Ciclistas desrespeitam o trânsito enquanto fiscalização e punição não entram em vigor
CAPA – O grave problema dos ciclistas que desrespeitam as leis de trânsito é antigo. Da mesma forma é a falta de orientação, advertência e punição por parte dos órgãos competentes. Em 01 de novembro de 2007 este jornal mostrou o fato acima na capa com a seguinte manchete: “Impunes, ciclistas continuam a desrespeitar leis de trânsito”. A reportagem abordava o problema e cobrava providências das instituições responsáveis devido às inúmeras ocorrências de acidentes registradas. Na ocasião o texto dizia: “Será que é preciso um ciclista ser atropelado e morto para que tomem providências?”
No último dia 11, um jovem de 15 anos descia a Rua 7 na contramão e foi atropelado brutalmente por uma moto. Foi hospitalizado, mas não resistiu aos graves ferimentos e faleceu na terça-feira, dia 22.
Ciclistas descem a Rua 7 na contramão, onde aconteceu acidente com o jovem que morreu esta semana, após ser atropelado por uma moto.
O desrespeito às leis de trânsito por parte, principalmente dos ciclistas, vem sendo abordado há vários anos por este jornal. Em 01/11/2007, menos de um mês após a mudança de sentido da Rua 7 de Setembro que passou a ser mão única, a reportagem estampou a seguinte manchete: “Impunes, ciclistas continuam a desrespeitar leis de trânsito” (veja íntegra abaixo). O texto aborda a rejeição pela Câmara de um projeto de lei do Executivo que pedia o emplacamento das bicicletas. Cobrava providências dos órgãos competentes como orientação, advertência e punição. E por fim questionava: “Será que é preciso um ciclista ser atropelado e morto para que tomem providências?”. Dizia ainda: “Os Poderes Constituídos têm o dever de buscar soluções para os problemas. É preciso união, bom senso e vontade. Basta de ser esquivar, precisamos de atitude e solução”. Na ocasião o então prefeito Dieb disse que o trânsito é um assunto de responsabilidade da prefeitura e a fiscalização cabe à Polícia Militar. Já o sargento Ari, comandante da PM à época, disse que o trabalho da polícia não produz o efeito desejado, pois não tem o respaldo de lei municipal para estar recolhendo a bicicleta dos infratores.
MAIS ACIDENTES
Vários foram os acidentes registrados com ciclistas que trafegam na contramão e também sobre as calçadas. Em 2010 um senhor que descia a Rua 7 na contramão bateu num veículo que ia cruzar a rua. Depois de ser internado veio a falecer. Em um outro caso uma estudante foi atropelada na calçada do lago e precisou ser submetida à cirurgia no tornozelo.
Em 2013, um comerciante foi atropelado por uma bicicleta na contramão em frente à Caixa Federal. Ele foi ao Ministério Público e cobrou providências. O MP exigiu medidas urgentes da prefeitura que, em seguida, enviou projeto de lei à Câmara que dispunha sobre o tráfego de bicicletas. Em 17/12/2013 o projeto foi aprovado e sancionado pelo Executivo em 20/12, tornando-se lei. No entanto, ficou faltando a elaboração, por parte da prefeitura, de um decreto para regulamentar as punições aos infratores. Isso não foi feito até o momento.
AGRAVANTE
Com a chegada das bicicletas elétricas o problema agravou-se. Ciclistas, sem o mínimo de respeito, senso de responsabilidade, entre outras coisas andam na contramão em alta velocidade, favorecendo ainda mais a possibilidade de acidentes.
Reportagem veiculada em 2007.
“Impunes, ciclistas continuam a desrespeitar leis de transito
Muitas têm sido as reclamações sobre os abusos dos ciclistas que além de trafegarem nas calçadas e praça central, também não estão respeitando o sentido único de direção implantado há pouco tempo nas ruas Sete de Setembro, Treze de Maio e Expedicionário Roberto Marcondes.
A vice-diretora da EE“ prof. Darcy Vaz”, Maria Clara Paro “Tatala”, foi vitima do abuso dos ciclistas na ultima semana. Ela conta que a porta do seu carro ficou danificada depois de ser colhida por ciclista que, além de estar distraído porque conversava com outra pessoa, trafegava na contramão. “Quando o fato aconteceu, chamei o condutor da bicicleta, que evadiu-se às pressas do local. Tentei encontrá-lo nas imediações da Rua 7 para repreende-lo e pedir que tomasse mais cuidado, mas não o encontrei. Acho que todas as pessoas que são vítimas desse abuso devem registrar o fato à polícia, pois só dessa forma é possível constatar quantos incidentes como o que sofri acontecem com frequência”, relatou.
O abuso nas ruas e calcada também se reflete na praça matriz, usada para cortar caminho pelos ciclistas que atravessam o local em alta velocidade, não respeitando os pedestres que precisam desviar das bicicletas e redobrar a atenção.
TRABALHO PREVENTIVO
O sargento Ari Simão de Barros Filho, responsável pelo Pelotão da PM local, informou que os policiais da Ronda Escolar estão realizando há algum tempo um trabalho de orientação nas escolas da cidade.
Ele disse que o trabalho de orientação muitas vezes não produz o efeito desejado, pois a Polícia Militar não tem o respaldo de lei municipal para estar recolhendo a bicicleta dos infratores.
ORIENTAÇÃO: O MELHOR CAMINHO
O prefeito Dieb Taha disse que o trânsito é um assunto de responsabilidade da prefeitura e a fiscalização cabe a Polícia Militar. “Os ciclistas devem respeitar as leis de trânsito e os policiais estão na rua para orientá-los a usar a mão correta de direção”.
Ele informou que está prevista a distribuição de panfleto explicativo nas escolas, alertando sobre o perigo de andar na contramão e sobre as regras que os ciclistas devem respeitar. “A orientação deve ser feita por todos, por isso pedimos a colaboração dos pais e o bom senso dos ciclistas”.
PROVIDÊNCIAS
Discutir de quem é a responsabilidade pode se tornar um debate infindável.
Prefeitura, Polícia Militar, Câmara, entidades e população devem se unir em busca de uma solução antes que o pior aconteça.”
LEI Nº 3.004 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2.013.
http://www.ocolinense.com.br/arquivos/lei bicicletas.pdf
Dúvidas
Quem Somos
Assine
Anuncie