Trabalho focado na arquitetura sustentável, é urgência global e da COP 30
Entre os mais de 70 projetos inscritos no 6º Seminário de Arquitetura Moderna Amazônica (SAMA), em Porto Velho-RO, o da arquiteta e urbanista colinense Ana Paula Bizare Mustafa foi selecionado e também escolhido para representar o Acre na Conferência Internacional de Arquitetura, realizada neste mês em Brasília, que reuniu com mais de 100 profissionais, especialistas de todo o mundo.
A colinense contou a reportagem que em julho foi convidada pela arquiteta Josélia Alves, membros da ADUFAC a inscrever um dos seus projetos no concurso, promovido entre os estados da Amazônia Legal para discutir soluções urbanas e sustentáveis, preparando reflexões e propostas do setor para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, também chamada de COP 30, prevista para acontecer de 10 a 21 de novembro em Belém.

INSPIRAÇÃO
“Apresentei a Casa Amazônica Cumaru, uma construção mista em madeira e alvenaria, que nasceu da inspiração nas construções tradicionais amazônicas, reinterpretadas de forma contemporânea”, destacou Ana Paula que esclarece: “A estrutura em madeira regional reduz impactos ambientais, valoriza recursos locais e se ergue suspensa sobre pilotis, dialogando com o movimento das águas. O conceito da arquitetura viva se expressa na ventilação cruzada, no aproveitamento da iluminação natural e na leveza estrutural, buscando unir preservação ambiental, identidade cultural e inovação”.
O processo, entre projeto e execução, durou cerca de dois anos, com conclusão em 2020. “Foi uma obra artesanal, que exigiu tempo para a secagem e o tratamento adequado da madeira, a fim de garantir durabilidade no clima quente e úmido da região”, contou a arquiteta.

ALEGRIA E GRATIDÃO
A notícia da pré-seleção aconteceu em agosto, quando foram solicitadas mais imagens para a exposição. “A confirmação oficial para a participação na Conferência em Brasília aconteceu no final de agosto pelo coordenador do núcleo, Marcos Cereto. Foi um momento de muita alegria e gratidão. Além do reconhecimento profissional, a escolha do projeto é uma oportunidade de visibilidade ao meu trabalho em um evento de relevância internacional, que dialoga diretamente com questões urgentes da humanidade, como a sustentabilidade e as urgências urbanas globais em torno da COP 30″.
Ana Paula, que tem mais de 31 anos de carreira, atua em Colina e continua trabalhando em Rio Branco, capital do Acre, onde residiu por mais de 18 anos e desenvolveu grande parte da trajetória profissional. Ela retornou à terra natal há quase dois anos. Contato: @arqanapbizare
