Lula demora para se entregar e prisão ganhou destaque
Os olhares de todo país ficaram voltados para a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo-SP, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto) se abrigou após ter o mandado de prisão expedido na quinta-feira, dia 5, pelo juiz Sérgio Moro.
Uma multidão se aglomerou na frente do local após a chegada do político que tinha prazo para se apresentar voluntariamente até às 17h de sexta-feira, dia 6, o que não aconteceu. O petista foi condenado a 12 anos de prisão e um mês por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá que, segundo as investigações, apontou que recebeu como propina da construtora OAS para favorecimento da empresa em contratos com a Petrobas. Lula nega as acusações.
No final do prazo estabelecido pela justiça, Lula tentou sair de carro da sede do Sindicato, mas foi impedido pela militância. Após negociações, o ex-presidente finalmente se entregou na noite de sábado. A Polícia Federal montou um esquema para que a prisão ocorresse sem tumulto e confusão, que deu certo. Ele foi levado de carro por agentes até a Superintendência da PF em São Paulo, onde realizou exame de corpo de delito e de lá seguiu para o aeroporto de Congonhas para finalmente decolar com destino a Curitiba onde começou a cumprir a pena numa sala especial na Superintendência da PF na capital paranaense. O espaço reservado é um direito previsto em lei.
Lula foi condenado por Moro na primeira instância e a condenação do ex-presidente se confirmou em 2ª instância pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
A defesa tentou evitar a prisão do petista com um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal, mas o pedido foi negado pelos ministros por 6 votos a 5. A votação só terminou na madrugada de quinta-feira. Outros recursos como os embargos dos embargos de declaração foram apresentados no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, mas também foram rejeitados. A prisão ganhou grande repercussão por se tratar de um ex-presidente, o 1º a ser condenado por crime comum.
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