Por Pe. Ronaldo José Miguel, Reitor Seminário de Barretos

Em tempos de egoísmo e individualismo, a vida de São Maximiliano Maria Kolbe brilha como um testemunho radical do amor cristão. Franciscano conventual, missionário incansável e mártir da caridade, Kolbe viveu sua vocação com uma entrega total a Deus e ao próximo, até o extremo da doação da própria vida.
Nascido Rajmund Kolbe em 1894, na Polônia, desde pequeno manifestava um ardente amor por Deus e pela Virgem Maria. Conta-se que, ainda criança, teve uma visão da Imaculada Conceição, que lhe ofereceu duas coroas: uma branca, simbolizando a pureza, e outra vermelha, significando o martírio.
O jovem Rajmund aceitou ambas. Movido por esse amor, ingressou na Ordem dos Frades Menores Conventuais e tomou o nome de Maximiliano Maria. Sua devoção mariana seria o motor de toda a sua vida e missão.
Fundou a Milícia da Imaculada, com o propósito de conquistar o mundo a Cristo por meio de Maria, usando todos os meios de comunicação disponíveis: imprensa, rádio e missões. Visionário e inovador, São Maximiliano utilizou a mídia para evangelizar.
Fundou a Cidade da Imaculada (Niepokalanów), um dos maiores centros editoriais católicos da época, que publicava jornais, revistas e livros de grande alcance. Seu desejo era que todos conhecessem o amor de Deus e a ternura da Mãe Santíssima. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Kolbe voltou à Polônia. Em 1941, foi preso pelos nazistas e enviado ao campo de concentração de Auschwitz. Mesmo no horror daquele lugar, manteve-se um verdadeiro pastor: confortava os prisioneiros, partilhava o pouco que tinha e oferecia esperança.
O momento culminante de sua vida ocorreu em julho de 1941, quando um prisioneiro escapou e, em represália, os nazistas escolheram dez homens para morrer de fome. Um dos escolhidos, Franciszek Gajowniczek, desesperado por sua família, clamava por misericórdia. Então, São Maximiliano se ofereceu para tomar seu lugar. Nos dias que se seguiram, transformou o bunker da morte em um lugar de oração, cantos e paz. Após semanas sem comida e água, foi o último a resistir.
Por fim, foi executado com uma injeção letal no dia 14 de agosto de 1941, véspera da Assunção de Maria. Canonizado em 1982 por São João Paulo II, que o chamou de “mártir da caridade”, São Maximiliano Kolbe é um modelo de amor oblativo. No Mês Vocacional, recordar sua vida é um convite a perguntar: Como estou vivendo a minha vocação ao amor? Estou disposto a doar-me pelo bem do outro, como fez São Maximiliano?
