O perigo do acúmulo
As causas e consequências da Hidrocefalia
Líquido cefalorraquidiano (LCR). Apesar do nome complicado, sua função é fundamental para os seres humanos. Considerado um dos principais fluídos do corpo, é responsável por proteger o tecido cerebral e a medula espinhal diante de impactos do sistema nervoso contra os tecidos da caixa craniana.
Além disso, o líquido desempenha uma dupla função biológica “Por um lado, é nutrição, já que se encarrega de transportar hormônios, anticorpos e linfócitos ao tecido nervoso. Por outro, é eliminação, pois se desfaz dos resíduos metabólicos neurais”, completa Dra. Clélia Franco, neurologista e doutora em Neuropsiquiatria, membro titular e da comissão de ensino da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
Entretanto, o acúmulo desse fluído pode provocar danos à saúde. Esse quadro caracteriza a Hidrocefalia, um distúrbio causado pelo desequilíbrio entre a produção e absorção do LCR. Isso acontece em decorrência da dilatação das cavidades intracranianas, os chamados ventrículos cerebrais que, devido ao aumento do volume do líquido, acabam elevando a pressão intracraniana e desenvolvendo a doença.
A Hidrocefalia pode ser congênita ou adquirida. O primeiro caso está associado a malformações ou doenças genéticas que afetam o sistema nervoso. A forma adquirida da doença, por sua vez, aparece em decorrência de traumatismos cranianos, hemorragias, infecções ou inflamação das meninges, e tumores.
O distúrbio pode afetar qualquer faixa etária, sendo mais comum em crianças e idosos. Por esse motivo, os sintomas também variam de acordo com a idade. “No caso dos mais velhos, a cefaleia, o prejuízo cognitivo e comportamental, incontinência urinária, desequilíbrio e demência são alguns dos sinais que podem aparecer”, alerta Dra. Clélia.
Como toda doença, a avaliação médica é inquestionável. É necessário realizar o estudo da imagem do crânio, utilizando exames como Tomografia ou Ressonância, e da circulação do LCR para detectar o distúrbio. É importante destacar que, quanto antes o diagnóstico for feito, menor será o risco de danos cerebrais.
O tratamento da Hidrocefalia também está susceptível à causa. Em situações em que houve obstrução da circulação do líquido, por exemplo, o procedimento será feito pela neurocirurgia para desobstruir ou realizar a drenagem do LCR. Em infecções, a conduta baseia-se em medicamentos apropriados para o agente infecioso.
Infelizmente, a Hidrocefalia ainda não tem cura e pode deixar sequelas. Nas manifestações clínicas congênitas, por exemplo, geralmente encontra-se a macrocefalia, crises convulsivas, prejuízo de desenvolvimento (físico, cognitivo e emocional), cefaleia progressiva, dificuldade de respiração e falta de coordenação motora.
Por ser um distúrbio genético, não há meios para evitar as alterações cromossômicas responsáveis pelo aparecimento da doença. Porém, é possível realizar a precaução da forma adquirida, evitando fatores de risco como usar capacete e cinto de segurança, cuidar da alimentação, tratamento adequado de infecções do Sistema Nervoso e procurar acompanhamento médico caso algum sintoma neurológico apareça.
Curso Avançado de Reciclagem em Clínica Médica
A 10ª edição do tradicional Curso Avançado de Reciclagem em Clínica Médica acontecerá no Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo (SP), de 27 a 31 de julho de 2020. Realizado pela Escola Paulista de Ciências Médicas (EPCM), o curso tem 40 horas de duração e é voltado a médicos, residentes e pós-graduandos. O objetivo da iniciativa é possibilitar uma imersão em Clínica Médica, atualizando os conhecimentos do Clínico para seu aprimoramento profissional.
Na última edição, o curso teve a presença de 300 participantes vindos de diversos Estados brasileiros. “Em um ambiente favorável a compartilhar experiências, queremos inspirá-los a renovar os conhecimentos, tornando a Reciclagem um momento de relevante troca de ideias e saberes”, afirma o Prof. Antonio Carlos Lopes, presidente da SBCM e coordenador do curso.
Inscreva-se até 5 de abril e aproveite os preços promocionais. As vagas são limitadas.
Acesse: www.epcm.org.br.
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