Associação denúncia furto de trilhos e cobra providências
Furtos chegaram à área urbana, relata presidente que aguarda posição do DNIT
Francisco, presidente da Associação, mostra os trilhos já cortados e prontos para serem furtados por quadrilhas.
O furto constante dos trilhos da malha ferroviária é uma preocupação da “Associação Amigos da Estação”, que tem como uma das funções a preservação do patrimônio público que está indo embora. O furto dos trilhos e até de dormentes fez com que em alguns trechos a ferrovia praticamente desaparecesse.
A reativação da ferrovia, que vem sendo muito comentada, pode tornar realidade o sonho de implantação do trem turístico acalentado pela associação desde a sua fundação há 4 anos. Os “Amigos da Estação” temem que se os furtos, a deterioração e abandono persistirem não haverá mais trilhos para serem percorridos.
Por esse motivo o presidente Francisco Alberto Ribeiro Cardoso resolveu denunciar o crime que vem sendo cometido há muito tempo e que providências sejam tomadas. No mês de junho ele encaminhou denúncia por escrito à Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) pedindo orientações e providências para inibir o furto dos trilhos. “Temos que intervir de alguma forma porque do jeito que está não dá para ficar. Estamos de mãos atadas sem poder fazer nada porque a atuação cabe a Polícia Federal”, esclareceu Cardoso que acrescentou: “o furto está ocorrendo na altura do km 434 da ferrovia, sentido Barretos, na área rural do município e em alguns pontos até já foram retiradas as britas que formam o leito da estrada”.
O superintendente estadual do DNIT, Roberto Ravagnani, informou que iria oficializar a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres cobrando medidas da Rumo, concessionária responsável pelo trecho em Colina e também a atuação da Polícia Federal. A associação continua aguardando a resposta que, até o momento, não aconteceu.
FURTOS NA CIDADE PREOCUPAM
Os furtos que até então ocorriam na zona rural também estão chegando na cidade. Em um dos últimos finais de semana os membros da associação soldaram ferros no pontilhão sobre a Av. Rui Barbosa, onde será colocada uma grade de proteção para dar mais segurança aos passeios de motolinha. “Quando passamos atrás do Super Center, onde foram colocados os trilhos retirados para a construção da travessia, constatamos as marcas de corte dos pedaços que foram furtados. Também há pontos na zona rural e até na cidade com dormentes retirados da ferrovia”, declarou Cardoso.
A reportagem percorreu vários trechos com Francisco onde o furto é evidente. Em alguns pontos os ladrões chegam a colocar fogo no mato que tomou conta da ferrovia para retirar os trilhos, deixando rastro de caminhão e até resto de comida já que passam a noite cortando os pedaços de trilhos para transportá-los. “A malha ferroviária tornou-se terra de ninguém e fonte de renda para as quadrilhas preparadas que vem à cidade com ferramentas, maçarico de corte e caminhão com munck para carregar os trilhos que são de aço importado e têm muito valor”.
O presidente contou que em uma das vezes presenciou o furto dos trilhos e procurou a Polícia Militar, que o informou que não poderia fazer nada. “Vi os trilhos cortados próximo a sítio da Gurita e alertei a polícia que os ladrões viriam buscar aquela noite. No outro dia retornei ao local e já tinham sido levados. Se a polícia tivesse ficado de tocaia teria pego a quadrilha em flagrante. Desta vez foram levados 50 pedaços e alguns dias depois um novo trecho foi cortado”, relatou Cardoso.
NOVA MOTOLINHA
Os “Amigos da Estação” estão construindo uma nova motolinha com mais potência, maior capacidade e segurança. Os passeios com a antiga motolinha, adquirida pela prefeitura, não estão acontecendo há alguns meses.
A nova motolinha está sendo construída com recursos da associação na oficina do presidente. “Nos finais de semana iremos fazer mutirão com associados e mecânicos para que esteja pronta o mais rápido possível para retomarmos os passeios. A intenção é cobrar um ingresso simbólico para realizar os passeios nos finais de semana. O dinheiro será usado na manutenção e na despesa de combustível. Também estamos buscando recursos para construir a motolinha participando de eventos realizados pela prefeitura e o Grêmio, que têm nos dado apoio”.
Enquanto o trem turístico não acontecesse a Associação quer manter a chama da memória ferroviária acesa com os passeios de motolinha, que já chegou até o pontilhão da Estrada Boiadeira. “O objetivo é repor os trilhos nos trechos que foram furtados e estão danificados. Como isso será realizado ainda não sabemos, mas vamos encontrar respostas”.
Além da construção da nova motolinha, o presidente também está construindo um ferrorama com a locomotiva e vagões doados pela Rumo, que é parceira da Associação colinense. “Queremos montar um ferrorama parecido com os que foram expostos em maio no Museu Municipal, em homenagem ao Dia do Ferroviário. A ideia é reproduzir o prédio da estação e arredores o mais fiel possível da realidade”. O presidente convida todos os interessados a participar dos “Amigos da Associação”, uma entidade de preservação da memória ferroviária.
Trilhos retirados da rua que foi aberta e deixados próximos ao local também estão sendo furtados.
Presidente Francisco ao lado dos dormentes que foram retirados da estrada de ferro, próxima à gurita e que foram abandonados no local.
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