Estelionatário aplica golpe do falso religioso e leva jóias de católicas 
 
Vitrola antiga, escolhida pelo estelionatário em uma das casas, que serviria de altar para rezar o terço
 
Se passando por um representante da igreja católica e até da Canção Nova, um estelionatário levou correntes, medalhas, brinco, anel e alianças de ouro de três idosas de Colina e Jaborandi que caíram no golpe do falso religioso
O perfil das vítimas era parecido, são viúvas, moram sozinhas ou passam a maior parte do dia desacompanhadas, têm idade avançada e o ponto crucial para o golpe, todas são católicas praticantes
O estelionatário aproveitou a viagem do pároco e a vinda do Papa ao Brasil para se dar bem. Ele usava sempre a mesma conversa, que a casa tinha sido escolhida para rezar o terço, mas que para isso precisava entrar na residência para ver o melhor lugar para montar o altar. Também falava sobre as medalhas de ouro que o padre teria trazido da viagem para  distribuir aos   fiéis
A reportagem entrou em contato com as vítimas, que deram a mesma descrição em todos os casos. “O golpista parecia um doutor, muito falante e delicado, era baixo e meio gordo, usava roupa social e tinha o cabelo bem cortado e meio grisalho”, contaram.
 
PRIMEIRA TENTATIVA NÃO DEU CERTO 
Todos os golpes foram praticados no dia 30 de julho e começaram por volta das 10h30, quando ele bateu palma na residência da aposentada Sonia Campase, na Av. Luiz Lemos de Toledo. 
“Ele me perguntou se era católica e que estava formando equipes para rezar o terço de Santa Luzia, mas estava difícil reunir o povo e  me perguntou se concordava em fazer a reza na minha casa”, contou Sonia. Acrescentou, “por duas vezes ele quis entrar para escolher o lugar do altar, mas acho que a intuição falou mais alto e não abri o portão. Ele viu que estava desconfiada e elogiou minha atitude. Também queria saber onde iria colocar as medalhinhas que me daria, então respondi que quando retornasse com o altar e as medalhas eu veria”
A aposentada começou a suspeitar da atitude do golpista, que ficava olhando atentamente na corrente e medalha que trazia ao pescoço. “Comecei a fazer perguntas e ele caiu em contradição. Como percebeu minha desconfiança foi embora a , sem levar nada e disse que voltava depois”
 
APOSENTADA PERDEU A CORRENTE DE OURO 
De o estelionatário se dirigiu até a Av. Rui Barbosa, onde começou a caminhar sem rumo certo, esperando a próxima vítima. Ao passar em frente à casa de Isabel Panhossi Paro, 78 anos, que esperava a filha no portão para o almoço puxou conversa com a idosa. “O padre Santana está rezando nas casas para Nossa Senhora Aparecida e vai dar medalhas de ouro. Nem lembrava que o padre estava viajando e não desconfiei de nada, pensei que ele era um homem bom”, explicou a idosa. Ressaltou, “pedi que o altar fosse montado no alpendre, mas ele insistiu que tinha que ser dentro de casa e então  o convidei para entrar na sala. Ele disse que o padre também estava benzendo dinheiro e se tinha para lhe dar, foi que tirei a corrente do pescoço para ver de qual santo era a medalha e dei para ele, que pediu mais correntes de ouro. Ele levantou do sofá om a corrente na mão e disse que vinha depois com o padre e foi embora. Pedi para devolver a minha corrente, mas ele nem deu bola e saiu sem olhar para trás”
 
