Chuva causa estragos e prejuízos na cidade
Comerciante vai acionar a justiça para que problema seja resolvido
Enxurradas das propriedades rurais, ao lado do Jardim Taninha, que invadem a cidade e chegam até a Rua 7.
O grande volume de chuva que caiu na cidade na noite de quinta e madrugada de sexta-feira, dias 7 e 8, trouxe à tona o antigo problema das enchentes na área central. A paciência dos comerciantes transbordou já que as lojas foram invadidas pelo barro, causando prejuízos e muita sujeira.
Os comerciantes entraram em contato com a reportagem que esteve na Rua 7 de Setembro na sexta-feira e encontrou funcionários e proprietários limpando os estabelecimentos antes da abertura. Apesar de ser feriado municipal (Imaculada Conceição), a maioria das lojas funcionou durante a manhã.
Um dos estabelecimentos mais atingidos pelos estragos foi o Tecidos Lúcia, de propriedade do casal Fausto Cortes/Lúcia, que há vários anos pede providências da administração pública para a solução do problema.
“Há 46 anos estamos estabelecidos no mesmo lugar e todo mundo sabe do problema, mas nunca nenhum prefeito fez nada pela gente. Todo ano, em época de chuva, é a mesma coisa. Até quando vão permitir que isso aconteça”, desabafou Fausto que perdeu roupas e calçados que ficaram encharcados. “Calculo um prejuízo de R$ 10 mil e quem vai pagar a conta? Eu não aguento mais. Vamos doar as mercadorias porque ninguém quer comprar um produto danificado pela água que invadiu a loja”.
“Não está fácil driblar a crise e o lucro que tivemos nesses meses foi todo embora. Já são 9h30 da manhã e não consegui abrir minha loja e isso gera mais prejuízo. Estamos em pleno mês de compras e estou deixando de vender”, destacou Fausto.
O comerciante disse que algumas mercadorias ficam expostas no chão para deixar à vista do consumidor. “Os produtos que estavam em cima dos balcões e nas prateleiras não foram atingidos, mas imagine se todos estivessem no chão. O prejuízo seria muito maior. Esse problema tem impedido a gente até de trabalhar porque precisamos deixar as mercadorias no depósito”, salientou Cortes que frisou: “Pagamos os impostos e temos o direito de reivindicar. Sou presidente da Associação Comercial e estamos cansados de ouvir promessas em época de eleição e depois os políticos nem por aqui passam”.
Ele explicou que os comerciantes não podem mais esperar a boa vontade da administração municipal para a construção das galerias. “O escoamento existente sempre foi insuficiente e quando chove mais forte então todo mundo sabe o que acontece, alagamento, transtorno e muito nervosismo”, justificou Fausto que acrescentou, “temos que agir porque não está fácil, vou procurar o Ministério Público para acionar a prefeitura, que terá de encontrar uma solução para o problema”.
PREFEITO SE MANIFESTA
“Temos pleno conhecimento da situação. Tanto que nas duas primeiras administrações fizemos algumas melhorias com o objetivo de redirecionar a água da parte alta da cidade. Infelizmente o problema persiste. Algumas propriedades rurais, que margeiam a cidade, não têm contenção da água da chuva e isso dificulta o serviço da prefeitura. Estes proprietários rurais, próximos ao Jardim Taninha, já foram notificados. A água que desce do local chega na região da Biblioteca e passa por cima da estrada de ferro”, explicou o prefeito Dieb que destacou também, “outro problema é a água da Fazenda do Estado. Trabalhamos juntos fazendo no local curvas de nível. Mas é impossível conter 100%. É preciso considerar que choveu muito, no último dia 7, mais de 70mm em cerca de 1 hora, portanto é um volume excessivo de água em pouco tempo. Este não é um problema local, vem acontecendo em várias cidades e fica difícil a gente lidar com a natureza. Lembrando ainda que na semana anterior, quando choveu mais de 160mm, este grande volume d’água causou crateras na Vila Guarnieri, no cruzamento das avenidas Pio de Mello Nogueira com Cel. Antenor Junqueira Franco e próximo à entrada da Escola Agropecuária”.
Dieb ainda disse: “estou prefeito pela 3ª vez e os investimentos com galerias de águas pluviais vem sendo prioridade. Isto é público e notório. Nenhum bairro da parte alta da cidade tem galerias. Para tentar solucionar este problema fizemos as galerias na Av. José Francisco Azedo que captam água dos diversos bairros e canalizam para o córrego José Venâncio, com a descarga próximo à Faria Lima para evitar acúmulo de água dentro da cidade e inclusive no lago onde já acontece de forma desordenada. Estamos com novas obras na Av. José Francisco Azedo e no Parque Débora Paro. Vale destacar que em 2007 o bairro Jardim Santa Lúcia não tinha nenhuma infraestrutura. Antes do asfalto fizemos um serviço completo de galerias de águas pluviais em todo bairro”.
O prefeito também explicou que, “a água pluvial próximo ao prédio e a nova rua está canalizada para uma galeria diferente da que passa pela Rua 7 de Setembro, justamente para melhor direcionar e evitar o acúmulo de água. Mais um exemplo é o Distrito Industrial que antes da pavimentação terá início, em breve, a implantação de galerias. Portanto, fizemos as coisas com planejamento e respeito aos colinenses. Agora é necessário respeitar a natureza. E os alagamentos ocorrem somente quando tem este grande volume de água”, finalizou Dieb.
Comerciante mostra as mercadorias estragadas pela água e a sujeira que invadiu a loja.
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