(Por: Diácono Lombardi)
Época de eleições é quando em vários lugares há lobos jurando às ovelhas que, se eleitos, passarão a ser vegetarianos, é um chiste que se tem viralizado por aí nas mídias sociais.
Com biomas destruídos, estiagens tão severas que rios secam, falta d´água notadamente nas residências da periferia, calor escaldante no planeta com aumento da temperatura nos poluídos mares que ostentam ainda aumento de volume, possivelmente fruto do derretimento das geleiras, oito bilhões de quilos de lixo per capita por dia, com bilhões de pessoas na miséria ou pobreza, arremessadas a uma vida indigna de ser considerada humana, enquanto alguns milhões de pessoas ostentam carros e mansões luxuosas, com suas fartas mesas ofertando prazerosas bebidas e iguarias cuidadosamente preparadas…, é evidente que surja a pergunta a quem os políticos realmente representam, se lá estão para usar o poder a eles concedido para trabalharem pelo “bem comum”.
Normalmente a acusação que surge é que os maus políticos lá estão por culpa dos eleitores, que lá os colocaram pelo voto “livre e democrático”!
Não, decididamente não! A culpa não é dos eleitores. No Brasil, por exemplo, a Educação oferecida há décadas, muitas décadas, pelas políticas públicas governamentais é tão ineficiente, por tantos motivos que nem precisamos aqui elencar, fazendo com que uma maioria da população seja mal formada e nem consiga exercer um discernimento razoável para distinguir nos candidatos quem é joio e quem é trigo; além disso, a religiosidade das pessoas geralmente as leva a um relativismo moral muito intenso.
Com pouca leitura, sem acesso a essa formação que vem por artigos esclarecedores em jornais ou revistas, e lutando por própria sobrevivência, esses milhões de eleitores acabam ludibriados por espertos e bem formados marqueteiros, douram a pílula de tal maneira que os incautos detentores do precioso voto a engolem sem muito pensar, elegendo pessoas que, na verdade, vão trabalhar pelo poder econômico que as elegeu, pelos seus interesses partidários e grupais. O “bem comum”, enfim, vai ficar em segundo plano.
Infelizmente, diante dessa realidade, a população se torna descrente devido à força dos poderosos, se sentindo incapaz de a mudar. Então, mais uma vez se torna omissa, não por própria culpa, porque alienada por uma Educação que lhe foi imposta propositadamente a fim de torná-la manipulável e submissa, como o Estado exige fundamentado na “Ordem e Progresso”, base do capitalismo.
Estamos falando aqui do exercício da dimensão política dos homens, que é uma dimensão tão cristã quanto a da caridade. Que pelo menos os cristãos, melhor esclarecidos, saibam exercer esse discernimento, procurando conscientemente eleger quem tenha reais princípios éticos, morais, e de fato cristãos que, discípulos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus, trabalhem de verdade para o “bem comum” por Deus desejado, e não por suas próprias benesses numa pecaminosa corrupção do poder que receberam.