PENSEI QUEIGREJA ESTAVA PRATICANDO AS PALAVRAS DO PAPA 
Uma professora aposentada de 79 anos, que não quis se identificar e mora no centro, ficou com raiva de si mesma por ter caído no golpe que lhe custou a corrente, medalha, brincos e aliança que estava no seu dedo mais de 40 anos. O estelionatário chegou na casa por volta das 12h30 e bateu palma instantes depois do filho da aposentada sair
“Quando ele falou que o padre vinha rezar o terço na minha casa fiquei muito contente, então ele entrou na sala e escolheu uma vitrola antiga para colocar a santa e as flores. Perguntei se o padre tinha chegado da viagem e ele respondeu que no dia anterior. Achei que o padre estava praticando a mensagem do Papa, que a Igreja deve se aproximar das pessoas”, revelou a aposentada
O estelionatário pediu a corrente com a medalha de ouro e perguntou  à vítima se tinha mais algumas porque o padre  estava benzendo as correntes antes de colocar a medalha. “Foi a hora da minha inexperiência, sei o que me deu, fiz tudo o que ele queria. Me pediu a corrente e tudo que tinha de ouro, respondi que tinha isso. Tirei a aliança e dei para ele, que também queria a do meu marido, mas disse que estava com a minha filha. Quando foi para dar os brincos estava muito difícil e ele me ajudou a tirá-los. Veja que simplicidade a minha”, desabafou a vítima, que em certos momentos da entrevista se emocionou não pela perda material, mas pelo  valor sentimental dos objetos, principalmente da aliança que é uma das únicas lembranças que tem do marido, que faleceu mais de 20 anos
“Fiquei magoada comigo mesmo por ter caído no conto do vigário. Não perguntei nada para ele, que falava no terço, no padre que vinha em seguida com os objetos e a santinha para colocar no altar. Ainda disse para ele que não precisava levar a minha corrente porque o padre a benzeria em mim mesmo, mas ele respondeu que precisava levá-la”
 
CASA SORTEADA COM MEDALHAS 
Em Jaborandi a estratégia usada foi que a casa da vítima, uma senhora de 73 anos, tinha sido sorteada para fazer a distribuição das medalhas. O estelionatário se identificou como sendo da Canção Nova e queria as correntes de ouro para compor  com as medalhas, que também eram de ouro.  
Ele entrou na casa sem ser convidado, aproveitando o momento que outra pessoa, conhecida da família, chegava na residência. A idosa chamou a filha, que chegou a conversar com o golpista, questionando porque as correntes tinham que ser de ouro. Ele chegou a responder que era primo de pessoas religiosas da cidade e que estava ali para levar a santa e fazer o terço
A filha teve que se ausentar por alguns minutos e a mãe continuou a conversar com o golpista, que levou a aliança e o anel da vítima. “Ele pediu para ver e perguntou se eram de ouro, então tirei do dedo e dei para ele, que me disse que iria buscar a medalha no carro e voltava em seguida, mas não apareceu mais”
A senhora preferiu não se identificar e, segundo consta, o bandido visitou mais de uma casa em Jaborandi, todas de senhoras viúvas. As câmeras de segurança das casas também não conseguiram captar nenhuma imagem do estelionatário. Em todos os casos relatados as vítimas deram queixa na Polícia Militar, somente em um deles a família preferiu não registrar a ocorrência
As vítimas disseram que não viram nenhum carro e que o golpista saiu a das casas. Segundo informações obtidas pela reportagem, o bandido estava num carro preto, mas ainda não se sabe a placa
Em Jaborandi a Casa Paroquial alertou os fiéis para não caírem no golpe. Em Colina, como o padre retorna somente hoje da viagem, os ministros da eucaristia estão orientando o público
 
VÍTIMA DO FALSO SEQUESTRO 
Uma profissional autônoma de Colina também passou por momentos de angústia e aflição na manhã de sábado, por volta das 9h, quando recebeu uma ligação de criminosos, que exigiam o pagamento de R$ 30 mil para libertarem a sua filha
“Não sei o que me deu, parece que escutava a voz dela ao telefone pedindo socorro e o bandido dizendo que iria matá-la se não arrumasse o dinheiro. Uma outra pessoa, que estava comigo, tentava ligar na minha casa e no celular dela, mas não conseguia o que aumentava ainda
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