Vereadores da oposição não aprovam projeto do Executivo para construção de galerias no centro
CAPA - Os quatro vereadores da oposição (Daniel, Fátima, Galeti e Penachone) votaram contra o projeto de lei do Executivo que autoriza a prefeitura a contratar operação de crédito com a Caixa, até o valor de R$ 4 milhões, para a construção de galerias para escoamento de águas pluviais na cidade.
O projeto, que entrou em votação no mês passado, necessitava da aprovação por 2/3 dos vereadores (8 votos favoráveis), mas obteve 7 votos a favor, representados pelos vereadores da situação (Marco, Edinalva, Tatiane, Célia, Totonho, Henrique e Liu).
Segundo o prefeito Dieb, entre os benefícios do projeto está a solução para o antigo problema das enchentes no centro da cidade. Os comerciantes, estabelecidos na Rua 7 de Setembro e que convivem com o problema há anos e sempre reivindicaram uma solução, protestaram. Os vereadores da oposição disseram que não concordam com o endividamento que o município vai contrair, inclusive para as futuras gestões.
O prefeito Dieb lamentou a atitude politiqueira dos vereadores que votaram contra e disse que quem perde é o município.
Vereadores votaram contra o projeto de construção de galerias pluviais para acabar com o problema das enchentes no centro da cidade.
Os quatro vereadores da oposição (Daniel, Fátima, Galeti e Penachone) votaram contra o projeto de lei do Executivo que autoriza a prefeitura a contratar financiamento com a Caixa, até o valor de R$ 4 milhões, para a construção de galerias para escoamento de águas pluviais na cidade.
O projeto, que entrou em votação no mês passado, necessitava da aprovação por 2/3 dos vereadores (8 votos favoráveis), mas obteve 7 votos a favor, representados pelos vereadores da situação (Marco, Edinalva, Tatiane, Célia, Totonho, Henrique e Liu).
O prefeito Dieb lamentou a atitude politiqueira e disse que entre os benefícios do projeto está a solução para o antigo problema das enchentes no centro da cidade. Os comerciantes, estabelecidos na Rua 7 de Setembro e que convivem com as inundações há anos e sempre reivindicaram uma solução, protestaram.
OPOSIÇÃO É CONTRA O ENDIVIDAMENTO
O vereador Daniel Cury questionou a falta de um debate amplo sobre o assunto e o grau de endividamento a que o município iria se submeter.
“Acho que o presidente da Câmara errou ao colocar o projeto em votação após uma única reunião sobre a explanação deste complexo projeto. Isto merecia um debate muito mais amplo com participação efetiva da população”, disse. Indagado sobre porque votou contra o vereador explicou. “Sei que as inundações do centro da cidade são um problema antigo e que merecem uma solução sim. Eu não concordo com o endividamento que o município iria contrair por conta do financiamento. É uma obra grande e pelo que consta só começaria em 2020. Ou seja, o prefeito vai fazer um financiamento e deixar para as outras gestões pagar. Não acho correto o que mais tem hoje são Estados quebrados e centenas de municípios atolados em dívida. Se este problema é antigo e merece solução por que não foi proposto antes, no início do mandato ou até nas outras gestões? Isto pode se transformar em um problema que todos conhecem que é o Centro Cultural. A obra foi iniciada no mandato anterior do atual prefeito e até hoje está inacabada e ainda pior, abandonada. Seria a favor se fosse iniciada e acabada dentro da atual gestão”.
O vereador José Carlos Penachone também disse que é contra o endividamento do município. “Não concordo com este financiamento que na verdade será pago nas próximas duas ou mais gestões. Não sou contra resolver o problema, mas acho que deveria ser feito com recurso próprio já que Colina tem uma boa receita orçamentária. A prefeitura gasta cerca de 1,5 a 2 milhões na Festa do Cavalo. Segundo consta, dá prejuízo, então deveria terceirizar a festa e usar esse dinheiro para construir as galerias”, disse Penachone.
Em fevereiro do ano passado a vereadora Fátima Piai Ramadan apresentou requerimento na Câmara pedindo providências à prefeitura sobre o antigo problema das enchentes no centro da cidade. Ela ressaltou: “Sou a favor da construção das galerias por isso apresentei o requerimento para reforçar ainda mais o pedido dos comerciantes que me procuraram. Mas votei contra este projeto porque está obscuro, incompleto e não especifica número de parcelas, juros e prazo de execução. Também não concordo com o endividamento do município”.
