Três colinenses, suspeitos da morte de Solange, estão presos

Investigações apontam que estupro foi cometido depois que o carro passou sobre o corpo da jovem 

Os três suspeitos de envolvimento na morte brutal da jovem jaborandiense Solange Aparecida da Silva, 23 anos, são de Colina e estão presos desde a última semana em cela especial na cadeia anexa da Seccional de Polícia de Barretos
Duas prisões aconteceram em Colina e a outra em Limeira, onde um dos suspeitos foi encontrado com a colaboração da Delegacia de Defesa da Mulher daquela cidade, que localizou o procurado em uma clínica de dependentes químicos. O rapaz passou a noite na carceragem da Delegacia Seccional de Limeira e na manhã seguinte o delegado Celso Spadácio, que comanda as investigações, foi até Limeira e trouxe o suspeito para Barretos. Um dos envolvidos no caso é filho de uma vereadora e outro de um policial aposentado
O crime, praticado com requintes de crueldade e sem chance de defesa  da vítima, chocou os moradores de Jaborandi que clamam por Justiça. O caso, noticiado em primeira mão por este jornal, também chamou a atenção da mídia regional. 
Em entrevista exclusiva ao “O COLINENSE”, o delegado Celso Spadácio, que responde por Jaborandi até o final do mês, contou que ainda faltam algumas diligências para serem feitas e que o caso deve estar concluído nos próximos dias.  
ESTUPRADORES UTILIZARAM GALHOS E PEDAÇO DE FERRO 
“O condutor do Gol foi ouvido formalmente e confessou que atropelou  Solange de forma acidental. Ele nega participação no estupro, cometido pelos outros dois envolvidos que são seus conhecidos. Eles negam participação no caso”, revelou. O delegado acrescentou, “a princípio o condutor negou o atropelamento e depois caiu em contradição e assumiu que passou por cima da moça. Os rapazes que estavam no Palio o impediram de comunicar o atropelamento à polícia e, a partir daí, ele narra, com detalhes, que presenciou os dois estuprarem a moça de forma bárbara”
As investigações apontam que Solange foi estuprada depois que o carro passou sobre o seu quadril e a parte lombar, o que provocou o deslocamento da bacia. “Os envolvidos enfiaram galhos e até um pedaço de ferro, retirado de dentro do porta-mala do Palio, nas entranhas de Solange que arrebentaram com ela e efetivamente causaram sua morte”. 
VERDADE NÃO APARECEU PORQUE VÍTIMA FOI AMEAÇADA 
Em depoimento à polícia, o motorista do Gol contou que saiu sozinho com a vítima, que iria se encontrar com um rapaz de Colina na estrada que dá acesso a zona rural de Jaborandi, onde os fatos ocorreram. “Na estrada o Palio ultrapassa o Gol e estaciona do outro lado da estrada. Solange desce do Gol e atravessa a estrada para se encontrar com os ocupantes do Palio. Quando o condutor do Gol faz manobra para retornar a Jaborandi passa, sem querer, por cima da Solange”, relatou Dr. Celso. Ressaltou, “dependemos de algumas diligências, que são sigilosas, para checar a veracidade do interrogatório do motorista do Gol e do seu envolvimento direto ou indireto no estupro. Ainda não podemos divulgar os nomes dos envolvidos porque o caso não está encerrado”.  
Ainda há pontos obscuros e controversos que precisam ser esclarecidos, mas o depoimento de uma parente de Solange bate, em muitos pontos, com do motorista do Gol. “A Solange, quando ainda estava internada, contou as barbaridades que foram feitas com ela a uma parente de sua confiança. Ela pediu que não revelasse a verdade porque os agressores ameaçaram de morte seus pais. As informações da parente da Solange são as mesmas que o motorista do Gol contou em interrogatório”. 
FALTA DE INFORMAÇÕES PREJUDICOU INVESTIGAÇÕES 
A falta de comunicação à polícia, desde o início, prejudicou as investigações. “O próprio motorista do Gol comunicou a Polícia Militar sobre o atropelamento mas, até então, não se falava em estupro. Isso prejudicou bastante o trabalho porque a família da vítima não nos procurou relatando que a filha estava sendo ameaçada quando internada”, observou o delegado. Esclareceu que,  “também não ouve um relacionamento entre à Santa Casa de Barretos, onde Solange ficou internada,  com a polícia. Só quando o laudo do exame necroscópico foi expedido que se constatou que a morte foi causada por estupro e atropelamento”. 
CRIME É CONSIDERADO HEDIONDO E PENA PODE CHEGAR A 30 ANOS 
“Como o caso não foi encerrado, não dá para falar em pena, mas o crime é considerado hediondo. Se for constatado que o motorista do Gol atropelou a vítima de forma proposital é considerado homicídio doloso, se não for provado é considerado culposo, quando não há intenção de matar”, comentou Dr. Celso. Esclareceu também que, “se for constatada a participação dos três no estupro a pena é de 12 a 30 anos de reclusão. Se o crime for qualificado como doloso os autores serão julgados pelo tribunal do júri”. 
O TRÁGICO 11 DE DEZEMBRO 
O crime aconteceu há pouco mais de dois meses,  em 11 de dezembro do ano passado. O motorista do Gol, que já confessou o atropelamento, acionou a Polícia Militar e o socorro para a vítima. Informações extra-oficiais dão conta que Solange precisou passar por duas cirurgias, uma na perna e outra de reconstituição da vagina que ficou dilacerada. A barbaridade foi tão grande que a vagina se uniu ao ânus. Solange, que precisou receber dezenas de pontos, ficou internada por 14 dias e faleceu no dia de Natal. O atestado de óbito, expedido no dia 26 de dezembro, aponta como causa da morte atropelamento, estupro, insuficiência respiratória, choque séptico e peritonite. 
Em reportagem veiculada  no dia 12 de janeiro deste ano, a mãe de Solange, Margarida Cáceres Zieza da Silva, de 59 anos, clama por justiça: “minha filha não merecia morrer deste jeito. Quero ver esses monstros na cadeia”. 
O desejo da mãe de Solange não está longe de acontecer, se as investigações confirmarem as suspeitas, os agressores, com certeza, irão pagar pelos crimes e ficarão presos por muitos anos. É o que também espera toda população de Jaborandi e de Colina, que está chocada com a barbárie cometida contra a jovem, que perdeu a vida de uma forma brutal. Que a Justiça seja feita
 
Prédio da Seccional de Barretos, onde os suspeitos estão presos.
 

Margarida Silva, mãe de Solange, quer a punição dos envolvidos na morte da filha.

A mãe de Solange na estrada onde aconteceu o crime.


Postado em 18/02/2012
Por: A Redação
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