Colinense que mora em Israel relata o pavor em meio à guerra

O Oriente Médio é um barril de pólvora prestes a explodir com os conflitos políticos e religiosos entre judeus e árabes que se arrastam há décadas. O noticiário dos últimos dias tem dado destaque à nova escalada de violência entre Israel e o Hamas, grupo extremista que controla a Faixa de Gaza. Os bombardeios já deixaram centenas de mortos e feridos dos dois lados, principalmente em território palestino.

Em meio a este cenário de guerra está a família de Carla Waisberg, que é colinense e adotou o sobrenome do marido Gustavo, que é judeu e nasceu no Brasil. Ela é filha de Claudine Bellice e Sandra Cury que perderam a paz desde que a tensão teve início na semana passada. Carla concedeu entrevista à reportagem e disse que não é a primeira vez que enfrenta um conflito armado como este.

O casal mora em Israel há 10 anos e tem duas filhas: a mais velha Giovanna, de 14 anos, também é colinense. A caçula Giulia tem 7 anos e nasceu na “Terra Santa”. Carla casou-se no Brasil, morou em São Paulo e por ser casada com judeu tem direito a cidadania israelense. A família mudou-se para Israel com toda documentação da nacionalidade já aprovada.

Na verdade nós, do ocidente, ficamos sem entender o que se passa entre estes dois povos que sempre viveram em tensão. “Judeus e árabes sempre conviveram em paz e continuam desta maneira, no entanto, se formaram grupos terroristas que instigam o ódio e promovem esta hostilidade. Israel vive amistosamente com os países árabes onde não há extremistas. Aqui não há nenhum preconceito, tanto que existem muitos casamentos mistos”, explicou Carla que, por várias vezes, teve que interromper a entrevista devido aos bombardeios. Ela disse que já houve muita destruição, mas graças ao sistema antimíssel, que os intercepta no ar, o estrago não está sendo maior. Quando ela concedeu a entrevista mais de 2.000 mísseis já tinham sido lançados contra Israel.  

ABRIGO ANTIAÉREO EM CASA

A família mora em Ashkelon, uma cidade praiana que está a 40km de Tel Aviv, 45km de Jerusalém e a apenas 12km da Faixa de Gaza, o epicentro do conflito. Por conta desta proximidade a família da colinense tem menos tempo para se proteger dos bombardeios inimigos. “Quando um míssel é lançado em direção à população civil existe um sistema que capta a ofensiva e o alarme dispara. Então temos que nos proteger nos bunker, uma espécie de quarto seguro, construído em ferro e concreto, que fica dentro das casas. O prédio pode ser destruído pelas bombas, mas o bunker fica intacto Dependendo da região temos de 15 a 60 segundos para se proteger no abrigo e como moro próximo à zona do conflito tenho menos tempo”, explicou a colinense naturalizada israelense que ressaltou: “as crianças são orientadas e treinadas nas escolas desde cedo para se protegerem. Essa não é a primeira guerra que enfrento. Em 2014 houve outro conflito que durou 57 dias. Foi muito difícil porque a minha caçula era bebê e tinha que correr para o abrigo o tempo todo”.

A rotina da colinense e das filhas mudou bastante com o início da guerra.  “Como tenho filhas, uma delas pequena, não sou obrigada a trabalhar para dar apoio a elas, que estão muito assustadas. As aulas estão suspensas porque cada criança deve ficar com sua família.  Os supermercados, farmácias e tudo que é essencial continua funcionando normalmente”.

ISRAEL: POTÊNCIA EM TECNOLOGIA

Ela disse que foi para Israel consciente de tudo que poderia enfrentar e não se arrepende da escolha que fez. “Como vim preparada não foi tão sofrido. Confesso que a questão da guerra sempre me abalou bastante, mas aprendi a conviver com essa realidade”.

A qualidade de vida e o futuro das filhas motivou o casal a mudar para Israel, uma potência em tecnologia que colocou o país num patamar muito elevado.  “Gostamos muito de morar aqui, o ensino nas escolas é muito bom e a qualidade de vida excelente. Amo o Brasil por ser minha pátria e ficar longe da família, que mora em Colina, não é fácil. As oportunidades em termos financeiros e o futuro das minhas filhas compensa e não voltaria atrás”, revelou Carla que formou-se em Gastronomia em Israel e trabalha como chef, numa catering, empresa que fornece refeições para pessoas, empresas e eventos. O serviço do marido Gustavo é em Ashdod, uma das cidades portuárias de Israel. 

A família também teve que se adaptar ao hebraico, a língua oficial de Israel. “Não é um idioma fácil de aprender e tivemos ajuda de muitos israelenses, que são muito calorosos com os imigrantes. Hoje em dia escutamos nas ruas diversos idiomas, inclusive o português, mas mesmo que seja por mímica todos se entendem”.

Carla disse que os judeus estão rezando bastante para que este conflito termine da melhor forma possível e deixou uma mensagem para os colinenses: “A Terra Santa é um país milenar, cheio de histórias e lugares maravilhosos que vale muito a pena todo mundo conhecer um dia”, finalizou a colinense.

Após o ataque, incêndio se alastra pelo prédio que era ocupado por vários veículos de mídias internacionais. Foto: Mahmud Hams/AP

Carla e o marido Gustavo moram em Israel há 10 anos.

“Quando a sirene dispara precisamos correr para o bunker (abrigo)”, conta a colinense Carla ao lado das filhas.

 

 


Postado em 20/05/2021
Por: A Redação
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