A reeleição do atual presidente da Câmara, Rafael “Maringá”, é mais uma demonstração evidente de que o grupo de vereadores da situação está dividido.
O atual 1º secretário, vereador Antônio Muniz, declarou há tempos que era candidato a presidente do Legislativo. Ele integra o grupo da “situação”. Porém, na noite da última quarta-feira, 7, quando aconteceu a sessão extraordinária para eleição da Mesa Diretora para o biênio 2023/24, conseguiu o apoio de apenas 3 colegas (Montanha, Evonei e Limão). Com o seu voto somou apenas 4 votos, enquanto o atual presidente Maringá somou 6 votos: três do grupo (Marco, Zé Afonso e o dele) e contou com a benevolência dos novos companheiros da oposição (Rafael Cury, Fátima e João Amadeu). Valdir Brait, que era cotado como candidato a presidente, votou em Rafael Cury. Ele até disse que justificaria seu voto, mas não o fez e muitos não entenderam o motivo.
Diante deste cenário o atual presidente foi reeleito para mais dois anos à frente do Legislativo colinense.
“NOJO”
O vereador Muniz não escondeu sua decepção com relação à falta de apoio de alguns integrantes do grupo. Ele desabafou: “A forma como certas pessoas fazem política é nojenta. Não é a política, são as pessoas. Há dois anos, na eleição do atual presidente, foi firmado um acordo de que eu seria o próximo presidente. Quanta trairagem… É por isso que as pessoas de bem se afastam da política. Falta caráter, respeito e muita vergonha na cara. Esse complô todo tem uma finalidade: é dar sustentação a candidatura de um ex-prefeito, que fica escondido articulando estas rasteiras”.
MESA HÍBRIDA CONFIRMA ALIANÇA
Diferente da atual Mesa Diretora, formada apenas por vereadores do então grupo de “situação”, a nova composição reúne situação e oposição e confirma a formação de uma nova aliança. Os novos aliados também passaram a borracha em antigos ressentimentos que já causaram muitas divergências, inclusive familiares. De outro lado, abre feriadas causadas pela traição e ingratidão.
O vereador João Amadeu foi eleito vice-presidente e Fátima Ramadan 1ª secretária. O vereador Montanha foi eleito 2º secretário, mas após o escrutínio declinou do cargo. “Discordo dos acordos e da maneira como foi feita a articulação para composição da mesa. Portanto, preferi me abdicar da função”, explicou Montanha.
Confira quem votou em quem no quadro abaixo
RETROSPECTIVA
Assim que foram empossados em 1º de janeiro de 2021 os 7 vereadores da “situação” votaram fechado para eleger “Maringá” presidente da Câmara para a legislatura 2021/22, tendo como vice Montanha, 1º secretário Muniz e 2º secretário Evonei. Ou seja, uma mesa pura. O vereador Valdir Brait também foi candidato ao cargo e somou 4 votos, ou seja, o bloco de oposição votou em conjunto.
A falta de sintonia entre a bancada de vereadores da situação vem sendo descortinada há algum tempo. O pedido de extinção do mandato do vereador “Limão” (PSDB) por um suplente do PSDB “Beto Lima” e com apoio velado de outros tucanos, foi uma grave demonstração da falta de companheirismo, ou pior, do racha que se fez evidente na eleição mista da nova mesa do Legislativo.