José Zaiden: exemplo de dedicação na recuperação de menores infratores

O trabalho realizado atualmente pelo Conselho Tutelar teve na pessoa de José Zaiden o seu expoente em Colina. Infelizmente as complicações causadas por um câncer e a saúde debilitada devido a outros problemas levaram à morte o incansável voluntário de menores, como ficou conhecido, que faleceu no último dia 6 aos 90 anos.

O falecimento ocorreu dois meses depois ao da esposa Irene, 86 anos, com quem foi casado por quase 64 anos e teve três filhos: Yasmine, Yasmara (São Paulo) e José Zaiden Júnior.

Apesar de não ser na-tural de Colina, José Zaiden teve crucial participação na recuperação de dezenas de jovens infratores que, graças a sua insistente intervenção, abandonaram as drogas e a criminalidade trilhando o caminho do bem. O filho José Zaidem Júnior revelou que esse perfil de aconselhamento dos filhos e netos o acompanhou por toda vida.

Ele nasceu em Sarutaiá-SP em 2/4/1928 e aos 2 anos os seus pais vieram para a região, onde a família residiu em algumas cidades, inclusive Colina. Casou em 1954 e morou em São Paulo por vários anos, onde todos os filhos nasceram. Na década de 1960 retornou a Colina com a perspectiva de uma nova vida para a família. Atuou em vários segmentos, como no comércio, borracharia, administrador de fazenda, etc.

Em 1970, José Zaiden começou a auxiliar, voluntariamente, a Polícia, Ministério Público e o Poder Judiciário nas questões que envolviam menores.

Ele fazia esse trabalho sem receber qualquer tipo de ajuda de custo, salário ou veículo para se locomover. “Para ele não tinha dia e nem horário para auxiliar nesse trabalho porque sabia que só a orientação aos adolescentes, que pareciam perdidos, seria capaz de ajudá-los a trilhar o caminho certo. Muitos conseguiram por causa dele que foi uma bússola que os salvou de ficarem à deriva ou naufragarem na vida”, destacou o filho.

RECONHECIMENTO

O reconhecimento ao importante trabalho prestado à sociedade chegou em 1996 quando foi nomeado Voluntário de Menores pelo juiz da época, Amilcar Gomes da Silva. Além de passar a ter “status” de autoridade pública, também lhe foi concedido um veículo para que pudesse melhor desempenhar suas funções que por longos anos foram exercidas de bicicleta. Também auxiliou a administração pública na adequação do Estatuto da Criança e do Adolescente  e com sua experiência atuou na Casa da Criança e do Adolescente. 

Em julho de 2000 José Zaiden esteve na redação deste jornal solicitando que alertássemos sobre o uso de cerol nas pipas. Ele inclusive trazia na inconfundível Brasília branca, companheira de longos anos, várias latas do material cortante que tinha apreendido em muitas de suas “rondas”. A matéria, é claro, estampou as páginas deste semanário. 

No ano de 2006 o seu nome foi dado à “Casa da Criança e do Adolescente”, por sugestão do vereador Fernando Galeti. No entanto, em recente decisão do Ministério Público foi necessário retirar a denominação já que a legislação não permite homenagear bem público com nome de pessoas vivas. Com certeza, esta homenagem deverá ser reapresentada.

 

Matéria veiculada na edição de 20 de julho de 2000

Linha com cerol pode matar

Como acontece todos os anos nos meses de julho e agosto, o céu da cidade fica enfeitado com as dezenas de pipas que pairam no ar, dando um toque especial e alegrando a criançada que empina seus papagaios.

Pena que o divertimento, às vezes, dê lugar ao risco. Muitas das linhas que os meninos usam contêm o cortante chamado cerol, que é uma mistura de cola e vidro moído. A mistura é usada com a finalidade de cortar a linha do companheiro, a fim de ganhar a pipa.

O cerol vem causando muitas mortes em todo o país, como se pode comprovar nos noticiários da TV ou nos jornais. No dia 15 mesmo, uma criança de 5 anos foi morta quando teve uma linha de pipa com cerol enroscada no pescoço quando passeava na garupa de uma bicicleta. O fato aconteceu na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, como noticiou o jornal O Estado de São Paulo do dia 17 de julho.

No último dia 12, aconteceu um acidente envolvendo uma menina de 10 anos que teve alguns cortes, aqui na cidade. O episódio aconteceu na Cohab III quando Deise Cristina Santiago pedalava sua bicicleta na rua de sua casa. A menina sofreu cortes no pescoço e na mão direita.

O voluntário de menores José Zaiden informou que vem realizando um trabalho preventivo junto às crianças do município. Ele aprendeu várias linhas com cerol que vinham sendo utilizadas pelas crianças. “Eu venho fazendo este trabalho há uma semana e vistorio os lugares onde os menores costumam soltar pipas. No local peço para que as crianças mostrem suas linhas e as que estão com cortante levo embora”, ressaltou Zaiden.

Ele ainda comentou que os menores têm atendido seu pedido e que não reclamam quando ficam sem os cortantes. “Eu não tomo a linha para prejudicar os garotos e sim para preveni-los do pior”.

TRABALHO PREVENTIVO DA PM

 O sargento Carlos Roberto Valereano, responsável pela Polícia Militar local, informou que a polícia também vem fazendo um trabalho preventivo a fim de erradicar as linhas com cerol. Valereano informou que a PM está passando nas escolas para orientar os alunos sobre o perigo que a prática do cerol na linha pode causar.

“Esse trabalho visa ensinar o menor que o cerol é muito perigoso e todo o material apreendido é encaminhado para o Juizado de Menores”, ressaltou o sargento.

MATERIAL APREENDIDO

José Zaiden também ressaltou que todo o material apreendido é guardado na Casa do Menor para posterior destruição. “Os pais devem se conscientizar de que o cerol é perigoso e orientar seus filhos. O corte que a linha com cerol faz na pele humana, dependendo do local, pode ser mortal”, finalizou Zaiden.

O Voluntário de Menores José Zaiden mostra as linhas com cerol apreendidas na cidade.


Postado em 01/12/2018
Por: A Redação
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