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De bem com a vida
Há uma história contada por Rosa Montero, escritora espanhola, em seu livro: “A louca da casa” que é a seguinte:
Havia uma senhora que morava em frente a um convento de freiras enclausuradas e que, por gostar das rosquinhas que elas faziam, habituou-se a comprar uma caixinha todos os domingos.
Devido à assiduidade de suas visitas, travou certa amizade com a Irmã Porteira, falando com ela através da porta giratória de madeira. Um dia essa senhora contou a Irmã que morava bem em frente, no terceiro andar e que sua varanda dava para o convento, disse ainda que, se ela precisasse de qualquer coisa do mundo exterior, era só solicitar.
Passaram-se muitos anos e, numa certa tarde, estando sozinha em casa, bateram na porta. Ao abrir, deparou com a freira anciã. – Sou a Irmã Porteira - disse a mulher, com uma voz familiar- e queria pedir-lhe que me deixasse debruçar-me na sua varanda.
Embora estranhando tal pedido, a senhora levou-a sté a varanda. Lá ficaram as duas, imóveis e caladas, observando o convento durante um certo tempo. A freira então disse: - É muito bonito, não é? E a senhora respondeu: -Sim muito bonito!
Dito isto, a Irmã Porteira regressou para o seu convento, para nunca mais tornar a sair.
Essa história é um exemplo da maior viagem que um ser humano pode realizar.
Olhar o caminho que fez, os passos que deu, os tropeços que levou, e mesmo assim, sentir contentamento com o que viveu.
Felizes os que conseguem amar a sua história e ser plateia de si mesmo... e que não necessitam de status, fama ou sucesso estrondoso para se sentirem felizes.
Felizes aqueles que não consideram a vida “um torturante band-aid no calcanhar”.
É a vida! Sempre original, sempre única e, como não há roteiros pré determinados, abre a possibilidade de sermos eternos aprendizes.
Eliete T. Cascaldi Sobreiro.
Postado em 13/03/2015
Por: A Redação
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