Daltoquê?
As características e desafios do daltonismo
As cores aparentam estar presentes da mesma maneira para todas as pessoas do globo, porém podem funcionar de forma diferente. É nesse contexto que surge o daltonismo, uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar algumas ou todas as cores.
O distúrbio entrou em cena no século XVIII quando recebeu esse nome para homenagear Jonh Dalton, o primeiro cientista a estudar a anomalia da qual ele mesmo era portador. Desde então, muito se descobriu sobre suas características.
Os casos mais comuns de daltonismo são aqueles que apresentam dificuldades em reconhecer as cores vermelha e verde, seguido por aqueles com problemas na percepção do azul e amarelo e, por fim, os daltônicos que só enxergam o mundo em preto, branco e alguns tons de cinza.
Cerca de 3 a 8% da população é atingida pelo daltonismo, com prevalência de 8% nos homens e 0,5% nas mulheres. Na maioria das vezes, o problema aparece por questões hereditárias, mas também pode ocorrer por lesões da retina, nervo óptico ou por lesão de origem neurológica.
Por consistir em uma alteração no cromossomo X, o daltonismo afeta majoritariamente homens. “Como as mulheres têm dois cromossomos X, a anomalia de um deles é compensada pelo outro, o que explica a baixa incidência no sexo feminino”, pontua dra. Maira Saad de Avila Morales, presidente do Departamento Científico de Oftalmologia da Associação Paulista de Medicina (APM).
Além da dificuldade na diferenciação de cores, o daltônico, assim como a população em geral, pode apresentar erros refratométricos como, por exemplo, miopia.
Diagnóstico
Normalmente, já é possível perceber a presença do daltonismo a partir dos três anos de idade, fase em que as crianças passam a caracterizar o mundo por tonalidades.
O diagnóstico é realizado por três tipos diferentes de exames que permitem ainda determinar o grau de comprometimento do distúrbio. Um deles chama-se Ishihara, no qual uma figura é desenhada no cartão contendo pontos de tons variados. Pessoas com visão normal identificarão facilmente, mas um daltônico terá dificuldades em visualizá-la.
O método citado não pode ser utilizado por crianças que ainda não passaram pelo processo de alfabetização. “Como alternativa, desenvolveu-se uma forma secundária em que os cartões apresentam desenhos de figuras geométricas, podendo ser facilmente identificados pelos pequenos”, acrescenta dra. Maira.
Tratamento
Atualmente, não existe nenhum tipo de tratamento. “O diagnóstico precoce do daltonismo pode permitir a aplicação de métodos educacionais específicos para proporcionar à criança uma melhor adaptação”, afirma a especialista.
Lentes de óculos com filtro de cor melhoram um pouco o contraste e auxiliam portadores a perceberem mais precisamente as cores vermelha e verde. Já o daltonismo adquirido pode regredir ou estabilizar, desde que a causa seja combatida.
É importante pontuar que a justiça brasileira reconheceu aos daltônicos os direitos da Convenção Intramericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Pessoas Portadoras de Deficiência. Dra. Maira diz que essa é uma conquista fundamental, pois “prevê que os cursos de educação complementar devem promover adaptações em materiais didáticos para possibilitar o acesso dos daltônicos à informação”.
ESPAÇO MÉDICO
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Entre 6 e 7 de março, no Grand Mercure São Paulo Ibirapuera, acontecerá o 2nd Women in Neuro Science Congress. A conferência reúne as principais especialistas em Neurologia para falar sobre temas em alta, como cefaleia, prevenção do declínio cognitivo, epilepsia, entre outros. Com realização da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e Win Eventos, o público feminino terá prioridade nesse evento tão importante para valorização das profissionais mulheres.
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