu muita paciência do artista. “É como montar um quebra-cabeça, porém mais trabalhoso porque além de fazer, recortar e encapar as peças, uma a uma, é preciso colá-las e na hora da junção é necessário corrigir as imperfeições com massa corrida. Os vitrais são feitos com um capim fininho e as colunas com outro um pouco mais grosso. A torre é a primeira que monto porque fica mais fácil para seguir o corpo da igreja”, revelou.
TELHADO FOI MONTADO COM 7 MIL PEDACINHOS DE PAPEL
Quem vê a maquete não imagina que os minúsculos retângulos do telhado, que imitam as telhas, foi montado com quase 7 mil pedacinhos de papel milimetricamente cortados no mesmo tamanho. “Risquei telha por telha no papel cartão, todas medindo 50mm de comprimento por 30mm de largura. Com certeza foi uma das partes mais demoradas e o resultado valeu todo o esforço”.
A fascinação por miniaturas começou na infância e com o tempo o dom foi se aperfeiçoando e se concentrou nas igrejas. “Um dia estava sentado em frente à catedral em Barretos, achei tão lindo os detalhes da torre que surgiu um enorme desejo de reproduzi-la, o que aconteceu tempos depois”. A primeira réplica em miniatura que fiz foi do Santuário Nacional de Aparecida e na sequência vieram a catedral em Barretos e da Sé em São Paulo que o artista interrompeu e terminou em 2009 para fazer a igreja de São João Batista, de Bebedouro; o Portal de Gramado e a igreja de Paraty, no Rio de Janeiro.
“Após um intervalo de 5 anos comecei a fazer a igreja de São Tomaz de Aquino. Quase todas visitei antes de iniciar o trabalho, somente o portal de Gramado vi numa revista e a igreja de Paraty copiei de um cartão telefônico, usado na época dos orelhões”.
Rubinho manifestou o desejo de futuramente reproduzir a igreja matriz de Colina e a catedral de Petrópolis, que observa há muito tempo e tem um enorme desejo de vê-la em miniatura. Em 2010 o artista participou do Mapa Cultural com suas maquetes, recebendo menção honrosa.
O artista tentou descrever em palavras a paixão que tem por réplicas em miniatura de igrejas, porém não conseguiu. Ele apenas disse que “a satisfação é sua maior recompensa”.
Por causa do serviço Rubinho não tem tempo para se dedicar a sua maior paixão, mas se aparecer alguma encomenda ele aceita só não pode ter pressa porque é algo que tem um início e não um fim programado. Coisas de artista, principalmente daqueles que executam essa tarefa em medidas tão pequenas e com tanta perfeição.
Rubinho com a sua réplica em miniatura da igreja mineira de São Tomaz de Aquino.
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