Sinto-me honrado em fazer parte deste momento tão importante, diz Saulo Nogueira que é juiz de paz 22 anos

A sensação que é que tudo está fora de lugar e, às vezes, nos sentimos como um peixe fora d’água, mas se nos mantivermos firmes aos valores que recebemos na infância passaremos a vida sem jamais nos desviar do caminho
Esse foi um dos ensinamentos que Saulo Nogueira transmitiu à reportagem na manhã de sábado, quando estivemos em sua residência para entrevistá-lo como juiz de paz, cargo que ocupa desde 1991. A conversa foi longa e muita proveitosa, principalmente para nós que aprendemos muito com as experiências do aposentado, de 78 anos, que ganhou da vida a sabedoria
“Lembro-me muito bem quando o saudoso José Carlos Torneli me chamou no cartório, que ficava na Rua Alfredo Simões, para me fazer o convite. O cargo estava vago com a morte de Lincoln Etchebehere, que foi juiz de paz por quase 30 anos”, contou Saulo, que acrescentou, “na ocasião perguntei porque tinha sido escolhido para uma função tão importante e fui informado que era uma pessoa de responsabilidade, idônea, casada e que tinha vivência no casamento”
Depois de aceito o convite, Saulo foi nomeado juiz de paz no Fórum, quando Colina ainda era Distrito de Barretos. Para exercer a função ele recebe uma taxa simbólica quando a cerimônia no civil é realizada no Cartório e um adicional quando é feita em outro lugar. “A maioria dos casamentos são feitos no próprio Cartório e as cerimônias em outros locais também acontecem, mas com menos frequência”, explicou
 
O casamento de Xande/Fernanda, em 2009, foi um dos muitos que o juiz de paz celebrou.
 
OFÍCIO QUE FAZ PARTE DA VIDA 
O ofício de juiz de paz faz parte da vida e da rotina de Saulo, que faz questão de usar terno e gravata em todas as cerimônias e de chegar com meia hora de antecedência. “É uma honra unir os casais e fico muito triste quando os casamentos terminam. Sou juiz de paz até hoje por acreditar nesta instituição e porque estou casado, com a mesma mulher, 47 anos. O segredo de tudo é o respeito e jamais perder a em Deus, que é a chave para ter uma vida familiar de paz”
A cerimônia é bem simples, dura em média 5 minutos. “As vezes tenho vontade de fazer o casamento e falar mais algumas palavras aos noivos para não desistirem na primeira dificuldade, que na verdade é uma prova de fogo, mas não é permitido”. 
 
MATURIDADE É PRIMORDIAL 
Durante todos estes anos, o juiz de paz presenciou muitas situações e uniu casais muito jovens, que não tinham maturidade para encarar uma responsabilidade tão grande. “Sou contra os casamentos na adolescência, os jovens não estão preparados para uma vida a dois”. 
Saulo recordou que já chegou a fazer 6 casamentos num dia só e já teve que esperar mais de duas horas o atraso de uma noiva. “Os casamentos nas fazendas eram mais frequentes, pegava o meu carro, enfrentava chuva, barro e não me importava, fazia o casamento com a maior felicidade do mundo. Me sinto honrado em fazer parte deste momento tão bonito e importante”. 
 
OUTRO OFÍCIO DO JUIZ DE PAZ 
Outra função do juiz de paz é assinar homologações quando o funcionário é demitido do emprego. “Muitas pessoas me procuram diariamente em minha casa para assinar estas homologações e já perdi a conta de quantas já assinei nestes anos. Há algum tempo, quando precisei ficar internado por  problemas de saúde, me procuraram até no hospital para assinar estes papéis”. 
O juiz de paz disse que enquanto as pernas o conduzirem e tiver a cabeça no lugar vai continuar exercendo este ofício, que considera como um presente que a vida lhe deu. “Ando meio esquecido, mas isso é um problema da idade. Me pergunto porque preciso tomar remédio para a cabeça todos os dias e logo vem a minha mente que já não sou tão novo, aí compreendo que essa é uma necessidade imposta pelo tempo”. 
Mais não é só como juiz de paz que Saulo Nogueira dá exemplo. Além de ser vicentino até hoje, ele já ocupou a função de ministro da eucaristia por mais de 20 anos, levando a comunhão para os idosos e doentes que não podem se locomover para ir à missa. 
Ele também esteve à frente da Associação Antialcoólica por muito tempo e pegava o próprio carro para transportar os ex-dependentes para as reuniões. Hoje, por causa da saúde, não está mais ativo na entidade, pela qual tem imenso carinho. “A falta de sobriedade é uma perdição e a fonte de todos os males, que destrói pessoas e famílias inteiras. O vício é uma droga que nos deixa anestesiados e não percebemos o buraco que estamos”. 
Ele é torcedor do São Paulo, mas o time do coração é o Colina Atlético, onde atuou por inúmeros anos e dividiu importantes conquistas como o “Tigre do Vale”. Saulo aposentou-se na antiga Casa Brasil (Grupo Daher) e tem inúmeras histórias da época em que as cargas de cimento chegavam de trem em horários indefinidos. Por conta disso, diversas vezes deixava as sessões do Cine Colina para ajudar a descarregar os produtos. 
Um bate-papo com Saulo Nogueira é energizante, a gente aprende com suas encantadoras histórias de vida e que a simplicidade, o respeito e a dignidade compõem o alicerce de um homem sábio. 

 

Ao lado da esposa Elvira, filhas, genros, netos e bisneta, Saulo continua a receber, carinhosamente, os colinenses e visitantes para aquele delicioso almoço de domingo, no Restaurante da Elvira.

Saulo e sua esposa Elvira, eternos companheiros e sinônimo da solidez do casamneto.


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Postado em 03/08/2013
Por: A Redação
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