Por Pe. Matheus Francisco da Silva, Vigário da Paróquia São João Batista de Olímpia
A paciência é uma virtude cristã essencial, que não apenas nos ajuda a vivermos de forma mais serena, mas também nos aproxima de Deus. Ela é mencionada diversas vezes nas Sagradas Escrituras, sendo destacada como uma característica de Jesus e como uma atitude que deve ser cultivada por todos os cristãos. Na vida cristã, a paciência não é uma simples espera passiva, mas uma disposição ativa do coração que busca a conformidade com a vontade de Deus em todas as situações. Jesus Cristo, em sua vida terrena, nos deu o exemplo mais perfeito de paciência. Durante sua paixão e morte, Ele demonstrou uma paciência incomparável.
Quando foi traído, condenado e humilhado, Jesus não respondeu com raiva ou vingança, mas suportou tudo com serenidade. No Evangelho de Mateus (5, 39), Jesus nos ensina: “Eu, porém, vos digo: Não resistais ao mal. Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda.” Esse ensinamento radical de paciência e mansidão nos chama a agir de maneira diferente do mundo, que muitas vezes propaga a intolerância e a vingança.
A paciência de Cristo se manifesta também no modo como Ele lidou com os Seus discípulos. Muitas vezes, eles demonstravam falta de compreensão, impaciência e até falta de fé, mas Jesus não os abandonava. Pelo contrário, Ele sempre os acolhia com misericórdia e os orientava com paciência. Ele sabia que a transformação dos corações humanos não seria imediata, e que, ao longo do tempo, com perseverança e confiança, os discípulos amadureceriam em sua fé.
A paciência é, sem dúvida, um fruto do Espírito Santo. São Paulo, em sua carta aos Gálatas (5, 22-23), descreve os frutos do Espírito, entre os quais se encontra a paciência. Quando somos tocados pelo Espírito Santo, adquirimos a capacidade de suportar as dificuldades com serenidade, sem nos deixarmos abalar pelas tribulações. A paciência, portanto, é uma manifestação da graça divina em nossas vidas, que nos permite viver com calma e confiança, mesmo diante das adversidades. A paciência, ao contrário da passividade, implica uma atitude ativa de fé.
Ela nos desafia a confiar plenamente em Deus, mesmo quando não compreendemos completamente os caminhos que Ele escolhe para nós. Como nos ensina Tiago (5, 7): “Sede, pois, pacientes, irmãos, até à vinda do Senhor.” A paciência é, portanto, uma forma de testemunhar nossa fé em Cristo, esperando com esperança a Sua intervenção divina. Seja paciente. Shalom.
