Goiás de Cora Coralina

A antiga capital do Estado de Goiás, Vila Boa, passou a se chamar Goiás Velho e depois Goiás. É uma cidade patrimônio da humanidade, fundada por bandeirantes paulistas na época das lavras de ouro. Lá estão os museus de Arte Sacra e das Bandeiras. Em 1942 a capital foi transferida para Goiânia, cidade planejada, onde na década de 90 residi e trabalhei. Viajava até a antiga capital e visitava Dom Thomaz Balduino, Bispo da diocese e também a poetisa Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nome da escritora Cora Coralina, doceira de profissão, a mais famosa e a melhor doceira com a sua mesa sempre farta a nos convidar. Morava na casa da Ponte, pois ficava ao lado da ponte sobre o Rio Vermelho, que corta a cidade. Com a idade avançada aos 94 anos, foi eleita Intelectual do Ano e recebe o troféu da União Brasileira de Escritores. E pasmem...! Ela só tinha instrução primária! Dentre suas obras, poemas e lições de vida, destacamos:

Saber Viver

Não sei... se a vida é curta

Ou longa demais para nós,

Mas sei que nada do que vivemos

Tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe,

Braço que envolve,

Palavra que conforta,

Silêncio que respeita,

Alegria que contagia,

Lágrima que corre,

Olhar que acaricia,

Desejo que sacia,

Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,

É o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela

Não seja nem curta,

Nem longa demais,

Mas que seja intensa,

Verdadeira, pura... Enquanto durar.

Alberto Raad 


Postado em 02/09/2017
Por: A Redação
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