População é prejudicada com deslocamento de policiais a Barretos para apresentação de ocorrências
Morte de jovem por espancamento poderia ter sido evitada se policiais estivessem na cidade
A apresentação de flagrantes no plantão policial em Barretos à noite, finais de semana e feriados sempre foi questionada pela população que, às vezes, fica sem policiamento por conta do deslocamento das viaturas, o que acaba prejudicando também as solicitações feitas pelo 190.
Quando o cidadão solicita a presença dos policiais espera que o atendimento seja sem demora, porém não é isso que sempre acontece não só por conta dos deslocamentos a Barretos, como também das escoltas e audiências de custódia em que o preso é apresentado à justiça. O plantão, centralizado em Barretos, recebe os flagrantes e as ocorrências de maior gravidade de outras 9 cidades da região e isso, na maioria das vezes, demora e deixa os municípios que tem poucos policiais desguarnecidos.
PREJUÍZO REAL
A morte de Valéria do Nascimento Costa, de 33 anos, espancada até a morte na madrugada do último dia 13, ao lado da rodoviária, reacende essa questão. A reportagem entrevistou o Capitão Marlon de Assis Magro, comandante da 4ª Cia do 33º Batalhão, a quem Colina é subordinada. Perguntamos se a morte poderia ter sido evitada se os policiais estivessem em Colina e não em Barretos apresentando ocorrência de tráfico. Ele respondeu que, “é difícil precisar sobre o resultado final da ocorrência, pois englobam outros fatores, mas certamente o atendimento teria sido mais rápido, podendo sim mudar o desfecho pelo menos em primeiro momento, ainda mais pelo local ser perto da delegacia”, declarou o capitão que confirmou que existe um real prejuízo a população quando os policiais precisam se deslocar a Barretos. “Quando há a necessidade de apresentação de ocorrência na delegacia, nos períodos que o atendimento é centralizado na Seccional, a viatura precisa se deslocar quase 20 quilômetros. Nessa sistemática não há como evitar o prejuízo à população.”
O Capitão explicou que quando a PM é solicitada e os policiais estão em Barretos, como aconteceu no caso do espancamento, é acionada a viatura disponível que esteja mais próxima para o atendimento. “No espancamento foi acionada a viatura de Jaborandi que está distante cerca de 14km. Isso com certeza atrasa o atendimento e prejudica a população de outra localidade”.
Sobre o fato da cidade ficar descoberta, sem policiamento, Magro esclareceu: “Se no período tiver apenas uma viatura de serviço não haverá policiamento enquanto a ocorrência é registrada. De certa forma isso já ocorria quando o registro era na mesma cidade, mas em casos de necessidade a viatura deixava a delegacia e atendia a demanda. Hoje não é mais assim”.
Perguntado se é feita uma triagem para eleger a prioridade de atendimento o Capitão ressaltou que, “a triagem por gravidade não é algo novo e ocorre sempre que é registrada uma ocorrência via 190”.
ESPERA EM BARRETOS AGRAVA SITUAÇÃO
A fila de espera que poderá ocorrer em Barretos agrava a situação já que o plantão na Seccional centraliza as ocorrências registradas na própria cidade e em mais 9 municípios: Altair, Cajobi, Colina, Colômbia, Embaúba, Guaraci, Jaborandi, Severínia e Olímpia.
“Não sei a disponibilidade da Polícia Civil em atender mais que uma equipe policial militar por vez e os critérios de priorização dos atendimentos mas, dependendo da demanda, é preciso aguardar para ser atendido. A espera varia de acordo com o tipo de ocorrência, quantidade de envolvidos e materiais apreendidos. E também se os policiais militares terão que aguardar o término do registro de outra ocorrência, ficando difícil precisar o tempo”.
Em entrevista à imprensa da região, o delegado seccional José Luiz Ramos Cavalcanti informou que o serviço de plantão em Barretos é presencial, com delegados e servidores durante 24 horas e que a medida visa otimizar recursos devido a escassez de funcionários.
Ainda existe a questão do efetivo que no Grupamento colinense não está completo, apesar de ter recebido novos policiais militares. Tudo isso, com certeza, compromete o cidadão que em caso de emergência pode ligar para o 190 e não ter o atendimento prestado na hora em que mais precisava de ajuda.
Filmagem mostra a cena brutal do espancamento que levou a morte Valéria Costa. A viatura estava em Barretos apresentando outra ocorrência e foi preciso remanejar o pedido para Jaborandi, fato que causou certa demora.
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