Platei...

plantei tanta coisa. Plantei sementes em terras áridas para dias de pouca fartura. Plantei tardes bonitas numa janela que se abria para o sol entrar. Plantei conversa mole com voz dissonante em noites de extrema preguiça pra não ter que raciocinar.

Plantei lua nova no céu, para um relacionamento que se iniciava. Depois, plantei silêncio repleto de questões, quando a coisa esfriou.

Plantei risos em dias completamente normais e insônia nas noites cheias de torturas e angústias. Penso que não resolveu, pois elas se repetiram.

Plantei alegria sólida e pensei que duraria uma eternidade. Ela foi gasta em porções generosas e não sobrou nada para o dia seguinte. Plantei sorte para o acaso, liberdade para os entraves, solidariedade para os aflitos, claridade para as dúvidas, parágrafos para as explicações, roteiros para os caminhos tortos, conforto para os invernos, floração para a nudez da paisagem, fantasias para as adultices, risos para as lágrimas.

Plantei sangue e suor para dispersar os problemas. Teimosos que são, eles continuaram. E fiquei plantada esperando a vida mudar. Amanheceu. Entardeceu. Anoiteceu. Inevitavelmente a vida mudou e não me avisou para onde foi.

Ita Portugal


Postado em 01/04/2016
Por: A Redação
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