Boa vontade, estratégia e união formam a receita para combater o crime, destaca Delegado
Dr. Rafael declarou que está trabalhando na identificação de outras quadrilhas que atuam na cidade.
O Delegado Rafael Faria Domingos relata em entrevista exclusiva à reportagem o trabalho desenvolvido para capturar a quadrilha de traficantes que atuava tranquilamente em Colina. A prisão de três envolvidos, no último dia 20, com mais de 22kg de drogas causou prejuízo de cerca de 80 mil reais ao grupo. O delegado, que tem sido elogiado pela população pela competência e determinação na ação de sucesso, revelou que já está trabalhando na identificação de outras quadrilhas que atuam na cidade.
Ele responde pela Delegacia desde o último dia 2 de abril, quando o titular se afastou para concorrer ao cargo de vereador. Com tão pouco tempo de trabalho fez uma apreensão recorde de droga, sob a coordenação da Polícia Civil e prendeu renomados traficantes que agiam impunemente.
O COLINENSE: A prisão da quadrilha de traficantes é um fato relevante para a polícia colinense?
DELEGADO:Sem dúvida, diante do número de indivíduos presos (3 maiores e um menor) e a quantidade de droga apreendida que abasteceria toda a cidade por um bom período de tempo, trata-se de uma prisão bastante relevante e importante para a Polícia Civil e Polícia Militar de Colina e até em âmbito regional.
OC: Há quanto tempo foram autorizadas as escutas telefônicas?
D:As escutas estavam ocorrendo há cerca de um mês. A lei autoriza inicialmente um período de 15 dias para escuta telefônica e esse período pode ser renovado. Acompanhamos inicialmente por 15 dias e foi renovado por mais um período quando obtivemos êxito nessa prisão.
OC: Como é feito este procedimento?
D: É feito uma solicitação ao juiz e o Ministério Público opina se deve ser concedida ou não. O juiz autoriza, oficia as operadoras e a polícia passa a ouvir em tempo real e também a gravar essas conversas para utilização posterior no processo.
OC: Essas escutas são feitas em telefones fixos e celular?
D: Fixo ou celular, neste caso específico a escuta recaiu sobre o celular do investigado.
OC: Paralelo a uma boa estratégia de atuação é preciso ter boa vontade e uma equipe engajada para obter sucesso neste tipo de operação?
D:Sem dúvida, isso foi demonstrado com a prisão desta quadrilha. O agente Leonardo, incumbido de acompanhar essas escutas, fora do seu horário de trabalho e até no carro particular, fez essas diligências junto com os policiais militares. Então é importante ter essa boa vontade e empenho da equipe para que haja êxito nas investigações.
OC: Como avalia a participação da Polícia Militar?
D:Extremamente importante, apoiou a gente de imediato quando foi solicitado. Um dos policiais até foi junto na diligência no próprio carro do Leonardo, então bastante relevante e importante porque sem a participação da Polícia Militar, com certeza, o êxito não ocorreria.
OC: Será expedido mandado de prisão para o integrante que fugiu?
D: Estamos analisando e se for o caso, quando relatado no inquérito, será solicitado a expedição de um mandado de prisão preventivo para ele, que depende do juiz e da correta identificação deste indivíduo também.
OC: Existem outros integrantes foragidos?
D: Existem algumas pessoas que ainda serão identificadas no curso do inquérito.
OC: Com as escutas telefônicas também foi possível identificar consumidores? Eles respondem por algum crime?
D:Foram identificados alguns consumidores e eles respondem pelo crime de posse de droga para uso pessoal. Eles serão intimados pelo juiz para prestarem esclarecimentos e estão passíveis de advertência ou eventual prestação de serviço à comunidade.
OC: Existe um levantamento de quanta droga era movimentada por essa quadrilha?
D:Essa quantidade, 20kg de maconha e 2kg de crack, muito provavelmente seria para abastecer a cidade por cerca de 15 a 20 dias e resultou num prejuízo de 70 a 90 mil reais para a quadrilha.
OC: A cocaína citada pela quadrilha e que não foi apreendida deve estar em circulação?
D: Provavelmente sim e o setor de investigação está trabalhando em torno disso.
OC: Há informação da procedência da droga?
D:Sim temos a informação do município de onde viria e agora estamos trabalhando para identificar também o fornecedor.
OC: Essa droga faz parte da “rota caipira”?
D:Com certeza. Tudo indica que essa droga que veio para Colina é proveniente do Paraguai. Entra pelo Mato Grosso do Sul e chega a grandes cidades como Ribeirão Preto e é distribuída para vários municípios, inclusive Colina.
OC: Os pontos de venda na cidade já estão identificados ou ainda está em investigação?
D:Os pontos de venda relacionados a essa quadrilha foram identificados, mas há outros pontos de venda de outras quadrilhas. Estamos trabalhando na identificação destes pontos de venda e dos indivíduos integrantes dessas outras quadrilhas também.
OC: A tecnologia também está a favor da Polícia? Isso ajudou na investigação?
D: A interceptação telefônica, o acompanhamento em tempo real das ligações telefônicas e da troca de mensagens entre esses indivíduos foi essencial para o sucesso da investigação. A Polícia Civil tenta sempre se atualizar nas novas tecnologias para acompanhar o que está ocorrendo no mundo do crime e poder exercer melhor o seu papel.
OC: O que o Sr. considera como fundamental para o êxito dessa operação?
D: O respaldo do Poder Judiciário, do Ministério Público e o empenho das equipes, tanto da Polícia Civil com o apoio da Polícia Militar foram fundamentais para o sucesso da operação.
A FOTO com a equipe da Polícia Civil, os Policiais Militares e a droga apreendida no último dia 20 ganhou repercussão na mídia regional. Além de desmantelar uma tradicional quadrilha, que atuava impunemente na cidade, o novo delegado fez a maior apreensão de droga sob o comando da Polícia Civil.
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