Meu guarda-chuva português
Ontem estávamos reunidos num almoço festivo, quando nossa comadre comentou que irá comemorar o aniversário de 70 anos em Portugal.
Ela nos disse:
- Só convidei minhas quatro filhas; sem os genros e sem os netos e a neta. Claro, meu marido vai também.
Foi quando me convidei.
Espera lá comadre, eu também quero ir nessa comemoração natalícia e fazer turismo com minha velha também, sua comadre.
As despesas nossas serão nossas.
Essa ligação compadresca entre nós quatro é muito afetiva e harmoniosa.
Também pudera, sou primo da comadre e minha mulher é prima do compadre. E compadresco não é um parentesco de nascença; é uma escolha pessoal. É um compromisso sério.
E minha velha deu um aparte:
- Não eu não vou p’ra Portugal em outubro. Lá será outono e durante o outono no hemisfério norte chove bastante.
É eu sei, você não se lembra de que eu comprei um guarda-chuva lá em Faro?
Ótimo guarda-chuva.
Quando alguém arguiu: Aonde que fica Faro?
Faro é uma cidade praiana na região do Algarve, extremo sul de Portugal.
- Eu sei que é ótimo e também sei que você tem ciúmes demasiados do bendito guarda-chuva. Não precisa escondê-lo.
Claro que eu escondo. A empregada após o uso, não deixa um tempinho enxugando, para depois guardá-lo. Tem que ter zelo com os bens dos outros. Até porque a armação do meu guarda-chuva não é de metal inoxidável, ela é de alumínio, e o alumínio e outros metais que não contém cromo em sua composição sofrem uma oxidação, assim como o ferro que cria uma ferrugem em contacto com o oxigênio.
E a armação do meu guarda-chuva criou uma impureza que é o óxido de alumínio e com o passar dos anos vai danificar o tecido.
- Guarda-chuva de €5,00 (cinco euros). É exagerado o seu zelo, quando você morrer, vou botá-lo junto no seu caixão.
- Que bom, pelo menos vou usá-lo lá no céu.
Foi quando, outra também comadre, ex-cunhada nossa disse:
- E quem garante que você vai p’ro céu? ! ...
- Claro que eu vou. O próprio guarda-chuva será meu passaporte. O que é que eu vou fazer com guarda-chuva no inferno? Lá não chove. No céu chove Maná. Aí então usarei meu guarda-chuva.
E digo mais; quem quiser entrar no céu que tenha (no sentido figurado) seu guarda-chuva como passaporte.
Eu tenho três guarda-chuvas e a todos eu zelo muito bem.
Coronel 2000
Postado em 17/03/2012
Por: A Redação