Cirurgião esclarece dúvidas sobre implante de silicone
 
As próteses de silicone utilizadas em implantes mamários ganharam o noticiário no mundo todo quando foi constatado por profissionais que as marcas Poly Implant Prothèse (PIP), da França e Rofil, da Holanda, foram fabricadas com silicone industrial e causaram diversos danos à saúde e até a morte de algumas pacientes.
A reportagem procurou o cirurgião plástico Rodrigo M. Antoniassi (CRM 98.578), que esclareceu algumas dúvidas e explicou um pouco sobre a cirurgia de implante de silicone.
Em Colina são realizadas, em média, 3 procedimentos deste tipo por mês e Rodrigo conta que as marcas PIP e Rofil não são utilizadas. “Aqui utilizamos próteses Allergan, que são americanas e de excelente qualidade, elas possuem registro no FDA”.
O FDA (Food and Drug Administration) é um órgão dos Estados Unidos que controla os alimentos, suplementos alimentares, medicamentos, cosméticos, equipamentos médicos e materiais biológicos, servindo como referência mundial.
O cirurgião ressaltou que “ter essa certificação é sinal que o produto é de qualidade e somente duas marcas de prótese têm registro no FDA” e completa “a marca brasileira Silimed, tem tudo pra ser aprovada pelo órgão”.
PIP E ROFIL FORAM FEITAS COM SILICONE INDUSTRIAL
O que fez as marcas PIP e Rofil serem proibidas se deve ao fato de serem confeccionadas com silicone industrial. “Esse tipo de silicone é 30 vezes mais barato que o silicone das próteses, que é fabricado com sílica, isso barateava o procedimento”, explicou Antoniassi.
Se romperem, essas próteses podem causar diversos problemas ao paciente, pois ele “vaza” para outras partes do corpo, ocasionando danos á saúde e em casos extremos pode ser diagnosticado um câncer. No Brasil cerca de  12,5 mil mulheres têm próteses PIP e Rofil, e no mundo são cerca de 400 mil.
O SUS fará a troca de implantes dessas marcas. Rodrigo ressalta que “o ideal seria que as pacientes procurassem os médicos que realizaram o implante, mas o SUS fará a cirurgia normalmente, sem custos”. Ele explica que “para o SUS é mais viável trocar o implante do que correr o risco de as mulheres terem problemas maiores”.
COMO É REALIZADO O IMPLANTE
O implante de silicone é feito por meio de uma cirurgia simples, que dura cerca de uma hora e tem apenas anestesia local. O médico faz uma pequena incisão e usa essa abertura nos tecidos para colocar na paciente uma prótese de silicone. A prótese é posicionada entre as glândulas mamárias e o músculo peitoral. A paciente recebe alta poucas horas depois.
O tamanho das próteses pode variar entre 95 e 600 mililitros, embora, na maioria dos casos, a quantidade fique entre 200 e 300 mililitros. Caso a paciente, futuramente, queira aumentar ou diminuir o implante, uma nova cirurgia será realizada, com a colocação de outra prótese.
CIRURGIA É A 2ª MAIS FEITA NO PAÍS
O implante de silicone nos seios é a segunda cirurgia plástica mais realizada no país, perdendo apenas para a lipoaspiração. Segundo o Dr. Rodrigo“a grande maioria procura o procedimento para fins estéticos e o valor varia entre R$ 5,5 e R$ 6 mil”.
O cirurgião disse também que o procedimento, quando feito por profissionais competentes e material de qualidade, não traz riscos.  Em 2 meses, em média, a mulher volta às suas atividades normais.
Outra dúvida frequente é que se o silicone pode trazer problemas na amamentação, Antoniassi explica que “a mulher pode amamentar normalmente mesmo com a prótese, por que ela é colocada abaixo da glândula mamária”.
A “vida útil” de uma prótese é de 15 anos, depois desse período é recomendada a retirada ou troca.
O SUS não financia cirurgias de implante de silicone com fins estéticos, apenas em caso de reconstrução de mama, em pacientes que tiveram câncer
 
Implante de silicone é a segunda cirurgia plástica mais realizada no país.

Postado em 31/03/2012
Por: A Redação
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