Intensa participação comunitária marca trajetória de Heitor
Heitor Bombig ladeado pelos amigos Beto Felici e Paula Trotta formavam a equipe de O COLINENSE.
O Mal de Alzheimer ofuscou a vida ativa e a participação comunitária, características marcantes da personalidade de Heitor Bombig Filho, 77 anos, que há vários anos lutava contra os sintomas degenerativos da doença.
Os problemas, desencadeados pelo Alzheimer, foram a causa da sua morte ocorrida na manhã de segunda-feira, dia 14, às 10h50. Ele passou mal em casa e foi levado às pressas ao Pronto Socorro, onde veio a óbito instantes depois.
O caixão ficou encoberto pelas bandeiras do Grêmio, Colina Altético e Apae, entidades que ajudou a fundar e das quais foi diretor e presidente por vários anos. O sepultamento, acompanhado por dezenas de pessoas e pelos familiares de Ituverava, São Joaquim de Barra e São Paulo, aconteceu na terça-feira, às 9h, no Cemitério Municipal.
A VIDA PÚBLICA
Heitor, o 11º filho de uma família de descendência austríaca e italiana, nasceu em Morro Agudo em 7/11/1934. Em 1947 a família mudou-se para Colina, onde o pai foi administrador da Fazenda do Turvo por 22 anos.
Formado no Magistério, Heitor começou a lecionar em 1958 na escola do Turvo e um ano depois se casou com Zaíra Drubi, já falecida e com quem teve os filhos Vinícius, Conrado e Daniela. Exerceu o magistério por mais de 31 anos e sempre desempenhou funções extraclasse. Além disso, ajudou quase todas as entidades da cidade, tendo carinho especial pela Apae, da qual foi fundador e presidente.
Ocupou todos os cargos da diretoria e do conselho deliberativo do Colina Atlético, passou pela presidência e diretoria do Grêmio. Também deu sua contribuição ao Centro Assistencial Espírita “Jesus de Nazaré”, Asilo São José, Casa Assistencial, Hospital José Venâncio, Associação Municipal de Ensino de Colina, Corporação Musical “Dr. Oscar de Góes Conrado”, Grêmio de Jaborandi, entre outras.
Em 1985 assumiu o cargo de diretor-administrativo da Câmara Municipal, desligando-se em 89, mesmo ano da aposentadoria, para assumir a direção deste semanário ao lado do jornalista, sócio e amigo Beto Felici. Desligou-se da sociedade em 1993 para retornar à Câmara, mas continuou sendo fiel colaborador de “O COLINENSE”.
Além da família e do trabalho, tinha duas paixões: era são paulino de corpo e alma e adotou Colina como sua terra natal, tanto que à frente das entidades deu sua colaboração para o progresso da cidade sem nunca ter recebido salário. Em dezembro de 2008 recebeu o título de “Cidadão Colinense” concedido pela Câmara. A política o encantava, mas nunca disputou uma eleição. Costumava dizer que, “a melhor política é aquela que se faz com o coração, para o bem do próximo”.
Ao mestre Heitor
Em meados de 1989 recebi o convite do professor Heitor Bombig Filho para nos tornarmos sócios e reeditar este tradicional Jornal “O COLINENSE”. Para mim, ainda estudante de Jornalismo, foi um desafio assumir tamanha responsabilidade e ao mesmo tempo uma honra pela deferência.
Abraçamos a empreitada. Não foi e não é fácil fazer jornal no interior, porém o entusiasmo do professor Heitor, o companheirismo e o prazer em escrever e registrar, fielmente, cada página da história da cidade, amenizavam nossa labuta. Com outras passagens pelo jornal, ainda na era tipográfica, ele dizia que a afinidade com o papel e a tinta estava impregnada no sangue.
O fiel são paulino, de personalidade marcante, foi autor de sua própria história. Mesmo não sendo colinense nato, participou ativamente da direção de vários clubes e entidades como o Colina Atlético, Grêmio, Apae (sócio fundador), Associação Municipal de Ensino de Colina, Casa Assistencial, Hospital, entre outras.
Exímio redator, elaborava atas como ninguém. Primava pela retidão e sempre dizia que ser honesto não é virtude e sim obrigação. Professor de formação, gostava de imprimir a disciplina por onde passava, o que, às vezes, o levava a não ser compreendido por alguns. Era um ferrenho defensor do Artigo 5º da Constituição Federal que versa sobre os direitos e deveres individuais, apesar de sempre colocar o segundo em primeiro lugar.
Nunca esmoreceu com os percalços da vida, pelo contrário, trazia no semblante o entusiasmo pela vida até que, há 4 anos, o Alzheimer se agravou e então nos deixou no último dia 14.
Pai, esposo, amigo, o nosso querido mestre Heitor deixa um legado de amor, exemplo e respeito ao próximo.
Beto Felici
Postado em 19/05/2012
Por: A Redação