COMERCIANTES PROTESTAM
O comerciante Fausto Valentim Cortes, proprietário há 48 anos da loja Tecidos Lúcia, no centro da cidade, disse que o problema das enchentes já causou muitos prejuízos. Em 2017, depois de uma chuva forte na madrugada do dia 8 de dezembro, ele convidou a reportagem para ir até a loja e constatar o estrago causado pela água e o prejuízo que passou de 10 mil reais. Na ocasião declarou inclusive que iria procurar o Ministério Público para acionar a prefeitura a encontrar uma solução para o problema. A época, presidente da ACIC, também disse que, “estamos cansados de ouvir promessas em época de eleições e depois os políticos nem passam por aqui”.
Fausto não pode estar presente à reunião na Câmara quando foi explanado sobre o projeto de construção das galerias. Ficou surpreso ao saber que o projeto não foi aprovado. “Isso é um absurdo. A construção de galerias para resolver este problema vem desafiando diversas administrações e agora a oposição rejeita. Eles não sabem o quanto já sofremos por este problema. Independente de situação ou oposição é uma necessidade urgente. Se existe alguma dúvida sobre o investimento o vereador, que tem a obrigação de fiscalizar, deve acompanhar de perto e pronto. Agora deixar de fazer esta obra é lamentável”, disse Fausto.
Outro comerciante que sempre reivindicou a solução do problema é Evonei Fernandes. Há 26 anos estabelecido no centro da Rua 7 de Setembro, também já conviveu com inúmeras inundações de sua loja, antes Casa do Linho, hoje Ponto da Moda. “É uma vergonha para a nossa cidade conviver com este problema que há anos carece de uma solução. Entendo que é preciso consenso, bom senso entre situação e oposição. É preciso deixar a politicagem de lado, é hora de pensar no bem comum. Nós, comerciantes, geramos empregos, pagamos impostos, investimos na cidade, então nada mais justo que resolver um problema que causa transtorno e muitos prejuízos. É preciso lembrar também que em breve chega a eleição de novo. E aí? O que vão dizer que fizeram pelo comércio?
A sócia-proprietária da Nova Moda, Maria Frisoni Barcelos, que também é vítima das enchentes, disse não compreender estas atitudes dos vereadores de oposição. “Não fui à reunião porque quando estive na Câmara para reivindicar pela classe de comerciantes não valeu de nada. Eles desprezam nossos pedidos. Os vereadores têm a responsabilidade de votar projetos que são a favor da população e todos sabem que o problema das enchentes no centro merece uma solução definitiva”, declarou Maria.
EXPLANAÇÃO TÉCNICA
O secretário de Planejamento e Meio Ambiente, engenheiro Jaci Salim Paro, esteve na Câmara no mês passado quando explicou aos vereadores e para alguns poucos comerciantes ali presentes as especificações técnicas do projeto.
Segundo Jaci, o projeto vai captar as águas da chuva na cabeceira do Jardim Taninha, na vicinal atrás da Escola Lamounier, entrada da Fazenda do Governo e parte da Rua Antônio Paulo de Miranda, que passa em frente ao Recinto Municipal e canalizando toda água para o Parque Débora Paro. A obra prevê a construção de quase 4 mil metros de galerias e ramais. Disse também que a tubulação seria em PAC, uma tecnologia moderna com tubos resistentes, leves e com melhor escoamento da água. Os tubos são de 1,5m de diâmetro superior aos existentes que são de 80cm. O secretário respondeu diversas perguntas dos vereadores no âmbito técnico.
PREFEITO LAMENTA ATITUDE DA OPOSIÇÃO
“Tenho certeza que os vereadores da oposição já foram mais que uma vez procurados pelos comerciantes da Rua 7 de Setembro sobre o problema das enchentes. Decidimos no momento certo fazer tal investimento mas, infelizmente, deixaram a politicagem partidária falar mais alto”, disse o prefeito que ressaltou: “O projeto foi elaborado de forma completa pela Secretaria de Planejamento sem custo algum para resolver o problema. É preciso esclarecer que o próprio órgão financiador fez uma análise financeira e constatou que o município tem capacidade de endividamento sem comprometimento das finanças públicas. Outro questionamento que deve ser elucidado é que quando o prefeito assume o mandato ele está assumindo os compromissos da Administração. Ou seja é permitido por lei no âmbito Federal, Estadual e Municipal assumir financiamentos de outras gestões como o que assumimos feito pelas administrações anteriores. Outro exemplo é o parcelamento do FGTS, INSS e CPFL entre outros que fizemos depois de pegar uma prefeitura endividada em todos os setores pelo grupo da oposição em 2001. Esta atitude não vai nos impedir de continuarmos trabalhando pelo progresso de Colina que, apesar da crise que assola o país, estamos investindo em todos os setores. Agora é hora de trabalhar e não de fazer campanha política”, finalizou o prefeito.
Foto publicada na edição de 14 de dezembro de 2017 onde o lojista Fausto Cortes mostra os estragos causados pela enchente ocorrida na madrugada do dia 8/12. Ele achou um absurdo o projeto não ter sido aprovado.
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