Educar é um ato de amor e vai muito além do ensino, significa dialogar e escutar o que o outro tem a dizer para que os conflitos, principalmente dentro de casa, sejam resolvidos. É o que propõe a Campanha da Fraternidade deste ano que tem com tema “Fraternidade e Educação” e lema “Fala com sabedoria, ensina com amor”, trecho baseado na passagem bíblica que está em Provérbios 31-26.
A abertura da CF-2022, promovida pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, aconteceu ontem, Quarta-Feira de Cinzas, em todo o país. Em Colina, a missa de imposição das cinzas na igreja matriz deu início também à quaresma, tempo de penitência e conversão. “O jejum vai muito além de nos privar de algo, o cristão deve ter um momento de oração para interceder pela paz na Europa. É o que nos pede o Papa Francisco para que haja mais compreensão e a guerra entre Rússia e Ucrânia termine”, declarou padre Santana.
Ele disse que todos têm direito à educação que proporciona um futuro com dignidade, mas esse é um direito negligenciado a muitos. “A Campanha da Fraternidade nos convida a extrair lições. Se as crises são, de certa forma, uma constante na sociedade o aprendizado também deve ser. Aprender não é uma capacidade humana, mas uma condição da nossa própria humanidade”, enfatizou o pároco que acrescentou: “Não é só na escola e com os pais que recebemos ensinamentos, todos nós temos papel de educadores. Educar é um ato humano e divino, que cada um de nós precisa realizar sempre. Precisamos aprender duas lições: o valor da pessoa como princípio da educação e o ato de correição, que é conduzir ao caminho reto”.
DIGNIDADE SEM ACUSAÇÕES E REPREENSÕES
Outro ponto importante abordado na Campanha da Fraternidade é que a educação não é adestrar a pessoa, é conduzi-la rumo à consciência de si mesma e do mundo em que vive. “Temos que aprender a dialogar e escutar mais, fazer com que o outro se sinta amado, compreendido e não rejeitado. A rebeldia tem sempre uma causa. É preciso trazer essa pessoa para mais perto para que tenha a oportunidade se tornar diferente. Sem diálogo e atenção isso se torna praticamente impossível”, ressaltou Santana.
CHAMAR AO DIÁLOGO
“Dentro das casas há muitos jovens rebeldes. Precisamos entender porque são desta maneira. Na maioria das vezes existem desavenças no lar, os pais brigam ou são separados e não dão atenção aos jovens que são jogados de um lado para o outro. Às vezes damos atenção maior para os animais domésticos do que para o ser humano, que faz parte da nossa família”, explicou Santana que ressaltou: “Antes de atacar é preciso dialogar para entender porque estão praticando tal coisa. Toda pessoa tem necessidade de ser amada, valorizada e respeitada”.
REFLEXÕES
As reflexões da Campanha da Fraternidade serão realizadas toda terça-feira, a partir das 19h30, na igreja matriz. O livro para estes encontros semanais, durante o período quaresmal, estão à disposição dos fiéis no escritório paroquial.
