Pólo de Colina vai sediar evento em comemoração aos 10 anos da APTA
Avanço nas pesquisas despertam a atenção de estudantes brasileiros e estrangeiros, que buscam conhecimento no Pólo colinense
A APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios completa 10 anos neste ano e como Colina sedia um dos 15 pólos implantados no Estado, o Departamento que coordena os Pólos Regionais fará um evento comemorativo no próximo dia 20, aqui no município, com a participação de todos os Institutos de Pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Em entrevista, o diretor e pesquisador do Pólo de Colina, Flávio Dutra de Resende, conta que a descentralização, com a criação dos Pólos Regionais, contribuiu bastante para a evolução das pesquisas, principalmente na Unidade de Colina que conta atualmente com 13 pesquisadores, a maioria com título de doutor obtido nas mais renomadas universidades brasileiras.
“Antes da criação da APTA, o Pólo Regional da Alta Mogiana trabalhava somente com pesquisa na área de equídeos, bovinos de leite e corte. Com a criação da APTA Regional, Colina recebeu mais 10 pesquisadores e as ações se diversificaram. Atualmente trabalhamos nas áreas animal (equídeos, bovinos de leite e corte) e vegetal (fruticultura, citros, seringueira, cana-de-açúcar e grãos: milho, sorgo, soja, amendoim e feijão); todas desenvolvem pesquisas de ponta com contribuições importantes para o setor do agronegócio regional, estadual e brasileiro”, explicou Resende.
PESQUISAS GANHAM DESTAQUE
Todas as pesquisas desenvolvidas no Pólo de Colina são importantes, mas algumas estão com maior visibilidade no setor produtivo, como é o caso do projeto de produção de leite a pasto. “Através das pesquisas queremos demonstrar a viabilidade de produzir leite a pasto e com qualidade. O leite produzido aqui é considerado o melhor da região norte do Estado”, comentou.
Na Unidade de Pesquisa de Colina também são desenvolvidos os projetos de citricultura, bovino de corte e de equídeos. “Como Colina é conhecida como Capital Nacional do Cavalo estamos contribuindo para o setor. Somos o único fornecedor de cavalos da raça Brasileira de Hipismo para o policiamento da capital e interior. O animal é fruto de um projeto de melhoramento da raça e da adoção de práticas de bem estar animal, conforme matéria veiculada recentemente na Rede Globo”. Acrescentou, “em Colina, no ano passado, nasceu o primeiro jumento oriundo de sêmen congelado, tecnologia inédita no mundo e que possibilitará maior intercâmbio entre os diversos criadores do país. Também estamos testando novos materiais mais produtivos e resistentes à pragas e doenças de seringueira”.
ESTÁGIÁRIOS LEVAM CONHECIMENTO PARA O MUNDO
Outra importante contribuição do Pólo e a propagação de conhecimento através dos estágios que disponibiliza para estudantes de todas as partes do país e do mundo. “Tivemos recentemente na Unidade de Pesquisa alunos da Holanda, Portugal, Inglaterra e das mais diferentes localidades do Brasil, desde o Rio Grande do Sul até o norte e nordeste. A vinda destes estudantes, para receberem treinamento aqui, é prova do avanço tecnológico que a Unidade de Pesquisa teve com a criação da APTA em 2002”. Ressaltou, “nossos projetos de pesquisa são conhecidos no meio científico, prova disso é o grande intercâmbio existente entre nós e as diversas instituições nacionais e internacionais”.
Em 2011, o Pólo conseguiu um projeto inédito junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia, através do CNPq, com concessão de 20 bolsas de Iniciação Científica Júnior (IC-Jr). “Após o projeto de seleção na Escola Agropecuária, as bolsas são concedidas aos melhores alunos, que têm o primeiro contato com a pesquisa e uma oportunidade ímpar para serem os futuros pesquisadores do Brasil. O projeto é inédito e neste ano estamos indo para a 2ª turma com mais 20 bolsas”.
A Fazenda do Estado, onde a APTA funciona, tem uma área total de 1.000 alqueires, dos quais 20% são utilizados pela Escola Agropecuária e o Recinto da Festa do Cavalo. Do restante, 30% se destina a reserva legal e aproximadamente 8% como área de preservação permanente (APP), 420 alqueires (42%) são utilizados no plantio de culturas e criação de animais utilizados no desenvolvimento dos diversos projetos de pesquisa.
“Para nos adequarmos a legislação ambiental, em parceria com o DER, em 2011, foram plantadas 140 mil árvores nativas na Unidade, o que possibilitou recuperar 100% da APP e ampliar a reserva legal”, explicou Resende.
O Pólo também tem conseguido aprovar projetos nas mais diferentes agências de fomento do país. Para Colina, ter uma unidade da APTA, é prova de que as pesquisas realizadas aqui, além de se tornarem conhecidas no meio científico, tem contribuído para o avanço do agronegócio brasileiro.
Rodolfo Modesto Toga, técnico de laboratório, efetua pesagens para avaliação de composição química de alimentos.
Postado em 07/04/2012
Por: A Redação