Cartilha da CNBB dá dicas de como escolher os candidatos
Padre orienta a pegar o dinheiro de quem está oferecendo mas, não vote nele, pois age de forma corrupta
Padre Santana com a cartilha que orienta os cristãos em que votar.
A Paróquia de São José recebeu 500 volumes da cartilha “Resgatar a dignidade da política”, produzida pela CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que na verdade é uma guia que orienta os cristãos sobre as eleições municipais e dá dicas de como escolher os candidatos para o eleitor não se arrepender mais tarde, exemplos não faltam que comprovam como maus políticos comprometem o crescimento de toda uma nação.
A Diocese de Barretos distribuiu a cartilha em todos os municípios da região e o conteúdo esta sendo discutido em 7 encontros com as comunidades paroquiais de cada cidade, que acontecem este mês e em setembro.
“Pastorear o povo de Deus é minha missão e abrir os olhos do rebanho é uma forma de contribuir para o bem da cidade. O cristão tem que refletir para não cair na armadilha dos políticos, principalmente agora na largada da campanha que deve ser feita de propostas e não de ataques e brigas pessoais”, disse Padre Santana.
A preocupação da Igreja Católica com a cartilha é resgatar a dignidade da política e a formação da consciência crítica. “Política significa o bem comum, ou seja, o que é bom para todos não só para uma minoria. Temos que saber identificar quem se preocupa realmente com nosso bairro e a comunidade. Não podemos nos deixar levar pelo que ouvimos porque nem tudo é verdade”, alertou o pároco.
CORRUPÇÃO ATÉ NA CAMPANHA
Padre Santana disse que a corrupção está mais perto do que imaginamos. “O político que favorece o eleitor de alguma forma é corrupto porque está se beneficiando com a compra do voto. Se age dessa forma, antes de eleito, imagine o que vai fazer no poder?”, questionou o pároco, ressaltando que uma das formas de escolher o candidato é pela sua postura na campanha política. “Aquele que age de má fé, mesmo antes de eleito, não será o melhor para o futuro da cidade. Corrupção também é se afastar do emprego para poder descansar, ganhar dinheiro sem trabalhar e não lutar em prol de nada”.
Padre Santana aconselha os fiéis a aceitar o dinheiro que é oferecido na campanha. “Eu pego porque se está oferecendo tem para distribuir, mas não é um bom candidato. Não devo votar porque está agindo de forma corrupta”.
POLÍTICOS ABUSAM DA FALTA DE CONSCIÊNCIA CRÍTICA DO ELEITOR
Não devemos só culpar os políticos pela crise que o país atravessa, mas também o povo que os colocou no poder. Será que se os lugares estivessem ocupados por outros aconteceria o mesmo?
“Temos que optar pelos candidatos que realmente vão fazer algo pela cidade e para não correr o risco de se arrepender é preciso refletir antes de votar. Quais são candidatos que visitaram nosso bairro e fizeram algo depois de eleitos? A realização que me refiro é durante o mandato e não agora às vésperas das eleições”.
Outra percepção que deve estar clara para o eleitor é sobre qual o papel do vereador. “Ele não tem condições de fazer nada porque quem faz é o Executivo. A missão do vereador é fiscalizar a administração municipal e criar leis que favoreçam a população”.
E não é só isso, o eleitor deve analisar o histórico da vida pública do candidato que já foi eleito e está concorrendo novamente. “As perguntas que o eleitor deve se fazer é que quando eleito o que fez, lutou em prol de quem? Ele viu as necessidades do meu bairro, fez projetos em prol do povo?. Não posso votar porque outro quer que eu vote ou se me beneficiei de alguma forma. Após eleito o político tem que trabalhar para a cidade e não pelo partido”.
Como a eleição é municipal conhecemos os candidatos e isso ajuda bastante na hora da escolha. “O que deve pesar na balança é o testemunho do candidato, se tem caráter, idoneidade e fidelidade com seus princípios morais. Em cidades pequenas fica bem mais fácil fazer essa análise e o risco de errar é menor”.
VOTO NULO E BRANCO: FALTA DE COMPROMISSO
Com a desmoralização política que vive o país devido aos escândalos de corrupção surgiu um sentimento de descrédito com a classe política. Para o pároco o eleitor não pode deixar de votar porque tem um compromisso como cidadão. “Não podemos lavar as mãos para nada, de maneira alguma, tenho que votar em alguém. Anular o voto ou votar em branco é falta de compromisso com a política e Deus não quer isso, de jeito nenhum. Se os candidatos não são bons devo escolher o menos pior. Devemos ficar atentos naquilo que falou na campanha e depois cobrá-lo”.
CAMPANHA NÃO É GUERRA
A campanha ajuda na escolha porque o candidato mostra as intenções e de que maneira vai realizá-las. “A campanha não foi feita para atacar o adversário. Se não tenho condições de mostrar minhas propostas ataco para poder crescer. Isso a Igreja não aprova e tolera de maneira alguma”. Ele sugeriu fazer um debate e se ofereceu a ajudar caso haja interesse em realizá-lo.
Padre Santana vai fazer um trabalho de conscientização durante as missas. “A Igreja é política, não age na politicagem e não tem partido porque age em prol de um todo”.
Não é a toa que o voto é tão valorizado pela classe política, mas infelizmente não pelo povo que é quem tem esse poder enorme nas mãos e ainda o usa sem critério e consciência. ´
Cartilha orienta católicos a escolher os políticos.
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