Colina e Jaborandi estão na rota dos ladrões de látex
Criminosos já furtaram quase 40 toneladas e prejuízos passam de R$ 118 mil
O aumento do valor do látex e o furto relativamente fácil do produto chamaram a atenção dos criminosos que, desde o ano passado, já furtaram 27 produtores nesta região.
A Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha – APABOR – entrou em contato com todos os produtores de Barretos, Colina, Colômbia, Tabapuã e Jaborandi, vítimas da quadrilha que está atuando na região, em busca de informações para ajudar a polícia, que está investigando os casos que ocorrem durante a madrugada, quando as propriedades ficam ainda mais vulneráveis.
O diretor executivo da Apabor, Heiko Rossmann, informou que somente metade dos produtores informou a quantidade de borracha furtada, o que indica que os prejuízos são maiores do que se imagina.
“Dos 27 produtores lesados, somente 15 prestaram informações. Até agora os ladrões levaram 39,6 toneladas de látex, causando prejuízo de cerca de R$ 118,86 mil. Como nem todos informaram a quantidade levada, calcula-se que o prejuízo seja bem maior”, explicou Rossmann.
Em Colina, os bandidos furtaram cinco propriedades, que perderam 13,6 toneladas de látex, prejuízo estimado em R$ 40,8 mil. A maioria das ocorrências foi registrada nos meses de fevereiro e março. Em Jaborandi, até o momento, uma propriedade foi furtada.
“O valor do látex aumentou bastante nos últimos anos, hoje o produto é vendido para a indústria a R$ 3,00 o quilo. Em 2009 esse valor era de 1 real. Queremos que os autores sejam identificados o quanto antes para tranquilizar os produtores”, ressaltou Rossmann. A região possui cerca de 200 produtores de borracha.
LADRÕES SABEM MOMENTO CERTO DE AGIR
Na Estância Colina, propriedade de Marcelo Basso e Luiz Mário Spechoto, o furto aconteceu na madrugada do dia 15 de fevereiro, um dia após o recolhimento do látex. “As caixas estavam em cima da banca, prontas para serem levadas pela empresa beneficiadora do produto, que iria recolhê-las na manhã seguinte. Parece que eles sabiam o momento certo de agirem, o que indica que os bandidos estão tendo a colaboração de outras pessoas”.
Essa foi a 1ª vez que a propriedade foi furtada. Os bandidos levaram 1.300 kg (50 caixas) e o prejuízo chegou a R$ 3.900,00. “O comércio de borracha cresceu bastante e a fiscalização também deveria crescer na mesma proporção. A indústria que beneficia a borracha deveria comprar a matéria-prima somente do fornecedor, pois conhece a procedência do produto. A Apabor, que representa os produtores, deveria exigir uma fiscalização maior nesse sentido”, acrescentou Basso. Na Fazenda Maravilha, propriedade de Riad Ali Sammour, foram levados 1.000 kg (31 caixas) de borracha.
METAS PARA PREVENIR ONDA DE ROUBOS E FURTOS
Com o crescimento da onda de furtos, o Sindicato Rural do Vale do Rio Grande promoveu reunião no último dia 11, em Barretos, com a participação dos produtores rurais da região e representantes da Polícia Civil e Militar.
O encontro discutiu alternativas para impedir a ação dos criminosos nas fazendas. Entre as principais reivindicações apresentadas estão a construção de uma base da PM próxima a Colômbia, aumento do efetivo para rondas noturnas e instalação de câmeras nas rodovias. As propostas estão sendo analisadas. Um produtor barretense teve prejuízo de R$ 15.700,00 com o furto de 5 mil quilos de látex.
Os seringais não são o único alvo dos bandidos. que também estão roubando tratores, bombas de água, fios, eletroeletrônicos, etc.
“A vulnerabilidade das fazendas, principalmente a noite, transformou a zona rural em um refúgio para os bandidos, que esperam o momento certo para agir e obter lucro com a venda dos produtos roubados e furtados. Esse tipo de crime tem crescido porque os receptadores têm alimentado o comércio ilegal. A polícia precisa identificar não só a quadrilha, mas os “olheiros” que dão dicas aos criminosos e, principalmente, os receptadores para eliminar de vez o problema”, desabafou um produtor rural que preferiu não se identificar.
Luiz Mário mostra as caixas onde é colocado o Látex recolhido para venda.
Heiko Rossmann, diretor-executivo da Apabor
Reunião com produtores rurais da região na sede do Sirvarig. Tininho Jr.
Postado em 23/06/2012
Por: A Redação