Manifestantes vão às ruas e à Câmara contra o golpe de R$ 7.596,00

Manifestantes tomaram conta das galerias da Câmara para protestar conta o mega salário dos vereadores na noite de segunda-feira.

A manifestação reuniu Jovens, estudantes, professores, empresários, pais de família que lotaram as galerias da Câmara para protestar contra o salário abusivo.

Com narizes de palhaço, cartazes, cornetas e muita vontade de serem ouvidos surgiu nas redes sociais e no WhatsApp o “Movimento Popular Colina”, iniciado após este semanário estampar como manchete no dia 29 o aumento abusivo que os vereadores aprovaram na reunião extraordinária da Câmara do dia 27 de setembro.

O projeto, de interesse de toda a comunidade, foi aprovado sem o conhecimento do povo, o maior interessado. Isso causou uma revolta muito grande que começou a aparecer com os desabafos postados nas redes sociais e culminou com a organização do movimento, que mostrou a cara pela primeira vez na tarde de sexta-feira quando os coordenadores concentraram um grande número de pessoas na praça matriz que foram chegando, permanecendo e dando apoio a iniciativa.

O microfone ficou aberto para quem quisesse dar o seu recado e foram muitas as manifestações de repúdio que partiram de aposentados, professores, autônomos, comerciantes, funcionários públicos, entre tantos outros que como todos, estavam indignados com a falta de transparência do Poder Legislativo e a audácia dos vereadores que reajustaram em 25% o salário para a próxima legislatura, saltando dos atuais R$ 6.012,00 para R$ 7.596,00. O projeto também aumentou os vencimentos do prefeito, vice e secretários municipais que também estão na mira do Movimento Popular Colina.

era noite quando os manifestantes com gritos de ordem “Vereador a culpa é sua de hoje o povo estar na rua”, “Salário mínimo para vocês” e cartazes que estampavam as frases “Contra esse golpe de R$ 7.596,00”, “Acorda Colina, a hora é agora” e “Contra o abuso salarial” desceram a Rua 7 de Setembro em direção a Avenida das Cohabs, onde o manifestação ganhou mais adesão e apoio de veículos e motos que buzinavam em sinal de protesto.

“A maioria das pessoas que estão na Câmara, representando o povo, não sabem nem o principal objetivo de um vereador que é a fiscalização. Agora sobre a posição da Câmara em não divulgar a votação de aumento do salário dos vereadores e depois não darem nenhum tipo de explicação, é porque sabem que fizeram coisa errada, também sabiam que o povo iria se revoltar, por isso não divulgaram nenhuma nota e até agora não se pronunciaram”, relatou Tadeu Parola Morgado, um dos líderes do movimento que tem mais 8 organizadores, entre eles Tharin Bombig, Luiz Frederico Dezolt, Rafael Lira, Isabelle, entre outros. Ele também deixou claro que o movimento é apolítico e pacífico. “Qualquer cidadão pode participar, mas não toleramos que ex-candidatos usem o movimento para a promoção de seus partidos ou de suas próprias imagens”.

SESSÃO ENTROU PARA A HISTÓRIA

Os manifestantes voltaram a se reunir na noite de segunda-feira, 3, na praça matriz onde começaram a ser coletadas as primeiras assinaturas para o abaixo-assinado para propor um projeto de lei, de iniciativa popular, que será protocolado na Câmara.

Com um carro de som os manifestantes partiram em direção à Câmara, onde ocorria a primeira reunião ordinária do mês de outubro. Antes de entrarem se concentraram em frente ao prédio do Legislativo e cantaram orgulhosamente o Hino Nacional. Com gritos de protesto eles ocuparam todos os espaços da galeria e muitos ainda ficaram no corredor e do lado de fora do prédio. Mas, antes que tivessem tempo de cobrar explicações, a presidente Edinalva de Sousa encerrou a reunião alegando o barulho excessivo. A sessão, com certeza, foi a mais rápida da história do Legislativo colinense, que também viveu uma noite como nenhuma outra em que o povo foi a sua casa cobrar transparência e explicações dos seus representantes.

“ESSA CASA É NOSSA”

A atitude da presidente, considerada arbitrária pelos manifestantes, inflamou ainda mais os ânimos.  Então surgiram desabafos por todos os lados. Um deles gritou: “Vocês também vão receber por essa reunião que não teve?”. Um grupo de professores esbravejou: “nós damos aula anos a fio, no meio do barulho e com classe superlotadas e então, como fica?”. Tadeu Morgado, um dos organizadores, frisou: “Essa casa é nossa, vocês trabalham para a gente e quem manda aqui somos nós”.

O empresário Vinícius Bombig, que vestiu a camisa do Movimento Popular Colina, disse: “enquanto entidades precisam promover eventos para não fecharem as portas e manterem o atendimento, vocês recebem em um mês o valor que é repassado o ano inteiro para as instituições que atendem o povo”. Aldo Arouca, que também abraçou a causa, comparou a situação econômica e a parcela gritante de brasileiros que estão desempregados com o reajuste descabido e intolerável aprovado pela Câmara.

É A VEZ DO POVO

Apesar do plenário vazio os manifestantes não arredaram e articulavam os novos passos do movimento. Alguns vereadores permaneceram no local conversando com manifestantes. O movimento, que tem o respaldo jurídico de advogados que aderiram à causa, necessita de no mínimo 5% das assinaturas dos eleitores da cidade, o que representa uma média de mais de 700 assinaturas. Em poucas horas as listas que circulam pela cidade e na praça matriz arrecadaram na terça-feira mais de 400 assinaturas.

O movimento não vai se limitar somente a redução do salário dos vereadores, o trabalho seguirá em diante com a fiscalização não somente do Legislativo, mas também do Executivo. “Vamos mostrar que quem manda em nossa política é o povo, fiscalizaremos não o trabalho do Legislativo como do Executivo e mostraremos qual o papel da população dentro destes poderes. Iremos cobrar a valorização dos funcionários públicos e maior suporte para os estudantes colinenses. Cobraremos nossos direitos para que nossa cidade seja mais do que uma Cidade Carinho, mas que se torne um exemplo na Educação, na Saúde, na Segurança e principalmente na administração política”, frisou Tadeu.

Ele confirmou que o foco é abaixar os vencimentos, como aconteceu em outras cidades do país, mas o valor ainda está indefinido. Os manifestantes também conseguiram o apoio do Movimento Brasil Livre (MBL) e estão em contato com outras instituições.

O Movimento Popular Colina orienta que os colinenses levem o RG e o título de eleitor para assinar as listas que podem ser encontradas por toda a cidade e no comércio. Também o abaixo assinado on line no link (change.org). No campo pesquisar é preciso digitar ColinaSP.

A mobilização da população mostrou que vivemos uma nova realidade e que uma cidade pequena como Colina também tem voz e coragem para ir à luta pelo que acredita. Vivemos num país democrático, temos o direito de nos manifestar e exercer a cidadaniaExistem várias formas de protesto, uma foi sentida nas urnas e a outra é a força do povo e esta ninguém pode derrubar!

Entusiasmado e tomado pelo patriotismo o público cantou o Hino Nacional em frente à Câmara.

Público participa do abaixo assinado para o projeto de iniciativa popular que propõe a redução de salário do vereador


Postado em 08/10/2016
Por: A Redação
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