Sempre que perdemos algo valioso, automaticamente tentamos lembrar qual foi a última vez que vimos o objetivo perdido. Mas e quando não sabemos o que perdemos? Fazer o caminho de volta é a melhor solução.
Às vezes, a caminhada cristã parece turismo em uma nova cidade. Vamos nos afastando do hotel onde estamos hospedados e nos distraímos pelo caminho, tirando fotos e conhecendo o lugar inédito. Quando menos percebemos, já estamos bem longe do hotel e nem sabemos mais como voltar. Precisamos de um mapa (ou GPS, afinal, século XXI)
Na maioria das vezes, não é fácil ser cristão. É muito mais cômodo se distrair com os estímulos que recebemos do mundo moderno e rolar o feed do Instagram do que folhear a Bíblia, sabendo que podemos ser confrontados com a Palavra. O que esquecemos é que, na maioria das vezes, durante o confronto recebemos conforto.
Quando estamos longe do nosso lugar de origem, é na Bíblia que vamos encontrar as coordenadas para o retorno.
Quando pensamos em retorno, o primeiro texto que nos vem à mente, na maioria das vezes, é a parábola do filho pródigo (Lucas 15: 11-32) porque nessa história, podemos ver que o filho se afastou porque pensava que na casa do pai, estava perdendo muitas coisas, muitas experiências, e foi com festas, com um mundo irreal, de plástico, e relacionamentos rasos, que desapareceram quando ele precisou de ajuda, que ele gastou toda sua fortuna.
Seu caminho de volta começa, então, quando ele se lembra de casa, da fartura e da alegria de viver em família, sob a proteção do pai. O filho se lembrou do pai e do seu caráter, e foi isso que lhe fez querer voltar pra casa. Ele sabia que tinha um pai bondoso, que o aceitaria de volta. Era uma certeza, portanto, era um jogo ganho. E este foi o primeiro passo: a decisão.
Todo dia era dia de se mexer e dar mais alguns passos. É assim quando queremos voltar pra o nosso Pai. Cada dia é um passo diferente em direção a Ele, dedicando tempo e cultivando esse relacionamento. Tudo em movimento. O segundo passo é o movimento.
Agora, pela ótica do pai: ao ver o filho de longe, o pai logo correu ao seu encontro. Um senhor de idade correr? Na época, parecia humilhante, e de certa forma, era mesmo, mas o pai do filho pródigo não se importou com isso.
Outra cena que me vem à mente é a prontidão do pai. O imagino sentado na varanda da casa, sempre esperando vê-lo no portão. Imagino também como ele reconheceu aquele que era carne de sua carne, sangue de seu sangue. O filho estava sujo, fedendo, sem esperança, carente e confuso.
Vemos aqui a esperança de um filho e de um pai em colisão: um pai sem ressalvas correndo em direção ao seu filho, um filho desesperado pra sentir o cheiro do lar novamente. Um pai prostrado em lágrimas, sem se importar com o cheiro dos porcos, abraçando e beijando o filho que voltou, e um filho se sentindo, finalmente, aceito.
O que pode estar te impedindo de tomar a decisão de dar o primeiro passo rumo a Cristo, sendo que Ele já está de braços abertos te esperando?
Pastora Adriana Ferreira
Igreja do Evangelho
Quadrangular Vila Tibério