“Qual a importância da música em sua vida?
Música é uma seguida combinação de notas, cada uma significando um som e todas, em suas frases e sua melodia, construindo essa harmoniosa sensação de beleza; de paz e sensibilidade.
A música suave e harmoniosa é como uma higiene mental que alivia as tensões, tranquiliza o espírito, relaxa os nervos cansados e nos conduz à doce meditação do que há de mais belo e puro na natureza.
A música pode fazer o milagre de nos aproximar de Deus.”
Uma das maiores riquezas para se conhecer melhor as pessoas e aprender com elas é ter contato com suas histórias de vida. Essas histórias nos encantam, seduzem, atraem, fazem refletir e surpreendem. Irei tentar fazer um exercício de memória, auxiliado por alguns amigos e amigas colinenses, para que eu possa, através deste brilhante jornal, dividir com os queridos leitores, as maravilhas que o meu grande amigo Hideo nos deixou de herança. Nasceu em 24 de março de 1950 em Barretos, todavia a sua trajetória está ligada a cidade de Colina. Casou-se em 4 de setembro de 1976, com a nossa querida amiga Hélia, filha do saudoso “Zé Pacoti” e “Dona Pina”, sobre os quais é desnecessário identificar as suas qualidades, porque não caberiam adjetivos qualificativos neste espaço. O casal teve duas lindas filhas, Mirelle e Maristela, que possuem dons de igual peso, legado de seus pais. Dentro de pouco tempo, a Maristela enriquecerá a família com a chegada do Valentim, o neto primogênito.
Vida profissional: Engenheiro Civil, trabalhou na Prefeitura de Colina por 28 anos, aproximadamente. Prestou serviços em diversas obras de Colina e tenho certeza de que algumas delas sem receber honorários.
Atividades sociais, filantrópicas e religiosas
Professor de violão por quarenta anos, onde o seu local de trabalho mais importante concentrava-se nas missas realizadas na Igreja Matriz de São José. Coordenador do Coral Imaculada Conceição durante 17 anos, coordenador do Coral de crianças Estrela Guia, participou da Banda Municipal Dr. Oscar Góes Conrado, coordenou e tocou teclado na Banda JR, que se apresentava nos bares da região na década de 90, com os seguintes integrantes: Hideo, Joãozinho Zapela, Maurinho, Pelezinho e Luiz Faxina, sendo uma destas apresentações no antigo Restaurante “Água na Boca”, em Monte Azul Paulista.
Exímio violonista e tecladista, apaixonado pela música e por um som, tocou e cantou nas missas em Colina por quarenta anos. Seu legado maior, além da família, são as crianças pelas quais era muito amado, aprendendo com ele não só cantar, mas como tocar instrumentos.
Em sua despedida, este articulista emocionou-se, pois atualmente em sua vida usa um colírio artificial para formar lágrimas nos olhos. Entretanto, naquele momento, chorou de emoção não só pela perda irreparável do amigo, mas, sobretudo, quando assistiu aos componentes do Coral Estrela Guia, formado por crianças, seus alunos, cantando a música interpretada por “Buchecha”, em memória ao ex-parceiro Claudinho. Com prazer, relembrarei com vocês alguns versos desta linda canção, que era uma das suas preferidas:
“Avião sem asa, fogueira sem brasa, sou eu assim, sem você; futebol sem bola; piu-piu sem frajola, sou eu assim, sem você...
Por q ue é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim, eu te quero a todo instante, nem mil auto-falantes vão poder falar por mim...
Amor sem beijinho, Buchecha sem Claudinho, sou eu assim sem você; circo sem palhaço, namoro sem abraço, sou eu assim sem você...
Por quê? Por quê?” E assim por diante...
Para que possamos entender um pouco do que representou e ainda representa, este diamante lapidado, diversas foram outras homenagens a este Filho de Deus, mais do que merecidas, a exemplo de uma senhora que se aproximou dos familiares, com uma linda rosa e ofereceu ao Hideo, dizendo aos presentes que ele a plantou e ajudou-a no crescimento com acompanhamento quase que diário, cena que vocês não imaginam o que significa tamanha a emoção de todos os presentes. Logo após, as crianças cantaram uma das canções de Roberto Carlos.
Para terminar, gostaria de transcrever parte de um texto, de autoria de uma amiga de canto muito íntimo, que lhe prestou na missa a qual lhe foi dedicada, por coincidência, no Dia das Mães. “Hideo -- ..... Você sempre foi aquele amigo que nunca pensou em receber, mas sim em dar. Quando nos chamava a atenção, não era para magoar, mas para nos ensinar a crescer como pessoa, como ser humano e o mais importante, com Deus no coração, pois você era um homem de muita fé, sempre fez tudo com muito amor e nos tratou sempre com muito amor.............
Você não passou em nossas vidas por acaso, por isso temos que levantar a cabeça e continuar, pois sabemos que era isso que você gostaria que fizéssemos...
Hideo, você sempre será o nosso maestro, o nosso amigo, o nosso parceiro...”
No dia anterior de sua despedida, fez aquilo que sempre gostava de fazer: participou da missa do domingo de manhã, tocando e cantando.
No dia seguinte, 7 de Maio, Colina, a Cidade “Carinho”, perdeu um dos seus cravos mais perfumados do jardim de sua existência.
Hideo, daqui em diante você estará fazendo parte da história colinense e nós, seus familiares, amigos e admiradores, estaremos sempre rezando pela sua alma, que certamente já estará com o Pai Eterno.
Em tempo: HIDEO, obrigado por você ter sido um dos meus leitores assíduos da coluna “Fazendo o Bem”, quando escrevia meus artigos neste maravilhoso jornal.