No país que vai sediar a Copa e as Olimpíadas, a Educação Física vive no descaso  
 
Porque uma disciplina tão importante é desvalorizada?
 
Ao contrário do que muitos pensam, a Educação Física é uma disciplina tão importante como qualquer outra do currículo escolar. A EF não é responsável apenas pelo desenvolvimento físico das pessoas, trabalha também habilidades motoras, desenvolve a parte psicológica, interação entre os alunos e muito mais.
Isso apenas quando falamos da disciplina dentro das escolas, a parte que cabe ao licenciado da área, mas agora se levarmos em consideração também a parte do bacharel, o leque fica ainda maior: trabalho em academias, preparação física de atletas e pessoas “comuns”, personal trainner, mestrados e doutorados em fisiologia, biomecânica, por exemplo...
Mas voltando ao ambiente escolar. Se a EF é tão importante assim, porque ainda não tem a valorização merecida
RETRATO DO DESCASO
O Brasil se prepara para sediar a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e Olimpíadas em 2016, porém, a disciplina de Educação Física ainda é tratada com descaso por políticos, alunos e até professores.
Uma recente pesquisa feita pelo IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), em parceria com a ONG Atletas pela Cidadania, Instituto Ayrton Senna e Instituto Votorantim revelou que 30% das escolas não oferecerem espaço para a prática da Educação Física, o que, vale destacar, não se trata apenas de quadras, mas sim um espaço destinado à atividade. Apesar do consenso entre as organizações de que os alunos devem ter o direito à aula de EF em espaços qualificados, a ideia não é estimular somente uma política voltada à construção dessa infraestrutura: é preciso gestão, diagnóstico, micro planejamento, parcerias, visão de futuro e criatividade para garantir esse acesso aos alunos, sobretudo levando-se em consideração os custos de manutenção ao longo do tempo. 
Mas não se deve cobrar apenas dos órgãos públicos uma melhora, os profissionais da área também devem agir. É comum nas escolas, principalmente públicas, professores que se acomodam e não realizam nenhum tipo de atividade diferente, se restringem apenas ao popular “futebol para os meninos e às vezes o vôlei para as meninas”.
A maioria dos jovens que ingressam no curso de Educação Física entra apenas com intuito de trabalhar com o esporte, mas com o passar da graduação vai aprendendo que a área é muito mais ampla e cabe a ele, quando exercer a função de professor, tornar as aulas mais interessantes, “saindo da rotina”, inovando, criando, o leque de oportunidades é infinito.
COMO VALORIZAR A DISCIPLINA
Mas como a Educação Física pode ser mais valorizada do que é atualmente? Na opinião do educador físico Pierre Torrente Penteado, “o descaso com a Educação Física é evidente quando se visita a maioria das escolas, porém em nossa cidade isso está melhorando muito, pois temos quadras cobertas em todas as escolas”. Para Pierre, o fato de a matéria não reprovar tira o interesse dos alunos. Ele ressalta que “é preciso um olhar mais atento para a educação em nosso país, estamos vendo crianças se envolvendo em caminhos errados, por falta de uma base familiar e uma estrutura educacional”.
O professor Guilherme Alves Felici diz que “o profissional da área não é muito valorizado, não na questão de salário, mas também pouco material para trabalhar”.
Guilherme diz ainda que o educador físico deve sempre buscar especialização e saber trabalhar com os diversos públicos. “Por exemplo, quando se trabalha com crianças entre 4 e 5 anos, como nas escolas de ensino primário, as atividades lúdicas e cooperativas são essenciais”, explicou
O futuro professor Leonardo Francis Garcia, aluno da UNIFEB, que mora em Taiúva, disse que “a valorização deve começar do próprio profissional, que deve estimar o seu trabalho, como também ensinar para seus alunos, desde o ensino fundamental, o quão importante a disciplina é pra nossa vida e todos os benefícios que ela nos traz”.
O também estudante de Educação Física, Gustavo Barbaresco Parra, diz que “ainda somos vistos sem muita importância, mesmo com o grande número de recursos que possuímos pra uma melhor educação, que no caso se inicia com um grau de disposição maior do educador físico, aluno e direção”. Para ele existe falta de incentivo, mas ressalta que muitas vezes o desinteresse começa com o próprio profissional e completa: “vejo a Educação Física abandonada, avaliada em conceitos políticos onde acontece mudanças a todo momento, mas dentro de objetivos diferentes, na qual visam vantagens políticas e não educacionais”
 
Para Pierre “é preciso um olhar mais atento para a educação em nosso país”.
 
O professor Guilherme ressalta “o profissional da área não é muito valorizado”
 
Gustavo Barbaresco entende que a Educação Física está abandonada.
 
Leonardo Francis diz que “a valorização deve começar do próprio profissional”.

Postado em 02/06/2012
Por: A Redação
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