Criança de 3 anos morre com suspeita de meningite

Uma garotinha de 3 anos morreu no dia 19 na UTI da Santa Casa de Barretos e a suspeita é que tenha sido por meningite. A família reside no CDHU 2 e ainda tenta entender o que aconteceu porque de repente a menina piorou, não dando tempo de fazer nada.

Em entrevista exclusiva à reportagem a mãe Lílian, inconformada e muito abalada com a morte da filha do meio, disse que tudo começou no dia 6 quando a criança apresentou um quadro de febre e passou mal em casa. “Dei um banho nela e fomos para o Pronto Socorro onde tomou injeção, ficou em observação e mandaram a gente embora. A médica recomendou que procurasse novamente o PS caso apresentasse dor de cabeça ou qualquer outro sintoma. Foi o que fizemos no dia seguinte porque ela estava vomitando e reclamando de dor na cabeça”, explicou a dona de casa. Na 2ª vez foram receitados remédios para vômito, dor de cabeça e febre. “O médico disse para dar os remédios por 7 dias, recomendou repouso e para não forçá-la a comer porque poderia vomitar. Também comentou que poderia ser uma gripe e chegou a mencionar a H1N1 porque ela estava com dor nas juntas”.

Com as medicações a menina melhorou e não precisou retornar ao Pronto Atendimento Municipal, mas na manhã do dia 16 acordou meio tonta e começou a vomitar. “Minha filha estava na avó quando passou mal e meu pai precisou ligar três vezes para ambulância, que demorou muito para chegar. Quando eu cheguei no Pronto Socorro ela já tinha sido atendida, mas não tinham dado nenhum medicamento para ela”, explicou a mãe que acrescentou, “ela já estava travando a boca, não falava nada e ficava com os olhos arregalados. Colheram o sangue dela e a deixaram no soro. Quando começou a ter convulsões perguntaram que remédios estava tomando. Me sinto culpada em presenciar minha filha tendo convulsão e não poder fazer nada”.

A menina foi transferida de ambulância para Barretos. “A pediatra disse que seriam feitos exames porque estava com suspeita de meningite. No caminho o médico deu remédio para que as convulsões parassem. Eu e minha mãe também fomos juntas na ambulância. Depois de fazer o eletro da cabeça minha filha teve uma parada cardíaca e foi reanimada, mas não adiantou porque entrou em coma e ficou na UTI”. Lílian contou ainda que, “à noite os médicos tentaram fazer uma cirurgia para tirar a água da cabeça, mas não foi possível porque estava muito inchada. No dia seguinte o cérebro já tinha parado de funcionar, o coração estava fraco e ela era mantida viva com a ajuda dos aparelhos”.

A mãe explicou também que fizeram vários exames e pediram para repetir outro teste na cabeça que tinha dado interferência. “No dia 19 de madrugada quando estavam fazendo o procedimento o coraçãozinho dela parou de bater. O corpo chegou em Colina a tarde e foi direto para o cemitério porque não teve velório. O caixão estava lacrado para não correr risco de contágio. No hospital comentaram de uma meningite silenciosa. A gente de casa e todo mundo que teve contato com minha filha também tomou remédio trazido pelo pessoal da Secretaria de Saúde”.

Lílian lamenta que na 1ª vez que levou a filha no Pronto Socorro não tenha sido feito nenhum exame que diagnosticasse o que ela tinha, antes do estado dela piorar. “O pulmão e a garganta estavam bons, o problema era na cabeça. Se tivessem feito um raio x que mostrasse o que ela tinha teria dado tempo de correr com ela. Poderiam ter tentado fazer alguma coisa”, desabafou a mãe que tenta encontrar forças para enfrentar a dor da perda.   

A reportagem encaminhou perguntas sobre o caso à Secretaria de Saúde que solicitou prazo para responder, pois ainda não tinha o laudo da Santa Casa com a causa da morte.

DOIS CASOS COM UMA MORTE EM BARRETOS

A Secretaria Municipal de Saúde de Barretos confirmou dois casos de meningite registrados neste mês na cidade com uma morte. O paciente com meningite bacteriana morreu em virtude do agravamento do quadro de saúde, contudo não foi necessário uso de medicamento pelos comunicantes.

No 2º caso, também de meningite bacteriana, a princípio não houve necessidade de profilaxia, mas após a nova coleta de exame do IAL (Instituto Adolfo Lutz) isolou-se uma nova bactéria havendo a necessidade do procedimento que foi adotado.

O secretário de Saúde de Barretos, Alexander Stafy Franco, explicou que há várias formas de meningite (virais, fúngicas e bacteriana) e todas medidas são devidamente adotadas mediante cada protocolo. “Após o registro dos dois casos positivos estamos mantendo o monitoramento e acompanhamento de casos da doença com a realização de todos os procedimentos de prevenção e controle, além de alertar para a importância do calendário vacinal completo”, explicou.

O secretário também negou que Barretos esteja vivendo uma epidemia de meningite. “As informações falsas que circulam em redes sociais têm causado transtorno e medo na população, isso não procede de forma alguma. Foram notificados dois casos e todas as providências de bloqueio foram tomadas”, esclareceu.

O tempo seco é propício para disseminar não só a meningite como a H1N1. Por isso as pessoas devem redobrar os cuidados na higienização das mãos e evitar lugares sem ventilação. A meningite apresenta como sintomas febre alta, dor de cabeça intensa e rigidez na nuca.

CASO CONFIRMADO

A Secretaria de Saúde confirmou que a morte do homem, de 52 anos, que estava internado na Santa Casa foi causada pelo vírus H1N1. O paciente não resistiu às complicações decorrentes da doença e faleceu no último dia 15. Barretos já tem 5 casos positivos confirmados e aguarda o resultado de mais 4 suspeitos.


Postado em 28/07/2018
Por: A Redação
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