“Meu bebê passou da hora de nascer”, afirma mãe que vai à justiça para apurar se houve negligência

Maria Alexandra se emociona ao lado do marido Claudinei ao mostrar o atestado de óbito do filho, que morreu meia hora depois do nascimento

Um dos momentos mais aguardados da vida de Maria Alexandra de Jesus, 39 anos, tornou-se num grande pesadelo que parece não ter fim. Isso porque o filhinho Matheus de Jesus Bastos viveu apenas meia hora e morreu após ela dar à luz.

Ela atribui à morte a demora na realização da cesárea que se feita antes poderia ter salvado a vida do bebê. “Estava na maior felicidade porque meu primeiro filho tem 17 anos e de repente soube da gravidez. Não pude trazer meu bebê para casa que foi toda preparada para recebê-lo. É muito difícil, não me conformo”, desabafou a dona de casa Maria Alexandra que reside com o marido Claudinei e o filho Marlon  no Nosso Teto. A família quer levar o caso à justiça, a quem caberá decidir se houve ou não negligência no atendimento.

DORES NÃO ERAM NORMAIS

A mãe contou que na terça-feira foi até a Unidade Básica de Saúde do São Sebastião, onde realizou o pré-natal, para a consulta de rotina. “A médica disse que estava tudo bem e pediu para retornar no dia 22 para marcar o parto. Eu não me sentia bem e ela disse que a cesárea não estava no tempo”, revelou Maria Alexandra.

Na sexta-feira, dia 18, ela procurou atendimento no Pronto Atendimento Municipal. “Como tive um filho sei que as dores fortes na barriga, o inchaço e a falta de ar que sentia não eram normais. Fui atendida pela plantonista que ligou para o ginecologista do dia por duas vezes, que apenas a orientou por telefone. Depois datentativa e de muita insistência ele compareceu, alegando que o inchaço era normal, que a pressão estava dentro do padrão e que procurasse a minha médica no início da semana”, explicou. Ela acrescentou, “tinha certeza que algo estava errado porque o bebê estava mexendo cada vez menos, então fui procurar atendimento na Santa Casa em Barretos, que não tinha leito disponível para a realização da cesárea. O médico que me atendeu mesmo assim realizou um ecocardiograma, que mostrou que os batimentos cardíacos do bebê estavam dentro do padrão limite”.

CESÁREA É REALIZADA ÀS PRESSAS

Maria Alexandra retornou para casa e no sábado os sintomas, que não eram bons, se agravaram bastante inclusive com o aumento da pressão arterial. “Todos os sintomas pioraram bastante, a médica plantonista ligou para o ginecologista do dia de plantão que compareceu imediatamente ao Pronto Socorro. Ele disse que a cesariana tinha que ser feita às pressas porque eu e meu bebê corríamos risco de vida”.

O bebê nasceu às 15h50 de sábado no Hospital José Venâncio e logo depois de ser retirado da barriga da mãe foi entubado. “Todos os procedimentos para ele recuperar os sentidos foram realizados, mas meu filho não reagiu e veio a óbito meia hora depois, às 16h20. A cor dele era escura e isso significa que ele passou da hora de nascer. Não tive nem a alegria de pegá-lo nos braços com vida”.

ÓBITO POR CAUSA INDETERMINADA

A família em desespero pediu que o corpo fosse encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito para a realização da autópsia. A causa da morte no atestado de óbito apontou causa indeterminada.

“Não nada que justifique a morte porque o Matheus era perfeito, nasceu com 3.230 kg e 50cm. O que vou fazer agora sem ele? A sensação de angústia toma conta de mim porque ele não está aqui comigo”. No atestado de óbito também consta que o bebê estava na 41ª semana de gestação. A mãe contou também que durante a gestação realizou três ultra-sons, que mostraram que o desenvolvimento do bebê estava normal. A última, realizada no dia 18 de agosto, apontou a data provável do nascimento no dia 23 de setembro.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde que informou que não poderia se manifestar sobre o caso porque ainda não tinha tido acesso aos laudos.

Maria Alexandra foi liberada da internação no hospital para acompanhar o sepultamento do filho, ocorrido no domingo. Ele retornou ao hospital após o enterro e teve alta na segunda-feira, mas a retorno para casa nunca foi tão triste.

Agonia e dor tomam conta da dona de casa Maria Alexandra que perdeu o filho recém-nascido.

O casal junto ao quarto do bebê que foi carinhosamente preparado para a chegada de Matheus.


Postado em 26/09/2015
Por: A Redação
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