Jornal “O COLINENSE” completa 96 anos de existência 
 
 
Em comemoração ao aniversário do hebdomadário nonagenário que completou 96 anos de existência  no último dia 18, transcrevemos um artigo de 1928, quando o jornal estava caminhando para suadécada de vida. O diretor à época era Adão Corrêa Melges
No belíssimo artigo, assinado por Nicolau de Lima Scarmato, que guarda as características ortográficas da época, o autor fala da importância do jornal na vida da comunidade
 
A “O COLLINENSE” 
Era Colina ainda
uma creança embalada suavemente numa brisa de amor e receio...
Dominava-a mão ferrea, pesada, fruel e injusta: mão leviana a entravar-lhe o progresso
Resignada, Collina, porém, tudo sofria em silêncio: suas ruas em abandono transformavam-se em magnífica pastagem, sobre as quaes vcejavam lugubremente bandos sinistros de corvos
Ella dormia... mas um dia despertara de seu somno de paciência e tentou então quebrar as algemas que a prendiam
Era, entretanto, necessária a chave, que impossível se tornava quebral-as: faltava o iman attrahir os combatentes ao mesmo campo de luta
Elles lutavam, lutavam heroicamente, mas dispersos
E o povo, anseiou. Anseiou por um jornal que se dedicasse devotadamente, á santa causa
Foi então que surgiste, ó <Collinense>! ! Surgiste, como a lua, por entre densas nuvens de discórdia Surgiste, como o sol, de onde se irradiaram novas luzes. 
Foi por teu intermédio que a fama de Collina começou a transpor os seus limites e a nossa aspiração se foi revelando
então é que Barretos começou a temer-nos e esse temor veio aggravar mais o destino desta terra, porquecomo um leão que esteja prestes a rebentar as algemas  e se torna necessário reforçal-asassim também Barretos reforçou o seu poder
Reforço inútil: a despeito de tudo, Collina libertou-se
E tu, <<Collinense>>, podes orgulhar-te de ter contribuído com todas as tuas forças para essa victoria! 
Sim, porque foste o iman que attrahiu todos os combatentes sob a mesma bandeira
O’ <<Collinense>>, se és pequeno em formato, todavia é grande na orientação! 
Leitor, se és amigo desta terra, o dia de hoje deve ser-te grato, qual seja o do anniversario deste jornal
Nove annos de luta, de luta heróica e sublime, contra os entraves do progresso...
Nove annos, e nesse espaço de tempo quantos e quantos jornaes não se fundaram neste immenso Brasil
E á maioria delles que é que aconteceu
Jaz no esquecimento; desappareceu como a fumaça no ar... 
E tudo isso, porque
Porque a existência de um jornal depende do povo. Se o agrada viverá longamente; ao contrario, terá vida ephemera, a mesma sorte dessa fumaça
Mas, para que o jornal agrade ao povo, é preciso boa orientação, pois, que adianta a machina ser forte e veloz, se não a sabem dirigir? Contra factos não argumentos: a machina atirar-se-á de encontro a algum precipício, onde despparecerá. Portanto, para a vida de um jornal é preciso a graça do povo e para isso é necessária boa orientação
Neste caso está o nosso denodado <<Collinense>>: vencendo todos os obstáculos, eil-o a attingir quasi dois belos lustros. 
Não foi pequena a luta; ao contrário, ella foi árdua, penosa e sublime. 
<<Collinense>>, não olhes para atraz, que, embora seja grande a distancia que percorreste, nada é em comparação com a que te resta trilhar. 
Sim, <<Collinense>>, ante teus olhos se abre um largo e florido horizonte: teus dias são illimitados; não deves, não podes morrer. Collina precisa de ti, estás gravado fortamente em noss’alma, és o guia de nossos bravos combatentes, és a estrella luminosa desta terra. 
Embora aqui se funde, algum dia, um novo jornal, de maior formato, mais noticioso, mais rico, não terá a mesma sympathia que tens: nasceste para o povo de Collina, combateste por elle; és delle, delle
Continúa, pois, ó <<Collinense>>, firme, honesto e altivo, como és, e nós estaremos sempre a teu lado. 
Não desfalleças ! Avante, pois
 
Nicolau de Lima Scarmato 
 

Aniversário de “O Colinense”

Prof. Darcy Silveira Vaz

“O Colinense”, como a fabulosa ave Fênix de que nos fala a Mitologia, renasceu das próprias cinzas.

um ano atrás, quando Colina ficou sem semanário, surgiu, vivo, ágil, dinâmico, o novo “Colinense” numa demonstração evidente de que a semente lançada pelos seus fundadores no longínquo ano de 1918 caiu em campo fértil. O nosso órgão de imprensa nasceu, praticamente, com a cidade e seu objetivo maior naqueles distantes tempos era o de batalhar em prol de sua autonomia.

Alguns mais pessimistas, que não acreditavam na força incomum da imprensa, poderiam descrer  da vitalidade de “O Colinense”, depois de cumprida a sua missão. Mas a fibra de seus fundadores foi transmitida às gerações seguintes que se colocaram à frente do semanário.

Assim, esteve presente na Revolução de 30, na epopéia da Revolução Constitucionalista de 32, nos anos terríveis da 2ª Guerra Mundial, para falar desses acontecimentos históricos que modificaram a vida do Brasil e do mundo. Quanto aos problemas locais é que “O Colinense”, ao longo dos 64 anos de sua existência se mostrou sempre ativo, disposto e atuante, apresentando soluções e sugestões no sentido de resolvê-los da melhor maneira possível.

Não se diga que foi uma luta fácil. A imprensa interiorana, regra geral, sempre contou com inúmeras dificuldades financeiras para sobreviver, dificuldades essas agravadas nos centros urbanos menores, como é o caso de Colina. Nos dias de hoje os tropeços são maiores, devido ao elevado custo do papel, à inflação e aos compromissos com os funcionários.

Desta forma, os idealistas, aqueles que encontram na imprensa um motivo de satisfação íntima, os que têm, por objetivo, defender os interesses da comunidade, é que possuem condições para assumir o trabalhoso e cansativo encargo de publicar e dirigir um jornal do interior.

“O Colinense”, que agora em sua nova fase completou um ano de idade, tem no seu jornalista responsável, Luís Carlos Fabrini, um idealista enquadrado nos requisitos acima enumerados e que se dispôs, com entusiasmo e força de vontade, a empunhar a bandeira desfraldada pelos seus antigos fundadores, a continuar as tradições acumuladas e cada vez mais vivas, no espírito das gerações que se têm sucedido, em nossa terra, nesse período de pouco mais de seis décadas.

O aspecto atual de “O Colinense” se destaca pela excelente composição gráfica, pelo cuidado na distribuição de suas matérias, pela revisão bem feita e acurada de tudo aquilo que nele é impresso. O leitor o com satisfação, pois é também um órgão equilibrado, além de ter uma feição moderna e condizente com o progresso de nossa comuna.

Informando bem, destacando os fatos principais aqui ocorridos, exercendo o direito de crítica com moderação, assinala-se ainda, para terminar, que os editoriais de “O Colinense”, responsáveis pela exposição de sua linha mestra de atuação, primam pelo equilíbrio, pela clareza, atestando a competência e a tarimba do jornalista Luís Carlos Fabrini no difícil terreno da imprensa interiorana.

Fazemos votos para que “O Colinense” prossiga sua carreira, contribuindo para o aprimoramento intelectual da sociedade da “Cidade Carinho”

 

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Postado em 23/08/2014
Por: A Redação
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